CONSULTORIA DO SENADO AVALIA IMPORTÂNCIA DOS RESERVATÓRIOS NOS PROJETOS HIDRELÉTRICOS
Por pressões de ambientalistas, o governo deixou de incluir a construção de reservatórios nos projetos de hidrelétricas no fim da década de 1990, priorizando as usinas a fio d’água. Na avaliação de um estudo da Consultoria Legislativa do Senado, instalar usinas sem barragem é como abdicar de poços de petróleo. Segundo os consultores Omar Alves Abbud e Marcio Tancredi, além de aumentar a confiabilidade do abastecimento, os reservatórios ajudam a gerar energia a custos mais baixos e praticamente sem emissão de dióxido de carbono, inclusive nos períodos de seca.
Com o objetivo de solucionar dificuldades encontradas em cursos de água, para expandir a oferta de energia elétrica, um projeto pronto para ser analisado pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) determina a construção de obras de eclusas concomitantemente à de hidrelétricas, quando se tratar de rios que sejam navegáveis durante pelo menos seis meses por ano. Para o relator da proposta, senador Blairo Maggi, além de alternativa de escoamento mais barata, a medida é menos danosa ao meio ambiente, por respeitar o período de desova dos peixes e garantir os deslocamentos das populações ribeirinhas.
De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), considerando-se os reservatórios de todas as usinas já instaladas ou em construção na Amazônia, a área alagada seria de 10.500 km² de floresta, o correspondente a 0,16% de todo o bioma amazônico. “Um tamanho irrisório, diante da extensão da Floresta Amazônica, que é de cerca de 6 milhões de quilômetros quadrados”, afirmou Tancredi, acrescentando que especialistas em outros tipos de energia, como a eólica, por exemplo, também são favoráveis à construção de reservatórios para garantir a continuidade do abastecimento, pois, mesmo com baixo impacto ambiental e relativo baixo custo, essas fontes não são confiáveis, por serem intermitentes.
Deixe seu comentário