CONSULTORIA PARA CONTEÚDO LOCAL BUSCA ATENDER A DEMANDAS CRESCENTES DA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO | Petronotícias




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CONSULTORIA PARA CONTEÚDO LOCAL BUSCA ATENDER A DEMANDAS CRESCENTES DA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO

Por Luigi Mazza (luigi@petronoticias.com.br) –

wlamir martinsA política de conteúdo local é uma realidade que veio para ficar, e a cada dia aumenta a necessidade das empresas de se adaptarem às exigências de produção na indústria brasileira. Diante de uma cobrança crescente por parte de entidades como a Agência Nacional do Petróleo (ANP), tem crescido nos últimos tempos o foco dado ao cumprimento dos índices, mas o mercado nacional enfrenta ainda um grande despreparo para lidar com as cláusulas do regramento. Atenta a esse mercado, a empresa de consultoria Premiumbravo vem ampliando seu atendimento a empresas para o planejamento de conteúdo local e enxerga na área um forte potencial para se consolidar na indústria de óleo e gás. De acordo com o sócio da companhia, Wlamir Martins, a nova iniciativa tem como objetivo ofertar serviços de cálculo de multa, elaboração de cláusulas contratuais e planos estratégicos, mirando grandes operadoras e fornecedores do setor. As multas cobradas por não cumprimento da regra são altas e frequentes, o que vem impulsionando mudanças na forma como as empresas tratam a questão e gerando uma sensibilidade maior. Segundo Martins, o mercado hoje é mais preparado para lidar com as exigências, mas ainda há muito o que melhorar, principalmente nas companhias estrangeiras que chegam ao país. “A questão do conteúdo local acaba não sendo privilegiada quando a empresa entra no mercado. Mas esta é uma indústria de valores estratosféricos e, recebendo uma multa por não cumprimento do conteúdo local, a empresa talvez não seja capaz de dar continuidade ao seu planejamento”.

Quais são os serviços oferecidos pela empresa nessa área?

Nós desenvolvemos um cardápio de serviços identificando o que hoje está mais latente em termos de necessidade, tanto para operadores quanto para fornecedores. Oferecemos assessoria para cálculo de multa, cálculos compensatórios, planejamento estratégico, elaboração de cláusula contratual de conteúdo local, entre outros serviços. Também ajudamos na gestão de custos, além da preparação e emissão de relatórios trimestrais de investimentos.

A Premiumbravo já atende a empresas do setor?

Este trabalho é um produto novo, então no momento estamos fazendo as apresentações e prospecções. Percebemos que há uma carência nessa área do mercado. Temos um núcleo de profissionais com experiência no setor, o que nos dá a oportunidade de prestar serviços à indústria de óleo e gás.

Já vêm sendo feitas negociações para o serviço de consultoria?

Sim, já estamos fazendo um roadshow. Visitamos pelo menos três grandes empresas, mas não tenho autorização para dizer quais são. Mas as três são concessionárias, e todas estrangeiras.

Quais são os maiores desafios para as companhias do segmento?

Falta uma maior estruturação, pelo que vejo nas companhias. Não parece, mas muitas empresas concessionárias não têm uma estrutura robusta para a administração dessas informações. Às vezes, apenas uma pessoa é responsável por isso tudo e não tem a expertise para fazer cálculos de multa ou emitir os próprios relatórios.

Quais são hoje as principais demandas?

Uma das mais importantes é o planejamento estratégico no que tange ao conteúdo local. É fundamental que as empresas se planejam desde o estágio preliminar até o último, e isso é ainda mais importante para as companhias internacionais. Para elas, pesa a questão cultural, do conhecimento das regras locais, as leis para constituição de empresas e o estabelecimento em outro país. As mãos são pesadas, como pudemos ver no caso da BG, que foi multada em R$ 275 milhões por não cumprimento da regra.

Existe atualmente uma maior atenção nesse sentido?

A questão do conteúdo local acaba não sendo privilegiada quando a companhia entra no mercado. Mas esta é uma indústria de valores estratosféricos e, recebendo uma multa por não cumprimento do conteúdo local, a empresa talvez não seja capaz de dar continuidade ao seu planejamento.

A Premiumbravo tem maior foco em alguma área da cadeia?

Nós atuamos junto a empresas concessionárias e fornecedoras, é um trabalho inovador. Nosso cardápio de serviços não é finito. Nós pontuamos necessidades nos três primeiros elos da cadeia, e os serviços tendem a crescer conforme identificamos as demandas de cada empresa.

Quanto o setor de óleo e gás representa para a Premiumbravo?

Ela é representativa, porque essa indústria tem valores muito altos. Diante da nossa meta de crescimento de 70% em até três anos, o setor pode representar até 10% do faturamento da empresa. Este nosso serviço está saindo agora, mas, pela sua robustez e capacidade, a nossa expectativa é de que essa meta seja alcançada até 2017.

A empresa tem unidades em que regiões?

Rio de Janeiro e São Paulo, mas atendemos empresas do Brasil inteiro. Estamos estudando nos expandir para outros centros, e temos interesse em Goiás, Minas Gerais, Salvador, possivelmente Recife e até Porto Alegre.

A preocupação com conteúdo local vem aumentando muito nos últimos tempos?

Mesmo com a implementação da obrigatoriedade de umas rodadas pra cá, não havia antes essa cobrança da forma que está sendo feita hoje pela ANP. As empresas ainda têm muita dificuldade em tratar essas questões de forma adequada. Nosso trabalho é outsourcing de serviços, e podemos funcionar como uma extensão da equipe dessas companhias. Não estamos servindo recursos, mas vendendo serviços. Já entramos prontos, com uma equipe de diversas áreas, para auxiliar essas empresas.

Como o senhor avalia a pressão por mudanças nas regras de conteúdo local?

É legítimo, na minha opinião, porque tudo é um processo evolutivo e precisa receber ajustes conforme vai sendo experimentado na prática. Hoje, as empresas que conseguem atender às exigências fazem isso com muito sacrifício e ao final recebem um tapinha nas costas, de acordo com os depoimentos que escuto. Algumas entidades dizem que para entrar no jogo é preciso saber a regra, e, sabendo, é preciso cumprir, mas outros fatores são importantes. A política de conteúdo local precisa ser parte integrante de uma política industrial, o que precisa ser consolidado.

E como enxerga a sinalização do governo para uma flexibilização?

O governo federal precisa estar sempre atento. Quando se põe algo em prática, é preciso ajustar os parafusos e ir melhorando. Hoje, é necessário um olhar mais racional diante daquilo que as empresas podem atender. O que vem sendo apresentado pelo governo vai de encontro a algumas solicitações antigas, mas podem dar um novo estímulo aos players.

Mas as empresas têm conseguido se adaptar?

As empresas estão evoluindo de acordo com o comportamento do mercado e estão se estruturando. Como nós levamos essa proposição para consultoria, percebemos que existe uma receptividade alta, uma sensibilização no sentido de executar isso corretamente. Então acho que vai ter melhoria sim, por bem ou por mal. Ou as companhias vão aprender sendo multadas ou farão um processo para não deixar que erros aconteçam, atuando de forma preventiva.  

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