CPI DA PETROBRÁS JÁ COMEÇA DESACREDITADA POR CONTA DE DOAÇÕES DE EMPRESAS INVESTIGADAS

A composição da nova CPI da Petrobrás já chegou exalando um aroma de pizza pelos corredores do Congresso Nacional. Mais uma vez, a expectativa de que a comissão pudesse levar a algum lugar concreto foi jogada por água abaixo com a escolha de parlamentares que receberam grandes doações para campanha das empreiteiras investigadas na Lava Jato.

O presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), por exemplo, teve 60% de sua última campanha paga com recursos de empresas investigadas na operação da Polícia Federal. Somente em 2014, foram R$ 451 mil das empreiteiras Andrade Gutierrez e Odebrecht.

Já o relator da comissão parlamentar, Luiz Sérgio (PT-RJ), recebeu R$ 962,5 mil de quatro grandes empreiteiras acusadas de participação nos esquemas da Petrobrás: Queiroz Galvão, OAS, Toyo Setal e UTC. A soma recebida representou 39,6% dos valores arrecadados para sua campanha.

Além deles, outros seis parlamentares que fazem parte do comando da nova CPI receberam doações de campanha de empreiteiras citadas nas investigações. Foram os deputados Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Paulo Pereira da Silva (SD-SP), Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Julio Delgado (PSD-MG), Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Otávio Leite (PSDB-RJ). Todos negaram influência e garantiram que vão pautar suas posturas de forma independente.

No entanto, a impressão que já impera fora do parlamento é a de que mais tempo será perdido, dinheiro público gasto e pouco ou nenhum – mais provavelmente nenhum – resultado prático virá dessa nova CPI criada com receita velha.