CRISE DO QATAR FAZ MERCADO DE GÁS FICAR INSTÁVEL NO ORIENTE MÉDIO

Depois da  Arábia Saudita e os seus principais aliados reduzirem o relacionamento com  o Qatar, aumentou a apreensão dos países que recebem fornecimento do maior vendedor mundial de gás natural liquefeito. Todos estão preocupados  com as  possíveis, quase prováveis interrupções da oferta aos países vizinhos que se espalham pelos mercados globais do gás.A Arábia Saudita, juntamente com os Emirados Árabes Unidos e o Egito  são altamente dependentes do gás do Qatar,  que recebem via gasoduto e GNL  e do Bahrein. Há uma escalada de movimentos diplomáticos neste momento tentando uma solução para o problema.

As acusações são de que o Qatar financia o terrorismo.    O Secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, que acompanhou o presidente Donald Trump em sua viagem à Arábia Saudita no mês passado, foi o presidente-executivo da ExxonMobil,  foi o parceiro chave do Qatar na construção de suas plantas gigantes  de exportação de GNL.  À medida que a divisão aumenta  os preços do petróleo, os comerciantes de GNL adotaram uma abordagem de espera, alertando para a possível interrupção dos fluxos de energia regionais, mas errando na hipótese de que qualquer choque comercial poderia ser contido, dado os mercados globais bem fornecidos.

Os principais clientes do Qatar no Japão e na Índia receberam garantias de que os suprimentos continuariam como de costume, mas os Emirados Árabes Unidos proibiram todos os navios que chegavam provenientes do Qatar usando seu popular ponto de ancoragem de Fujairah. A proibição afeta cerca de seis embarcações de GNL ligadas ao Qatar que estão agora ancoradas na zona de Fujairah. Ainda assim, os comerciantes assustados pelo desenvolvimento começaram a planejar todas as eventualidades, especialmente qualquer transtorno de abastecimento de gás canalizado do Qatar para os Emirados Árabes Unidos.

Os Emirados Árabes Unidos consomem 1,8 bilhões de pés cúbicos por dia de gás do Qatar através do Gasoduto Dolphin.  Até agora, os fluxos não foram afetados, mas os comerciantes dizem que até um desligamento parcial  teria reflexos  nos mercados globais de gás, forçando os Emirados Árabes Unidos a buscar o fornecimento de GNL de substituição, assim que a  demanda doméstica atingir  um pico. Os preços spot de GNL ainda não reagiram. O Egito, embora dependa fortemente do GNL do Qatar  é menos vulnerável do que os Emirados Árabes Unidos porque não tem acordos diretos.

 O Egito está a meio do seu programa anual de entrega de carga de GNL para o ano, com 50 embarques para chegar, dos quais pelo menos 10 são de origem dos campos do Qatar. As medidas de retaliação, como a suspensão das ofertas de fornecimento de GNL, deixariam o Qatar livre para impulsionar mais volumes para a Europa, onde tem acesso a vários terminais de importação