CONSTRUÇÃO DE PORTO E FERROVIA NO ESPÍRITO SANTO VAI GERAR GRANDE VOLUME DE CONTRATAÇÕES
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
A Petrocity Portos vive momentos de muita expectativa. A companhia é a idealizadora da construção do Centro Portuário de São Mateus, no Espírito Santo, que será um complexo com 3 milhões de metros quadrados e diversos terminais para atender variados setores, incluindo o de óleo e gás. “Todas as atividades inerentes ao supply boat serão realizadas a partir de nossa área. Ou seja, teremos um parque de fluidos, um parque de tubos, serviços efetivos de apoio, unidades para reparo e peças de reposição”, detalha o diretor da Petrocity, José Roberto da Silva. O executivo afirma que a expectativa é de que, só nas obras do porto – que devem começar em julho -, serão gerados 2.500 empregos. Além disso, Silva revela ainda que está adiantado o projeto de desenvolvimento da ferrovia Minas-Espírito Santo (EFEMES), ligando o centro portuário a Minas Gerais. “Olhando para a construção da ferrovia, estamos prevendo mais 3 mil empregos”, disse. “Temos a segurança de que, ao implantarmos esse projeto, estaremos alimentando o crescimento econômico num raio de 500 km – de forma linear -, e também chegando a 50 km, margeando toda a ferrovia”, acrescentou.
Gostaria que o senhor começasse falando sobre o estado atual do projeto.
Nós só temos a pendência do licenciamento ambiental e a assinatura do contrato de adesão para que possamos iniciar a nossa instalação. Esse contrato ainda não foi assinado justamente porque ainda falta a licença ambiental. Assim que conseguirmos avançar no licenciamento, faremos a assinatura e inicia-se o processo de instalação.
O processo já está regularizado junto à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP). É uma área de 3 milhões de metros quadrados de propriedade da Petrocity Portos, controladora do empreendimento. Temos um novo arranjo de estrada já autorizado pelo Departamento de Estradas de Rodagem. Todos os acessos também estão com seus projetos concluídos. Os operadores estão contratados. O que nos falta é, efetivamente, a liberação do licenciamento ambiental.
O senhor tem alguma previsão de quando o processo avançará?
Estamos trabalhando para iniciar a construção em julho de 2019. Serão dois anos de obras. Ou seja, ainda no ano de 2021 queremos ter a licença de operação para que possamos iniciar as movimentações, após a autorização da Antaq.
Como serão as operações voltadas ao óleo e gás?
Estaremos no centro da atividade offshore e onshore na exploração de gás e petróleo. Temos várias fazendas produtoras onshore de petróleo [próximas], com um total de 18 mil barris por dia. E estamos ali próximos à Bacia do Espírito Santo. Dos quatro terminais que teremos, um será dedicado ao apoio da atividade marítima e terrestre de petróleo e gás. Todas as atividades inerentes ao supply boat serão realizadas a partir de nossa área. Ou seja, teremos um parque de fluidos, um parque de tubos, serviços efetivos de apoio, unidades para reparo e peças de reposição. Será um total de 72 tipos de serviços diferentes ofertados ao segmento.
E quais outros setores o empreendimento irá atender?
Teremos o já citado terminal dedicado ao óleo e gás, outro dedicado exclusivamente à atividade de rochas ornamentais e celulose, um terceiro de rolon rolof e os demais destinados à movimentação de containers. Já temos contratados as empresas que farão a instalação de ETE e ETA (estações de tratamento de esgoto e água), subestação, duas bases e duas plantas, de 5 MW cada uma, de energia fotovoltaica. Temos também um memorando de entendimento para duas unidades de geração de energia termelétrica. Tudo está em fase de memorando de entendimento e devemos assinar os contratos definitivos na virada do ano. Ainda teremos uma base de tancagem, que já está assinada, para atender a atividade de supply. Uma segunda base será usada na movimentação de derivados de petróleo.
O que mudará na economia da região a partir da instalação do porto?
No Espírito Santo, teremos um impacto positivo, com certeza. O norte e noroeste do Espírito Santo, o sul da Bahia e até o leste de Minas Gerais estão sendo diretamente impactados. Nós não temos apenas a visão de implantação de um terminal. Nossa visão é de interiorização da economia. Isso porque estamos em fase adiantada do desenvolvimento do projeto de estrada de ferro Minas-Espírito Santo (EFMES). O projeto conceitual já foi protocolizado em Brasília.
É importante lembrar que o porto não depende da ferrovia para concluir seu objetivo de alcançar o retorno de investimento em oito anos. Porém, por sua localização estratégica, poderemos levar os serviços portuários até Belo Horizonte. Essa é a nossa meta. Estamos levando a solução de um terminal portuário para Minas Gerais e sul da Bahia. Estamos levando o Oceano Atlântico para Belo Horizonte e cidades do interior.
Qual será a implicação disso?
Fizemos um diagnóstico e verificamos a economia efetiva desse caminho da estrada de ferro. Fizemos nosso dever de casa com o terminal portuário e, agora, com a estrada de ferro. Percebemos que a economia [local] é altamente prejudicada pela a ausência de um modal que garanta, aos produtores da região, uma segurança de que os produtos serão movimentados. Nosso projeto transcende um pouco apenas a questão da implantação de um porto. Não é só isso. Nosso projeto é um conjunto maior. Nossa visão vai além do porto.
Qual a previsão de geração de empregos com as obras?
Na obra do porto, serão 2.500 postos de trabalho – diretos e indiretos. Mais 1.500 diretos e indiretos na operação do empreendimento. Olhando para a construção da ferrovia, estamos prevendo mais 3 mil empregos.
Na realidade, estamos fazendo um sistema de hub spot. Ou seja, estamos criando uma plataforma logística da região Sudeste, com processo de integração marítima, ferroviária, rodoviária e aeroportuária. Temos a segurança de que, ao implantarmos esse projeto, estaremos alimentando o crescimento econômico num raio de 500 km – de forma linear -, e também chegando a 50 km, margeando toda a ferrovia.
Qual sua expectativa com o novo governo que assumirá a presidência a partir de 2019?
A expectativa é muito positiva. Eu vi e li algumas manifestações do presidente eleito sobre o segmento de infraestrutura logística de transporte. Eu penso que o objetivo dele é trabalhar dentro dessa linha que estamos idealizando na Petrocity. A visão dele é muito interessante, que é para geração de emprego. Tenho uma visão muito firme de que o governo, com certeza, vai acertar e o Brasil passará por um processo de transformação na logística nos próximos quatro anos.
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