CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO DEVE DEMANDAR TUBOS DE GRANDES DIÂMETROS NO MERCADO BRASILEIRO | Petronotícias




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CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO DEVE DEMANDAR TUBOS DE GRANDES DIÂMETROS NO MERCADO BRASILEIRO

A Liderroll desenvolveu um projeto inovador de suportação de dutos para a condução de água na Refinaria Abreu e Lima, em contrato com a Alusa, que levou à fabricação dos maiores roletes do mundo. O sucesso da operação, já em funcionamento, e os indicadores de crescimento da produção de petróleo nacional levam o presidente da Liderroll, Paulo Fernandes, a acreditar que os tubos de grandes diâmetros, para os quais foram desenvolvidos os novos roletes, serão uma grande tendência no mercado brasileiro, em função da enorme necessidade de escoamento de petróleo e gás e da redução de tempo e custo com as operações. Fernandes, que entregou 26 roletes, de 1,8 tonelada cada um, para dutos de 72 polegadas, aposta também na expansão internacional, e vem negociando com companhias do Canadá, da Rússia e dos Estados Unidos para levar as soluções a estes países.

Como foi o projeto da Liderroll para a Rnest?

O projeto da Rnest aconteceu assim: nós fomos convidados pela Chemtech, que é uma das maiores projetistas do Brasil hoje, e é do grupo Siemens. Eles se depararam com o desafio da suportação dos tubos, que eram de grande diâmetro, com paredes finas, e conduzindo água, que é o fluido mais denso entre os usados no processo de refino, e nos chamaram para participar.

Quais os principais desafios relacionados à suportação de tubos de grande diâmetro?

Eles tinham um tubo que, além de ter grande diâmetro, tinha uma parede fininha. E um tubo de grande diâmetro tem grande área de chaparia, então ele pega bastante insolação, e essa chapa aquece muito, sofrendo extrema dilatação. Além disso, tem extremo peso concentrado em cima do apoio, o que aumentava o atrito e a resistência nas bases, ameaçando prejudicar todo o processo e amassar o tubo.

Como foi o desenvolvimento do projeto?

Nós levamos quase sete meses fazendo esse projeto, porque devia ter um coeficiente de atrito muito baixo. Fizemos e apresentamos o projeto e, no final, o cliente, que é a Alusa, entendeu que a solução era mesmo a melhor e nos deu sinal verde para fabricar. Nós fizemos todos os desenhos e fabricamos. Foi um desafio, porque são grandes diâmetros, muita matéria-prima pesada, e é o maior rolete do mundo.

Os roletes já foram instalados?

Tem uns dois meses que entregamos e eles já instalaram a linha. Teve uma equipe da própria Petrobrás visitando lá. Num primeiro momento, eles questionaram, mas, depois das explicações técnicas, acharam interessante o nosso projeto e  até o elogiaram. Isso, para nós, é motivo de muito orgulho e satisfação.

Há muitos outros projetos em andamento em que seria viável esse tipo de instalação?

O mercado de processos – Refino, Fertilizantes, Tancagem etc. – está crescendo no Brasil, assim como no mundo todo. À medida que você cresce, tem que avaliar cada caso, para ver se é melhor usar tubos de grandes diâmetros ou outras soluções. Considerando que é uma grande vantagem ter grandes diâmetros, a tendência é isso aumentar. Os volumes estão aumentando muito. Se a produção nacional atingir os níveis esperados, deverá haver um escoamento gigantesco, e a tendência é que sejam usados grandes diâmetros para isso.

Que outras vantagens podem gerar os tubos de grandes diâmetros?

À medida que você tem grande diâmetro nos píeres, você tem uma coisa que é um tempo baixo dos navios encostados. O tempo de parada do navio ali é caro, então com grandes diâmetros o escoamento é agilizado, gerando economia. Em função disso, acredito que a tendência são os grandes diâmetros virem mesmo, e tem um projeto em vista, que é o flare do Comperj, que deverá demandar uma solução parecida com a nossa, por também ser de grandes proporções.

E você tem em vista o mercado exterior para levar a solução dos grandes diâmetros?

Em vista, eu tenho dois ou três mercados: o russo e o canadense, além do americano. Vou te dizer o porquê. Parece que tem na Rússia um projeto de grande diâmetro, e nos EUA, saindo do Canadá, tem o Keystone Pipeline, que pode ser considerado de grande diâmetro. Além disso, no Canadá, estamos de olho em dois túneis na costa oeste, mas não são de grande diâmetro. Fomos consultados e, engraçado, eles chegaram a nós a partir da indicação de uma empresa da Alemanha. Imagina, a maior projetista do Canadá procurando uma empresa na Europa, e a Alemanha indica uma empresa brasileira. Isso dá uma tremenda segurança para a Petrobrás.

Na Rússia vocês já tiveram alguma tratativa?

Na Rússia, estamos negociando com uma grande petroleira, mas as conversas ainda estão em andamento. Temos um representante lá lidando com o assunto.

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