CRISE DA PETROBRÁS JÁ PROVOCA CENTENAS DE DEMISSÕES NOS ESTALEIROS DE NITERÓI, NO RIO
Das consequências mais perversas de toda crise que o escândalo da Petrobrás impõe ao mercado, o número cada vez maior de demissões de trabalhadores, é o pior em função da paralização de todos os negócios. Mesmo com uma iniciativa da Petrobrás aqui outra ali ainda são insuficientes para dar gás a um mercado perplexo que não sane para onde vai e nem o que vai acontecer quando as investigações forem avançando. Os constantes atrasos dos pagamentos da estatal aos seus fornecedores impactou sobremaneira os estaleiros de Niterói. Há revisões de contratos e de documentações recusadas por exigências, agora mais rígidas, dos órgãos de controle. As consequências imediatas foram as demissões de centenas de trabalhadores, que podem passar 600, o equivalente a 5% da força de trabalho da cidade, que conta com 12 mil metalúrgicos.
o Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, diz que as empresas mais afetadas pelos problemas da estatal são os estaleiros Mauá, Eisa Petro-Um, Brasa, UTC e Enaval. A maior parte dessas empresas não pagou a primeira parcela do 13º salário dos trabalhadores e não têm dinheiro em caixa. Tem atraso até de seis meses nesses pagamentos. Em consequência disso, há também atraso nos salários dos trabalhadores.
O estaleiro mais afetado é o Mauá está demitindo trabalhadores, apesar de ter encomendas de 15 navios de transporte de petróleo da Transpetro. As obras atrasadas. O estaleiro entregou apenas quatro embarcações e outras três estão em fase de acabamento final. A Transpetro estaria se recusando a efetuar pagamentos ao estaleiro por causa de casos frequentes de falta de documentação.
No estaleiro Brasa, que deve concluir até fevereiro a construção dos módulos para as plataformas Maricá e Saquarema, da SBM, já demitiu cerca de 560 trabalhadores desde julho, devido a falta de novas encomendas no Brasil. A SBM está suspensa pela Petrobrás de participar de novos empreendimentos com a estatal. Se esta decisão permanecer outros 1.600 trabalhadores do estaleiro serão demitidos.
Em nota, a Transpetro informa que :
“A Transpetro informa que, dos estaleiros citados, possui contratos apenas com o Eisa Petro-Um. Todas as obrigações contratuais da Companhia com o estaleiro estão em dia.”
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