CP+ PREVÊ REAQUECIMENTO DO SETOR DE LICENCIAMENTO APÓS LEILÕES DA ANP
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
O leilão do campo de Libra, realizado segunda-feira (21), está sendo considerado como a maior licitação do segmento de petróleo e gás da história do país. A expectativa em torno da capacidade de produção de Libra é grande e a CP+, empresa de consultoria ambiental, compartilha essa perspectiva. Segundo o diretor da companhia, Marcelo Bacci, o setor de óleo e gás está muito aquecido no momento, principalmente por causa dos leilões promovidos pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) neste ano. A empresa de consultoria ambiental participou do licenciamento de importantes projetos, como o da plataforma P-34, do FPSO Seillean e do emissário do Comperj. O gerente de unidade operacional da CP+, Albertone Pereira, explica que durante o processo de consultoria, a equipe da companhia consegue apontar melhorias nos projetos, como soluções de novas tecnologias, planos ou até mesmo mudanças estruturais. A CP+ tem escritórios no Espírito Santo e no Rio de Janeiro e seu quadro de funcionários é composto por técnicos oceanógrafos, geoquímicos, biólogos, engenheiros florestais, entre outros. Além de serviços prestados para a Petrobrás, o portfólio da empresa também conta com trabalhos para ANP, Vale, OGX e BP.
Como é a atuação da CP+?
Bacci: Nossa companhia tem 35 anos de existência e começou atuando na área de consultoria ambiental, principalmente em licenciamento. Hoje, além disso, a CP+ oferece soluções ambientais em geral. Atuamos nos setores onshore e offshore, fazendo serviços em duas áreas distintas: meio ambiente e “survey” (coleta de dados primários).
Como é a atuação na parte de meio ambiente?
Albertone: A CP+ tem desenvolvido estudos nessa área há bastante tempo. Nós já trabalhamos no litoral do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Região Amazônica e Nordeste. Nós fazemos pesquisas nas fases de levantamento de dados, de perfuração, de teste de produção e de produção comercial. A CP+ faz diferentes estudos para obtenção de licenciamento prévio, além de monitorar o atendimento de condicionantes de todas essas fases que envolvem a exploração de petróleo.
E na área de coleta de dados primários?
Bacci: Para explicar melhor como funciona, vou dar o exemplo do nosso maior contrato nesta área. Nós fazemos coleta de dados ambientais para todas as plataformas da Petrobrás no Brasil. Quando a Petrobrás obteve a licença para operar estas plataformas, a estatal se comprometeu a levantar uma série de dados para garantir que não houvesse nenhum dano ambiental. Então, nós coletamos e repassamos essas informações para a Petrobrás.
Como se dá o processo de licenciamento?
Albertone: Para obter a licença de operação de algum empreendimento, a empresa precisa fazer uma série de estudos que serão apresentados ao órgão ambiental estadual ou federal. Então, os dados coletados durante essas pesquisas são consolidados dentro de um relatório que é apresentado ao órgão ambiental que, por sua vez, avalia se concede ou não a licença. No caso da cadeia de óleo e gás, principalmente para as atividades no mar, esse órgão sempre é o IBAMA.
Os senhores poderiam falar um pouco sobre a importância desses estudos?
Albertone: Eles são fundamentais, pois levantam os possíveis impactos ambientais do projeto e mostram como lidar com eles. Muitas vezes, durante os estudos, a nossa equipe é capaz de dar ao empreendedor algumas sugestões de melhorias, como soluções de novas tecnologias ou mesmo a mudança física do projeto. Nós já fizemos modificações em projetos que resultaram na redução de emissões atmosféricas, melhorando a qualidade ambiental da região. No segmento de exploração offshore, a CP+ também elabora planos de emergência para seus clientes.
Poderia citar alguns projetos em que vocês atuaram recentemente?
Albertone: Na área de meio ambiente, nós executamos diversos projetos, como a instalação da P-34, a instalação do FPSO Seillean, o gasoduto no norte do Espírito Santo, o emissário do Comperj, entre outros.
Como é o processo de licenciamento no pré-sal?
Albertone: Nós fizemos um licenciamento ambiental para a atividade de perfuração de área do Espírito Santo, realizado em 2010 para a Petrobrás. Esse projeto contemplou licenciamento de poços em um polígono no litoral desse estado. Com isso, os estudos levaram em conta uma maior abrangência geográfica e se valeram de processos sistêmicos e integrados, dentro de uma lógica ambiental mais adequada. Este modelo de licenciamento ambiental em áreas de perfuração é definido como licenciamento regional. Como essa experiência obteve muito sucesso, o pré-sal começa a seguir esse modelo.
Quais foram os resultados desse licenciamento regional?
Albertone: A Petrobrás obteve, por meio desses estudos, uma licença que permitia um quantitativo de poços perfurados por ano dentro de um polígono estabelecido no litoral do Espírito Santo.
Qual a expectativa de fomento às áreas de negócios em que a CP+ atua com o Leilão de Libra?
Bacci: As novas licitações vão gerar maior demanda no setor de licenciamento, que ficou vários anos sem novos negócios por conta da falta desses leilões. Ou seja, o segmento vai se movimentar e nós estamos nos preparando para participar da retomada do mercado.
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