CRISTOVAM BUARQUE ORGANIZA EVENTO SOBRE ENERGIA NUCLEAR NO SENADO, MAS SÓ CONVIDA PARA FALAR QUEM É CONTRA

Outros três senadores, convidados por Cristovam Buarque, Jorge Viana, Hélio José e Guido Girardi, do Chile, também receberam uma carta da ABDAN, alertando para o problema e informando que foi pedida uma audiência para que uma discussão desta importância para o país, envolva prós e contras, para que o debate seja franco, formando opiniões claras, com premissas corretas.

O Brasil está às vésperas de confiar à iniciativa privada a construção de novas usinas nucleares, num trabalho que a ABDAN está desenvolvendo há alguns anos, capitaneando um movimento de reconhecimento pelo congresso da possibilidade de aprovação de uma proposta de emenda à Constituição.

 A abertura desta possibilidade atraiu para o Brasil as maiores empresas do mundo ligada a este setor, como a Rosatom, a Westinghouse, Atmea, Engie, Areva, entre outras. Pelo projeto, as empresas privadas seriam responsáveis pelo financiamento e construção dessas novas usinas, mas a com a operação sendo de responsabilidade da Eletronuclear. Com isso, seriam criados milhares de empregos para atender a obras gigantescas nos Estados escolhidos para sediar estas usinas. Serão quatro até 2030 e mais oito até 2050.

 O presidente da ABDAN, Antônio Müller ( foto), é entusiasta da ideia e um profissional que acompanha o projeto nuclear brasileiro desde o seu início, na década de 70. Um homem que corre o mundo, fazendo palestras e participando de encontros e seminários. É dos mais respeitados profissionais do setor. Ele acredita que é preciso esclarecer a bem a população sobre a real importância da energia nuclear em nossas vidas.

 -“ A carta que escrevemos ao Senador Cristovam Buarque tem este objetivo. Primeiro chamar a atenção para a necessidade de um debate amplo em que as tendências sejam ouvidas e confrontadas. Não é mais possível se pegar um clichê sobre a energia nuclear e ficar repetindo sem ter a real nossa da importância que ela representa para humanidade. Não só nos avanços nos equipamentos médicos, que são capazes de diagnósticos precisos. Mas a própria geração de energia. A energia nuclear é uma energia limpa e precisa ser desenvolvida por nós. Um debate com viés só de críticas só leva à desinformação e desqualificação.”

 Müller defende também a participação das empresas privadas para aumentar o desenvolvimento da energia no país:

 “ A iniciativa privada financiando, construindo e gerando energia vai trazer muito desenvolvimento para o nosso país. Serão gerados milhares de empregos nas regiões onde essas usinas forem construídas, levando riqueza e desenvolvimento. Vai reinjetar um otimismo nos estudantes de engenharia do nosso país, criando novas mentes brilhantes, renovando a nossa mão de obra qualificada. Só benefícios. É assim que vemos. Temos confiança no que fazemos. Certeza de nossas ações. Por isso, em Dezembro, estaremos lá em Paris, na Conferência do Clima da ONU, a -COP 21- mostrando que a energia nuclear é uma energia limpa e pode melhorar a vida do nosso planeta.”