CONSULTORIA B-IN PARTNERS VÊ GRANDE POTENCIAL NO ÓLEO E GÁS BRASILEIRO E JÁ CONQUISTA CONTRATOS NO PAÍS
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
O Brasil é hoje o mercado com as melhores oportunidades na indústria de petróleo mundial. A opinião é compartilhada por profissionais com larga experiência no segmento que se uniram para abrir a consultoria B-In Partners. O grupo enxerga no país grandes perspectivas de retomada do desenvolvimento do setor de petróleo e os primeiros resultados desta aposta no mercado brasileiro já começaram a aparecer. Um dos sócios da empresa, Carlos Mastrangelo, revela que já existem contratos fechados, um deles para realizar análises técnica e econômica de ativos que a Petrobrás colocou à venda. A companhia também apoia a Petrorio na avaliação de reservatórios e custos de produção e desenvolveu um trabalho para o Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) com a projeção de demanda por bens e serviços do mercado nacional nos próximos anos. “Recentemente, fechamos uma aliança global com a consultoria Endeavour Management, que detém profissionais altamente qualificados com forte atuação no Golfo do México”, acrescentou. Oportunidades no pré-sal também estão no radar de negócios. “Temos profissionais que atuaram diretamente no pré-sal e conhecem bem os problemas enfrentados pela Petrobrás e os desafios ainda a serem superados”, afirmou Mastrangelo.
Como surgiu a ideia de fundar a empresa? Qual foi a janela de oportunidade visualizada?
Foram dois principais motivos que levaram a criação da B-in Partners: primeiro, a disponibilidade de excepcionais profissionais, a maioria originada dos planos de incentivo ao desligamento voluntário da Petrobrás. Profissionais que detém em seus currículos não só a teoria, mas também pratica adquiridas ao longo de muitos anos e que criaram uma reputação profissional ímpar, tanto no Brasil como no exterior. O segundo motivo refere-se às perspectivas de retomada do desenvolvimento da indústria do petróleo no Brasil, que não tem comparações no mundo. Vale ressaltar que alguns sócios estão baseados no nosso escritório de Houston e outros no do Rio, interligando dois dos principais centros da indústria do Petróleo mundial.
Desde a abertura da empresa, quais foram os clientes conquistados?
A B-in Partners já tem clientes e contratos em andamento, como o de análise e monitoração de mercado para fundos europeus de commodities interessados na projeção da produção de petróleo no Brasil. Fomos também contratados para realizar análises técnica e econômica de ativos que a Petrobrás colocou à venda. Em parceria com a EY, desenvolvemos um trabalho técnico para o IBP de projeção de demanda por bens e serviços do mercado nacional nos próximos anos. Apoiamos a Petrorio na avaliação de reservatórios e custos de produção. Temos projetos de parceria na área de descomissionamento e outro na área de integridade de equipamentos e instalações. Recentemente, fechamos uma aliança global com a consultoria Endeavour Management, que detém profissionais altamente qualificados com forte atuação no Golfo do México.
Como avalia o mercado de óleo e gás do Brasil após as recentes mudanças regulatórias?
Consideramos o Brasil um mercado com as melhores oportunidades na indústria de petróleo mundial. As recentes mudanças regulatórias colaboraram para a atração de investidores. Ainda há o que ser feito mas as perspectivas são boas e, logicamente, os primeiros investidores certamente vão aproveitar as melhores oportunidades. Muitos ativos que estão hoje com a Petrobrás deverão ser liderados por empresas privadas, tais como campos maduros, além de parcerias em campos em desenvolvimento que tornam ainda mais pujante esta indústria.
Com relação a estas novas regulamentações, um ponto sempre polêmico refere-se ao conteúdo local requerido. Acreditamos que a B-in pode colaborar muito nisto. Um item crucial que não costuma estar na agenda das discussões é o peso representado pelas especificações técnicas que interferem significativamente na capacidade de atendimento ao conteúdo local. Em muitos casos, a especificação técnica pode ser ajustada a priori, e será o fator determinante para que um projeto atinja com melhor desempenho econômico o índice requerido do conteúdo local.
Em todo este contexto, as mudanças regulatórias estão promovendo o ambiente propício para ampliação das oportunidades.
Como a empresa pretende atuar, junto aos clientes, na área do pré-sal?
Temos profissionais que atuaram diretamente no pré-sal e conhecem bem os problemas enfrentados pela Petrobrás e os desafios ainda a serem superados. Acreditamos que podemos ajudar parceiros não-operadores no pré-sal facilitando o entendimento e as suas particularidades. Do lado dos novos operadores, podermos ajudá-los nas revisões de seus planos de desenvolvimento, encurtando a curva de aprendizagem. Muitos trazem em sua bagagem grandes experiências em outras áreas do mundo, Costa Oeste da África por exemplo. Neste contexto, sem sobrepor aos seus quadros técnicos, podemos fornecer o que chamamos de “contextualização Brasil” reduzindo análises contingenciais e mitigando riscos por meio de uma estimativa mais precisa da realidade brasileira.
Além do pré-sal, que outros setores de óleo e gás do Brasil são potenciais?
De fato, as oportunidades vão além do pré-sal. Na região da Foz do Amazonas, a Margem Equatorial é uma relevante fronteira que necessita superar entraves ambientais para acelerar as campanhas exploratórias. Há ainda as novas fronteiras chamadas de “não convencionais” nas Bacias do Parnaíba, São Francisco e Recôncavo. Estas acumulações são estratégicas para o governo, pois permitem desenvolver regiões carentes do Brasil. Neste contexto, por conta de presença da B-in no Texas, podemos promover a integração das empresas brasileiras com várias empresas norte-americanas que estão reconfigurando o panorama mundial por meio das novas tecnologias de fraturamento hidráulico.
A área de gás também tem um potencial de crescimento ainda não perfeitamente explorado. Acreditamos que a abertura e regulamentação deste setor tragam novos players para os segmentos de tratamento, transporte e distribuição. A perspectiva de oferta crescente e o melhor aproveitamento do gás produzido contribuirão para uma maior presença do gás na matriz energética brasileira.
Como enxerga a questão do descomissionamento de plataformas no Brasil e como pretendem trabalhar nesse segmento?
Acreditamos que descomissionamento e extensão da vida de campos maduros não são conflitantes, como alguns acreditam. Os Fatores de Recuperação dos reservatórios offshore no Brasil poderiam, ou mais, deveriam, ser mais eficientes. Entretanto, as incertezas nas regras de descomissionamento não promovem os investimentos, pois trazem riscos nos custos de abandono que podem inviabilizar projetos de aumento da recuperação e extensão da produção. Portanto, precisamos de uma regulamentação clara, transparente e pragmática e, preferencialmente, prescritiva, mais alinhada ao modelo americano, que diminua a dependência de interpretações. Por exemplo, os critérios e definição para criação de recifes artificiais, abandono de poços e dutos submarinos, descarte de instalações, prazos início da execução, dentre outras questões, têm que estar claramente estabelecidos. Tudo que puder ser feito para reduzir os riscos e não se transfira as incertezas referente ao passivo ambiental para o futuro, facilita os investimentos necessários para o prolongamento da produção dos campos.
Conforme já mencionado, a presença da B-in no Rio e em Houston promove relevante integração com a indústria mundial de óleo e gás. Já estamos trabalhando em parceria com empresas especializadas neste segmento que aportam novas tecnologias e experiência internacional, enquanto que nosso time congrega profissionais que trabalharam na implantação e desenvolvimento das áreas a serem descomissionadas no Brasil. Assim, temos os ingredientes necessários para um ótimo desempenho.
Quais as perspectivas de crescimento para este ano?
Para a B-in, esperamos que a continuidade do plano de desinvestimentos da Petrobrás e das rodadas de licitação de blocos impulsione a entrada de mais companhias no setor e consequente extensão da base de clientes. Adicionalmente, estamos desenhando outros projetos com EY e estruturando uma parceria com escritórios de advocacia na área de regulação. Temos também uma atividade voltada para os projetos de pesquisa e desenvolvimento onde nossos profissionais, muitos deles PhD’s, podem ajudar as empresas a melhor utilizar incentivos governamentais existentes.
E quais estratégias a B-in Partners adotará para conquistar novos negócios?
A nossa estratégia foi de criar uma estrutura horizontal espelhando as diversas áreas de uma operadora integrada. Há membros técnicos responsáveis por cada atividades da cadeia da indústria de Petróleo, iniciando na geofísica, geologia, reservatórios, poços, indo até a comercialização, sem deixar de citar atividades muito especializadas neste interim como por exemplo elevação e escoamento ou ainda análise econômica de projetos. Recentemente ampliamos nosso time na área de refino e biocombustível. Com profissionais altamente qualificados, podemos apresentar uma resposta rápida e integrada a nossos clientes. Acreditamos ainda que eventualmente poderão nascer empresas dos diversos segmentos a partir do nosso time e que seguirão seu curso próprio financiadas por investidores privados. No entanto, a ideia é manter a essência de apoiar as empresas para desenvolver a indústria brasileira com suporte do conhecimento e experiência que adquirimos na Petrobrás, empresa que temos orgulho de termos construído parte de sua história.
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