COPPE/UFRJ LANÇA CURSO PARA EXECUTIVOS DO SETOR DE ÓLEO E GÁS QUE ALMEJAM ASCENSÃO PROFISSIONAL

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

Uma nova janela para os profissionais que buscam atingir novas e maiores oportunidades dentro do mercado de óleo e gás. O Programa de Engenharia de Produção da Coppe/UFRJ vai iniciar, em abril, uma nova turma do seu curso de pós-graduação de Gestão de Operações. Diversos docentes que ministrarão as aulas possuem experiência na indústria petrolífera, permitindo que o conteúdo do curso consiga focar em várias disciplinas relacionadas ao setor. “O que esse público pode esperar ao fazer o curso é a migração do seu papel dentro das organizações, no sentido de ampliar o leque de atividades do seu escopo profissional”, detalhou o professor Heitor Calliraux (foto). “O público da primeira turma era composto por gestores em ascensão. Esse cenário deve repetir-se na segunda turma também. Esses profissionais já são gestores e estão buscando um aprofundamento em Gestão de Operações”, acrescentou. A primeira edição do curso já coleciona alguns resultados concretos, segundo o docente. Calliraux conta que uma das alunas do programa de pós-graduação aplicou os conhecimentos adquiridos no processo de envase de uma grande engarrafadora de gás. “Como resultado, a empresa conseguiu o aumento do envase e a redução dos defeitos desse processo”, disse. As informações completas sobre o curso e o formulário para inscrições estão disponíveis no site do Programa de Engenharia de Produção da Coppe/UFRJ.

Para melhor entendimento dos leitores, poderia começar a entrevista apresentando uma visão geral do curso de pós-graduação de Gestão de Operações?

O curso de especialização é organizado pelo Programa de Engenharia de Produção da Coppe/UFRJ, reconhecido pelo MEC, que dá direito a um certificado em especialista de Gestão de Operações.

O que entendemos por Gestão de Operações é a forma pela qual uma organização projeta, entrega, avalia e presta assistência técnica aos seus produtos e serviços. O curso está montado de tal forma que esse conjunto de atividades é apoiado por diversas disciplinas – tais como tecnologia da informação, projeto de serviços, estratégias de operações, entre outras. Essa será a segunda turma do curso, com início das aulas em abril.

Quais são as aplicações da Gestão de Operações na indústria de óleo e gás?

A indústria de petróleo e gás, como todos sabem, é vasta. É um setor com diversos operadores e diversos ciclos de operações. Várias pessoas do corpo docente do curso possuem experiência com o mercado de petróleo e gás. O professor Rodolfo Cardoso, por exemplo, que é gestor responsável pela disciplina de Qualidade, já fez vários trabalhos de gestão de confiabilidade em plataformas.

O professor Antônio Batista, por sua vez, foi responsável por todas as ações do Sebrae na área de óleo e gás. É um profundo conhecedor do setor. Além disso, na minha própria experiência profissional, já fiz vários trabalhos com o CENPES [Centro de Pesquisas da Petrobrás]. Então, temos um conjunto de professores com diversificadas experiências na área de óleo e gás. Isso permite que o conteúdo do curso consiga focar em várias disciplinas relacionadas ao setor.

Quais os resultados que as empresas e os profissionais podem esperar a partir dos conhecimentos adquiridos no curso?

A partir do conhecimento adquirido no curso, podemos esperar diversos tipos de ganhos. Por exemplo: uma das nossas alunas da primeira turma, que trabalha no setor de gás, fez um trabalho em uma grande engarrafadora de gás, que fatura R$ 3 bilhões por ano. Ela aplicou os conhecimentos adquiridos no curso na atividade de envase, de modo a aumentar a produtividade desse processo. Como resultado, a empresa conseguiu o aumento do envase e a redução dos defeitos desse processo.

Outra aluna fez um trabalho em uma empresa multinacional de PIG, com um estudo da aplicação do SAP – o maior sistema de gestão do mundo. Essa aplicação foi realizada nas unidades dessa empresa tanto no Brasil quanto na Alemanha. O resultado desse trabalho foi a redução dos erros na programação do uso de PIGs, acompanhada de aumento da produtividade.

Os aspectos de segurança também serão abordados durante as aulas?

O curso trabalha com dois focos relacionados ao aspecto de segurança. O primeiro deles parte do professor Francisco Duarte, que é o coordenador do Programa de Engenharia de Produção. O trabalho dele está bem relacionado aos centros de controle da Petrobrás. Eu diria que o  professor Francisco é o maior especialista brasileiro em ergonomia de óleo e gás.  Isso significa que ele irá tratar da aplicação de conceitos ergonômicos na gestão dos centros de controle – que, por sua vez, fazem a gestão do processo real das indústrias de óleo e gás.

O professor Rodolfo Cardoso, que mencionei antes, já fez vários trabalhos em plataformas. Um dos aspectos principais do trabalho dele é a gestão da manutenção, visando a eliminação dos riscos de acidentes derivados de uma performance inadequada. Por último, temos outro professor que trabalha com gestão à distância de plataforma. Isto é, como gerir uma unidade de produção offshore a partir do continente, diminuindo o numero de pessoas na plataforma e, consequentemente, reduzindo o risco de acidentes. Essas são três disciplinas voltadas para a redução de acidentes e maior segurança dos operadores de óleo e gás.

Qual será o público-alvo do curso?

O público da primeira turma era composto por gestores em ascensão. Esse cenário deve repetir-se na segunda turma também. Esses profissionais já são gestores e estão buscando um aprofundamento em Gestão de Operações. Ou seja, pessoas que já atuam como gestores e estão em ascensão na organização, visando uma posição com uma aplicação mais ampla e maior grau de responsabilidade. Em alguns casos, alguns desses profissionais estão migrando para uma função de gestor de áreas integradas.

O que esse público pode esperar ao fazer o curso é a migração do seu papel dentro das organizações, no sentido de ampliar o leque de atividades do seu escopo profissional, com a possibilidade de ter novas aplicações nessas empresas, migrando para uma atividade mais ampla.

Além da parte teórica, pode falar um pouco mais sobre as atividades práticas que serão desenvolvidas?

O curso é iminentemente prático, sustentado por conhecimentos conceituais gerados na universidade. Todas as disciplinas têm aplicações nas empresas dos alunos do curso. Além disso, os alunos produzirão uma monografia, um trabalho final de curso, com uma consolidação de todo o conhecimento. Em uma das disciplinas em que fui responsável, de Estratégias de Operações, os alunos fizeram trabalhos em suas companhias e convidamos os respectivos diretores dessas organizações para assistirem às apresentações desses trabalhos.