CRISE DO PETRÓLEO LEVA GRANDES COMPANHIAS A DIMINUIREM SUAS RESERVAS
Um dos maiores indicadores de como a crise vem afetando o setor de óleo e gás global é a diminuição do ritmo de substituições de reservas dentro da indústria. No último ano, as petrolíferas drenaram petróleo mais rapidamente de suas reservas do que encontraram outras.
Pela primeira vez em mais de 20 anos a ExxonMobil não substituiu completamente sua produção com novas reservas. A Shell também registrou um movimento do mesmo tipo, como mostra uma análise realizada pelo The Wall Street Journal. De acordo com o estudo, 2015 teve a maior queda combinada que as empresas registraram em suas reservas em pelo menos uma década.
A opção por valorizar ativos antigas, buscando aumentar sua eficiência e produção, em detrimento a descoberta de novas áreas e utilização de técnicas mais caras para exploração é uma tendência em todo o setor de petróleo, por conta do baixo valor do barril. O curto prazo é o maior interesse da indústria.
O momento é bem diferente do registrado nos últimos dez anos, onde o mercado de óleo e gás convivia com preços elevados, buscando novas regiões e técnicas para repor suas reservas a longo prazo. O excesso de oferta vivenciado hoje, em parte, se deve a este movimento capitaneado pelas principais petroleiras mundiais.
O cálculo utilizado para contabilizar as reservas comprovadas de cada empresa também passa por mudanças com o barril em baixa. É que o número é aferido de acordo com o volume de petróleo e gás natural que uma empresa espera extrair com lucro, uma margem cada vez menor em um cenário de petróleo beirando os US$ 30.
O custo é muito abaixo do de alguns anos, o que forçou diversas petroleiras a retirar uma parcela das reservas de seus balanços financeiros e, em alguns casos, a fazer baixas contábeis sobre o valor desses ativos.
Investimentos são dificultados também pelo crescente número de tratados e acordos voltados para um mundo livre de emissões de carbono, mais sustentável e ecologicamente correto. As pressões feitas em torno de governos deve gerar leis cada vez mais rigorosas na área, afetando a indústria de petróleo, que se defende, busca se reinventar e afirma que ainda será essencial para o planeta por décadas.
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