CONSÓRCIO DAMEN SAAB TAMANDARÉ IDENTIFICA POTENCIAIS FORNECEDORES BRASILEIROS CASO VENÇA LICITAÇÃO DAS CORVETAS
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
A expectativa cresce no setor de defesa, com a proximidade do anúncio do vencedor da licitação para a construção de quatro corvetas para a Marinha. A previsão é que o resultado seja divulgado em março. Enquanto aguardam o desfecho da disputa, os licitantes se movimentam em busca de parcerias. É o caso do grupo Damen Saab Tamandaré, que está promovendo encontros com empresas brasileiras para mapear possíveis fornecedores. “Ainda é cedo para dizermos em quais áreas, mas durante as reuniões, conseguimos identificar empresas qualificadas que poderão trabalhar conosco caso o nosso consórcio seja o escolhido para construir as quatro corvetas da classe Tamandaré para a Marinha do Brasil”, declarou o consórcio, em entrevista ao Petronotícias. A ideia do grupo, que conta também com parceiros locais como a Wilson Sons, WEG, Consub e outros, é ter mais de 40% de conteúdo local a partir da segunda embarcação, o mínimo estabelecido pela Marinha do Brasil. “E como dissemos em outras oportunidades, nosso consórcio tem forte confiança no país e vislumbra estabelecer uma parceria sólida e de longo prazo com o Brasil”, concluiu.
Caso a proposta do consórcio seja escolhida pela Marinha, quais as principais oportunidades surgirão para a cadeia local de fornecedores?
Nosso objetivo é ter o máximo possível de conteúdo local, inclusive no que diz respeito a fornecedores de materiais e serviços. As nossas empresas parceiras, integrantes do consórcio Damen Saab Tamandaré, já têm um longo histórico de parcerias mútuas no Brasil e no mundo. A exemplo disso, a Damen e a Wilson Sons Estaleiros somam quase 30 anos de parceria e já trabalharam juntas em mais de 90 projetos; a empresa brasileira CONSUB, atua com a Marinha do Brasil há mais de 20 anos e a também nacional WEG que, juntamente com a Wilson Sons, desenvolvem projetos em parceria há mais de 10 anos.
Outras empresas brasileiras como a Akaer, Opto Eletrônica S/A e Atmos Sistemas, que fazem parte do consórcio Damen Saab Tamandaré, já trabalham em parceria com a Saab no desenvolvimento do Programa Gripen brasileiro. Nesta ocasião, a Atmos será responsável pela manutenção de equipamentos optrônicos e radares.
É com o objetivo de ampliar nossa parceria com novas empresas locais que temos promovido encontros com as indústrias brasileiras para apresentar o projeto do consórcio e mapearmos possíveis fornecedores. Ainda é cedo para dizermos em quais áreas, mas durante as reuniões, conseguimos identificar empresas qualificadas que poderão trabalhar conosco caso o nosso consórcio seja o escolhido para construir as quatro corvetas da classe Tamandaré para a Marinha do Brasil.
No caso de o consórcio sair vencedor, qual seria o cronograma de entregas?
Os primeiros dois módulos da primeira corveta serão construídos no estaleiro da Damen, na Holanda. Nessa etapa, engenheiros e técnicos brasileiros poderão adquirir conhecimento in loco durante um treinamento que, de acordo com o cronograma, o processo deve durar de 3 a 6 meses. Ao retornarem ao Brasil esses profissionais terão adquirido conhecimento suficiente para promover a transferência de tecnologia às indústrias locais e, a partir disso, todos os outros módulos serão desenvolvidos no Brasil. A expectativa do nosso consórcio é entregar a primeira corveta em 46 meses, antes do prazo estabelecido pelo cliente.
Quais são os índices de conteúdo local previstos?
Para o desenvolvimento da primeira embarcação, o Consórcio Damen Saab Tamandaré vai contar com 30% de conteúdo local. A partir da segunda embarcação, o conteúdo local passará para 40%, atendendo à exigência da Marinha do Brasil. O Consórcio pretende ter mais de 40% de conteúdo local, o mínimo estabelecido pela Marinha do Brasil. Até mesmo por isso, o grupo vem promovendo encontros com empresas nacionais para ampliar a sua cadeia de fornecimento com indústrias brasileiras.
Quais as características da proposta do consórcio que, ao seu ver, são as mais notórias? Como o consórcio pretende transferir tecnologia e inovação para as empresas brasileiras?
Nossa proposta contempla um amplo programa de transferência de tecnologia, com parcerias e fortalecimento de empresas locais, beneficiando o setor de defesa brasileiro. Caso o consórcio seja o escolhido pela Marinha, por exemplo, a empresa brasileira Consub será a responsável pela absorção da transferência de tecnologia da Saab em relação ao Sistema de Gerenciamento de Combate das futuras Corvetas e pela manutenção do sistema durante todo o ciclo de vida dos navios.
O projeto das corvetas vai apoiar a indústria brasileira a adquirir o conhecimento necessário e, no futuro, as empresas poderão ter a oportunidade de serem incluídas nas operações globais da cadeia de fornecimento da Damen e da Saab. Essa já é uma realidade em outros projetos ao redor do mundo, a exemplo da WEG, uma empresa 100% brasileira, que já é parceira de longa data da Damen e faz parte da cadeia de fornecimento mundial da companhia holandesa.
Outro diferencial de nossa proposta é a cadeia de parceiros que mantemos e possibilitará que a curva de aprendizado em relação aos processos do projeto seja reduzida. É o caso da Wilson Sons estaleiros, parceira da Damen há muitos anos.
E como dissemos em outras oportunidades, nosso consórcio tem forte confiança no país e vislumbra estabelecer uma parceria sólida e de longo prazo com o Brasil.
Deixe seu comentário