CONSÓRCIO DE BELO MONTE APRESENTARÁ HOJE PROPOSTA PARA DAR FIM ÀS GREVES ENTRE OS OPERÁRIOS
O Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM) apresentará hoje uma proposta final quanto às reivindicações dos trabalhadores da Usina Hidrelétrica de Belo Monte que exigem a redução do período de baixada de seis para três meses. A baixada são os nove dias em que o empregado é dispensado do trabalho para visitar a família em sua cidade de origem. Sua passagem deve ser paga pelo consórcio.
Um atrito entre os operários e o consórcio tem levantado questões sobre o cronograma da obra, já que o período de baixada mexe no orçamento das construções. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Pará (Sintrapav), Giovani Resende Silva, os donos do consórcio se mostram irredutíveis quanto às reivindicações.
O diretor administrativo do CCBM, Marcos Sordi, informou que o contrato com a Norte Energia é muito reduzido, assim como a margem de lucro. A redução do período de baixada significa duas passagens a mais, e mais período do trabalhador afastado do trabalho. Com isso, teriam que contratar mais trabalhadores do que o planejado.
Entre os ganhos adquiridos, os grevistas já alcançaram o abono dos dias parados, assistência médica e a lavagem dos uniformes que agora será custeada pelo próprio consórcio. Mas o presidente do Sintrapav não para por aí.
De acordo com ele, a Norte Energia esteve presente nas negociações e nem sequer se manifestou. “Acho um absurdo ouvir das maiores empresas do Brasil que não podem dar uma proposta porque não têm orçamento”, ressaltou. “As maiores obras do Brasil estão na Região Norte, e são as mesmas empresas envolvidas. Por que não podemos fazer um piso único para todas essas obras? Porque a baixada nas outras [grandes obras] é três meses, o vale-alimentação é R$ 200 e, aqui, não é, sendo que são os mesmos trabalhadores circulando por essas regiões?”.
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