CONSUMO DE ENERGIA CRESCEU 2,5% E MOSTRA SETOR DE SERVIÇOS EM ALTA E O MATO GROSSO COMO PRINCIPAL DESTAQUE
O consumo de energia elétrica no Brasil é um bom parâmetro para atestar o crescimento da economia. O uso de eletricidade subiu 2,5% em abril na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados preliminares do Boletim InfoMercado Quinzenal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Ao todo, o país consumiu 65.256 megawatts médios. A maior parte foi demandada pelo Ambiente de Contratação Regulada (ACR), o mercado regulado, que fornece energia para pequenas e médias empresas, o comércio e as residências. Esse segmento utilizou 42.030 MW médios, volume 0,4% acima do registrado em 2021. O restante foi absorvido pelo Ambiente de Contratação Livre (ACL), o mercado livre, no qual a indústria e grandes empresas, como shoppings e redes de varejo, negociam diretamente com fornecedores. Nesse setor, foram consumidos 23.227 MW médios, montante 6,5% maior no comparativo anual.
Como a migração de cargas entre esses dois ambientes pode influenciar os dados, a CCEE também faz uma leitura do consumo desconsiderando esse efeito. Excluindo os consumidores que trocaram de mercado nos últimos 12 meses, o ACL teria crescido menos, cerca de 3,1%, e o ACR avançado mais, com alta de 2,2%. Outro fator que pode impactar é a geração distribuída, que são painéis solares instalados em residências e empresas, reduzindo a demanda do Sistema Interligado Nacional (SIN). Sem esse tipo de tecnologia, a demanda do ACR também seria 2,2% superior. Desconsiderando a migração de cargas, nas 15 áreas da economia que a CCEE monitora, em abril foram observados aumentos significativos nos setores de Serviços (21,6%), Madeira, Papel e Celulose (18,3%), Bebidas (14,2%), Químicos (7,8%) e Transporte (7,8%). Os maiores recuos foram registrados nas indústrias metalúrgica, automobilística e têxtil, cada uma com quase 3% de queda, no comparativo anual. Desconsiderando a migração de cargas, nas 15 áreas da economia que a CCEE monitora, em abril foram observados aumentos significativos nos setores de Serviços (21,6%), Madeira, Papel e Celulose (18,3%), Bebidas (14,2%), Químicos (7,8%) e Transporte (7,8%). Os maiores recuos foram registrados nas indústrias metalúrgica, automobilística e têxtil, cada uma com quase 3% de queda, no comparativo anual
O Mato Grosso registrou o maior avanço no consumo de energia elétrica em abril, alta de 12% em relação ao mesmo período do ano passado. Rondônia e Espírito Santo tiveram patamar semelhante, aumento de 11% em ambos, seguidos por Goiás, com 7%. Setores como Minerais Metálicos e Não-Metálicos, Alimentos, Comércio e Serviços puxaram as altas nessas regiões. Os estados com maiores recuos na demanda por eletricidade foram Rio Grande do Sul (-7%) e Piauí (-6%), influenciados por temperaturas mais baixas que as verificadas em abril de 2021, e o Pará (-5%), impactado por menor consumo no mercado livre, especialmente da indústria ligada à metalurgia. O cenário hidrológico mais favorável permitiu que as hidrelétricas entregassem 54.391 MW médios em abril, volume 12,3% maior do que mesmo período de 2021. Consequentemente, as termelétricas recuaram, fornecendo 6.428 MW médios ao SIN, montante 44,8% menor no comparativo anual. Destaque ainda para a geração solar, que cresceu 65,9% no mês passado, e para os parques eólicos, que produziram 12,5% mais eletricidade.
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