CONTRATAÇÃO DE TERMELÉTRICAS PELA PETROBRÁS QUANDO DELCÍDIO ERA DIRETOR SERÁ INVESTIGADA

O senador Delcídio Amaral (PT-MS) está no centro das atenções da Operação Lava Jato desde que teve sua prisão decretada no último dia 25. Além de já pesar contra ele a acusação de tentar atrapalhar as investigações no Supremo Tribunal Federal e no Supremo Tribunal de Justiça, Delcídio também terá investigadas as compras de termelétricas quando ele era diretor da Petrobrás no governo FHC, quando ainda era coligado ao PSDB.

A decisão de abrir uma investigação nesse sentido foi tomada pelo ministro Benjamin Zymler (foto) do Tribunal de Contas da União. As quatro usinas adquiridas pelo senador quando era da estatal geraram um prejuízo total maior que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O custo total calculado é de R$ 5 bilhões, somando Macaé Merchant  (hoje chamada Mário Lago), TermoRio, Eletrobolt (atual Barbosa Lima Sobrinho) e TermoCeará, enquanto a refinaria americana representou cerca de R$ 3 bilhões em perdas.

Responsável pela abertura do processo de investigação, o mesmo Zymler foi quem fez a relatoria do acórdão do TCU que validou as contas apresentadas à época por Delcídio e Cerveró, então subordinado do senador dentro da Petrobrás. O magistrado inocentou ambos de qualquer responsabilidade sobre os prejuízos.

Ao final do governo FHC o pais vivia uma possibilidade real de apagões, então foram contratatadas térmicas do tipo merchant. Esse tipo de contrato prevê que o Operador Nacional do Sistema (ONS) aciona estas usinas para compensar a baixa geração das hidrelétricas.

As usinas nunca alcançaram as metas de lucro estabelecidas no contrato e com isso a Petrobrás teve que arcar com a diferença.  Inicialmente foi pago um valor de R$ 2,8 bilhões aos sócios das usinas, mas prevendo que os prejuízos se manteriam a estatal preferiu adquirir integralmente as plantas por R$ 2,2 bilhões.