CPI SOBRE VENDA DE ATIVOS TEM DENÚNCIAS GRAVES CONTRA PEDRO PARENTE E EX-EXECUTIVOS DA PETROBRÁS | Petronotícias




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CPI SOBRE VENDA DE ATIVOS TEM DENÚNCIAS GRAVES CONTRA PEDRO PARENTE E EX-EXECUTIVOS DA PETROBRÁS

azz-1-2A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro que investiga o desmonte da Petrobrás, ganhou musculatura e o contorno das graves denúncias apresentadas pela advogada Raquel de Sousa, da Federação Nacional dos Petroleiros, uma das líderes do combate ao plano de desinvestimento da Petrobrás. Ela prestou depoimento à CPI ao lado de dois secretários executivos também da FNP: Adedson Bezerra Costa, e Eduardo Henrique Soares da Costa. Eles detalharam algumas acusações envolvendo o presidente da Petrobrás, Pedro Parente, que foi acusado por eles de terem beneficiado principalmente a Statoil e a Total. As denúncias envolveram também dois nomes novos: o ex-presidente interino da Petrobrás, José Coutinho Barbosa, e a ex-presidente da TBG Luciana Rachid. Os dois, atuais altos executivos da australiana Karoon, estariam envolvidos na venda irregular dos Campos de Baúna e Tartaruga Verde, segundo depoimento da advogada.

Raquel de Souza e os secretários da FNP

Raquel de Sousa e os secretários da FNP

As denúncias são de que a estatal  está pondo a venda seus  ativos e sendo desmontada a toque de caixa, a qualquer preço. Inclusive estão fazendo uma série de vendas de ativos estratégicos, sem licitação. A CPI é presidida pelo deputado Paulo Ramos, que defendeu a importância da estatal para a soberania nacional. “O petróleo ainda é, e será por muitos anos, a principal fonte de energia para o mundo, e o Brasil, que vem descobrindo mais reservas de petróleo, não pode, de forma alguma, entregá-lo a interesses escusos e conhecidos”, afirmou.

Dep. Paulo Ramos - Presidente da CPI

Dep. Paulo Ramos – Presidente da CPI

O Plano de Desinvestimento   prevê a venda de ativos no valor de US$ 21 bilhões até o próximo ano. Uma das denúncias que mais chamou a atenção dos presentes a venda do campo de Carcará à Statoil,  empresa estatal da Noruega. Com estoque estimado em 3 bilhões de barris de petróleo, foi vendida por US$ 2,5 bilhões. “Ou seja, menos de um dólar por barril. Veja as principais denúncias:

A advogada Raquel Sousa entregou um longo documento à CPI, mas que resume todas as denúncias da Federação dos Petroleiros.  Já há dez ações populares em Sergipe para impedir essas vendas. A começar pela criação de uma norma interna, sem amparo legal, segundo a advogada, para vender um patrimônio público bilionário, sem licitação.  A começar pela venda dos Campos de Baúna e Tartaruga Verde.  A FNP acusa de prática de improbidade administrativa em altíssimo grau, e especial pelo Presidente Pedro Parente, segundo Raquel de Sousa. Segundo ela, ficou evidenciado beneficiar pessoas e empresas “para serem presenteadas com este patrimônio.”

Um desses exemplos, diz, ocorreu no caso da venda desses campos. Tartaruga Verde, na Bacia de Campos, e Baúna, na Bacia de Santos.  A Karoon estaria comprando com a Woodside, petroleira australiana, que negou estar participando do negócio. A Petrobrás sabia desse fato, mas ainda assim recorreu a justiça para garantir a venda para a Karoon, que tem capital social inferior quatro vezes ao preço de venda do Campo de Baúna.  Os preços ofertados foram considerados irrisórios, considerando o grande potencial dos dois campos.  O caso foi parar nas mãos da Ministra Carmen Lúcia,  do Supremo Tribunal,  que grifou os termos “preço vil” e “ sem licitação” e encaminhou o caso para a Procuradoria da República.

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José Coutinho Barbosa

Raquel de Sousa levanta duas outras hipóteses graves para o interesse da venda desses campos para a Karoon: a empresa australiana tem entre seus principais executivos, José Coutinho Barbosa, que trabalhou por 38 anos na Petrobrás. Chegou a ser presidente interino da companhia entre 8 e 24 de março de 1999, quando Parente era o presidente do Conselho de Administração da Petrobrás. Parente teria indicado o nome de Barbosa ao Presidente Fernando Henrique. Graduado em Geologia, ingressou na Petrobrás,  em 1965. Exerceu  funções técnicas e gerenciais, no País e no exterior. Gerente de Exploração da Braspetro,  no Egito, foi Presidente da Petrobrás América (1987/1991), Vice-Presidente Executivo da Petrobrás Internacional (1992/1998), Diretor de Exploração e Produção da Petrobrás de 1999 até seu desligamento em janeiro de 2003, quando incorporou a Firma Net Pay Óleo & Gás Ltda., para a prestação de serviços de consultoria nas áreas de óleo e gás.

Guilherme Estrela, Ex-Diretor da Petrobrás

Guilherme Estrela, Ex-Diretor da Petrobrás

Raquel Sousa lembrou uma denúncia do ex-diretor Guilherme Estrela contra Barbosa, que teria segurado a exploração de vários campos, para que as concessões fossem vencidas e entregues à ANP para que fossem postos a venda.  De oito campos que Barbosa era o administrador, seis foram devolvidos considerados improdutivos. Um deles, no Parque das Baleias, foi vendido para a Statoil. Além de José Coutinho, a Karoon tem dentre seus funcionários, a ex-gerente executiva, Luciana  de Bastos Rachid. Ela saiu da Petrobrás no início de agosto de 2016 e contratada no final de agosto do mesmo ano pela  Karoon, justamente na época em que estava sendo  gestada a venda dos campos para a empresa australiana. A Karoon tem apenas um campo no Brasil: Echidna, por coincidência, vizinho de Baúna, segundo a advogada.  Luciana Rachid está no Conselho de Administração da Karoon Gas Australia. Ela foi  Presidente da Gás Brasiliano Distribuidora, Diretora da Transportadora Associada De  Gás e Presidente & Diretor Presidente da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil. Ela também atuou no conselho da Companhia de Gás de Minas Gerais e da Companhia Paranaense de Gás.

Luciana Rachid

Luciana Rachid

Raquel de Sousa também denunciou a CPI a venda da Nova Transportadora Sudeste. A venda de 90% da malha de gasodutos Nova Transportadora Sudeste (NTS), de 2,5 mil km por US$ 5,19 bilhões Consideramos a operação de venda da NTS para um grupo de fundos de investimentos, liderados pela canadense Brookfield. Na realidade está sendo vendido um monopólio natural, que é a malha de gás, ao grupo estrangeiro que irá suprir a região mais industrializada e rica do país concentrando cerca de 60% do consumo brasileiro, por onde será escoado todo gás do pré-sal.  Sem o controle da NTS, a empresa terá que pagar à canadense Brookfield para transportar seu  próprio gás e concorrer com a produção de outras operadoras. A Petrobrás vende e aluga. E paga, mesmo sem utilizar. Quando utilizar, vai pagar mais caro por seu uso. Ou seja, a clásula que prevê o pagamento sem utilização  não faz o menor sentido, já que o os investidores simplesmente não investiram nem um tostão para construir a malha de dutos do sudeste. A Petrobrás vai pagar RS$ 3 Bilhões de reais por ano, durante 20 anos, pela tarifa anual.

No caso da Petroquímica de Suape, A venda da participação da Petrobrás na Companhia Petroquímica de Pernambuco e na Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe), as quais formam o Complexo Petroquímica Suape (PQS), está sendo realizada para o grupo Petromex e para a Dak Americas Exterior, subsidiárias da mexicana Alpek, por U$ 385 milhões.   Análise dos resultados negativos alcançados pelas duas empresas e alardeados pelos administradores da Petrobrás como justificativa para vende-las por valor absurdamente irrisório, não pode deixar de considerar os seguintes aspectos:

O exercício de 2015, teve melhora substancial dos indicadores do balanço, quando comparados com os de 2014. O PTA é matéria prima para a produção da resina PET, insumo para a fabricação de garrafas, embalagens e vasilhames plásticos, cujo mercado, historicamente, cresce a taxas elevadas. A Petroquímica SUAPE, com capacidade para 640 mil toneladas/ano de PTA está sendo muito prejudicada por acordo comercial celebrado pelo Governo Brasileiro com o México que permite importações do produto com isenção de impostos.  O Complexo Industrial que se pretende entregar a grupo multinacional, constituindo um monopólio privado estrangeiro, ainda não teve sua construção concluída em decorrência de precipitada e equivocada decisão da Petrobrás de interromper as obras, em avançado estágio de execução. Grande parte, senão a totalidade dos equipamentos necessários à conclusão da unidade produtora de Poy da Citepe, já estaria no canteiro. A conclusão desta unidade é fundamental para a viabilização do projeto.

Termobahia

Termobahia

Outra denúncia trazida à CPI foi ao acordo de parceria com a empresa francesa Total. A advogada defende que a Total foi condenada em vários países por fraudes em compras de campos de petróleo.  Que a Petrobrás, pela atual atuação em que vive na Operação Lava Jato, não deveria fazer acordo com que considera uma empresa corrupta. Por lei, a Petrobrás não pode fazer acordos comerciais com empresas envolvidas em escândalos de corrupção, assim como a estatal brasileira faz com empresas de engenharia do Brasil. Pelo acordo, a Total está recebendo os Campos de Lapa e Iara e a Termobahia, que acaba de ter suspensa a sua venda pela justiça.

Outro caso e a venda do Campo de Carcará, uma das jóias do pré-sal, o preço do Barril, vale o mesmo que uma lata de Coca-ssxsxCola.  A venda de Carcará foi anunciada em julho de 2016 e concluída em novembro. A Statoil anunciou em seu site que o campo deve conter um volume de óleo equivalente recuperável  de até 1,3 bilhão de barris. A maior incerteza está no volume que realmente pode e deverá ser muito maior, pois o campo ocupa uma área equivalente a distância entre a Barra da tijuca até a Baía da Guanabara, e a coluna de óleo em um dos poços é maior em 75 metros do que a altitude do Pão de Açúcar, que é de 396m. Somente 3 poços foram perfurados nesta acumulação. Apenas para exemplificar, em Búzios, o maior supergigante do Pré-Sal, de 2014 para 2015 o volume de petróleo inicialmente  variou em cerca de 3,2 bilhões de barris, conforme os Boletins Anuais de Reservas (BAR) dos respectivos anos emitidos pela ANP. Variando o volume, varia também o volume de óleo recuperável. Assim com a perfuração de mais poços a reserva de Carcará poderá aumentar consideravelmente. Os poços perfurados em Carcará confirmaram a presença de petróleo de excelente qualidade de 31 graus API e sem contaminantes (CO2 e S) e rochas reservatório também de excelente qualidade. Testes de formação realizados em um dos poços perfurados em 2015 confirmaram a continuidade do reservatório, ou seja, que o reservatório atravessado nos 3 poços é o mesmo, e que a produtividade é elevada (médias de 20 mil a 30 mil barris por dia são comuns a alguns campos do pré-sal). A  área teria 2 bilhões de barris recuperáveis, mas que a Petrobrás anunciou uma estimativa de 0,8 a 1,3 bilhão de barris recuperáveis quando divulgou a venda para a Statoil. Ele calcula que os preços pela participação no bloco deveriam ser de no mínimo US$ 5 por barril, podendo atingir facilmente US$ 8 por barril, o que avaliaria a área em algo entre US$ 10 bilhões e US$ 16 bilhões (US$ 6,6 bilhões a US$ 10,56 bilhões pela participação de 66% da Petrobrás.

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joão batista de assis pereira
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joão batista de assis pereira

CONTINUIDADE DA PRÁTICA DE ILÍCITOS EM GRANDE ESCALA NA PETROBRAS: Considerando que a Petrobras pagou a União Federal o valor de 8,5 dólares por barril de petróleo “in sito” no processo de capitalização do pre-sal o valor menor que um dólar o barril na venda do campo de Carcará à Statoil, empresa estatal da Noruega configura uma verdadeira entrega do patrimônio público a preço vil e sem licitação. Em relação a venda da malha dutoviária do gasoduto NTS a Petrobrás vendeu por 6,8 bilhões, 90 por cento desse imenso e estratégico patrimônio estatal por cerca de 6,8 bilhões de reais… Read more »

joão batista de assis pereira
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joão batista de assis pereira

PETROBRAS SUCUMBE SOB EFEITOS MALÉVOLOS DO IPO DA BR E PAGAMENTOS TRIBUTÁRIOS CONTROVERSOS PARA EQUILIBRO DE CONTAS DO GOVERNO FEDERAL. https://www.linkedin.com/pulse/petrobras-sucumbe-sob-efeito-recorrentes-de-cobran%C3%A7a-para-pereira?published=t João Batista Assis Pereira consultor na petrobras Petrobras aportará R$ 6,3 bi em reestruturação da BR Distribuidora. O Conselho da Petrobras aprovou reestruturação societária da subsidiária Petrobras Distribuidora (BR), que implicará aporte de capital e em cisão parcial da unidade, segundo comunicado. A Petrobras aportará R$ 6,3 bilhões na reestruturação. O recurso gerado pelo aporte de capital da Petrobras na BR será utilizado integralmente para o pré-pagamento de dívidas, contraídas anteriormente pela BR e garantidas pela Petrobras, segundo o… Read more »

Luciano Seixas Chagas
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Luciano Seixas Chagas

As questões da Petrobras sempre são colocadas de modo obscuro, sempre confundindo os leitores muitas vezes emprenhados pela mídia que publica o quer quer, ou lhe é conveniente, menos a verdade dos fatos, não nos deixando tirar nossas próprias conclusões. Primeiro, o Gestor da transparência da Petrobras do senhor Pullen Parente e séquito é demitido ou afastado por práticas obscuras, ao beneficiar a empresa da sua filha (nepotismo explícito). Haja transparência e choque de gestão! Depois contratam-se empresas de compliance, como se ética não fosse algo sempre existente na Petrobras, e torna-se objeto de contrato e não de valor. Pasmem!… Read more »

Manuel Freitas
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Manuel Freitas

É triste mas é a realidade ver que na Assembleia do Estado se abre uma CPI para um ato legal de uma companhia que busca sobreviver aos desmandos esquerdistas incompetentes, e ao mesmo tempo nada se faz ou fala sobre os 100 policiais mortos ,os hospitais que não funcionam , os serviços públicos que não existem, a droga que se espalha etc,etc….
Pobre Rio…que se deixa dominar pela máfia do PT

Deco Bamba
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Deco Bamba

As coisas na BR são feitas dentro de uma caixa preta similarmente o que erma feitas anteriormente. Ambas estão erradas. A diferença desta caixa preta é que está sendo feito uma aniquilamento na surdina do patrimônio da empresa sob as benesses do Presidente Temer. Pedro Parente nunca poderia ser presidente da BR haja visto que era uma dos que participaram do governo FHC que chegou a a criar as UNs com a finalidade de privatizações.