RELATÓRIO DO GREENPEACE APONTA QUE ENERGIAS RENOVÁVEIS PODEM SUPRIR DEMANDAS POR NOVAS HIDRELÉTRICAS NO BRASIL
Ao passo que se firmam como principal fonte energética do Brasil, as hidrelétricas enfrentam hoje contestações. Um novo relatório técnico publicado nesta quarta-feira (13) pelo Greenpeace defende que o país não depende da construção de novas unidades hídricas para suprir suas demandas energéticas, que podem ser atendidas com investimentos de volume semelhante em fontes limpas. O estudo, que aponta para danos ambientais da construção de usinas na Amazônia, propõe a geração combinada de energia fotovoltaica, eólica e de biomassa para substituir o volume de produção previsto em empreendimentos hidrelétricos.
A proposta poderia ser aplicada ao caso da usina de São Luiz do Tapajós. O projeto contará com uma capacidade instalada de 8.040 MW, com média de energia firme calculada em 4.012 MW. Segundo o documento, entitulado “Hidrelétricas na Amazônia: um mau negócio para o Brasil e para o mundo”, é possível que a soma de novos investimentos em geração limpa atenda ao mesmo volume de energia da usina, no mesmo período de tempo, mantendo investimentos no patamar de R$ 35 bilhões a R$ 50 bilhões.
Segundo o estudo, a mudança poderia ser concretizada caso o nível atual de contração em leilões do governo aumentasse em 50% para fontes eólicas, solares e de biomassa. Uma maior guinada para alternativas sustentáveis permitiria uma redução nas emissões dos gases de dióxido de carbono e metano, além de evitar impactos sobre a vegetação amazônica e os povos nativos que habitam a região. Caso seja levada à frente, a usina de Tapajós, maior da Amazônia depois da unidade de Belo Monte, deverá alagar uma área de 376 km².
Um cálculo feito pelo Greenpeace indica que uma combinação de usinas eólicas e de biomassa poderia render, em uma contratação de 8 anos, uma média de 4.185 MW médios, com investimentos de R$ 35,61 bilhões. Em um projeto que também envolva fotovoltaicas, a geração pode chegar à média de 4.093 MW médios com aportes de R$ 45,23 bilhões e uma contratação de 7 anos. A aposta massiva em usinas eólicas e fotovoltaicas, por sua vez, pode somar R$ 50,51 bilhões em um contrato de 8 anos, resultando em uma geração média de 4.425 MW.
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