CTDUT CONQUISTA LICENÇA AMBIENTAL PARA USAR PETRÓLEO EM TERMINAL DE TESTES EM ESCALA REAL
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
O Centro de Tecnologia em Dutos (CTDUT), localizado em Duque de Caxias (RJ), conseguiu um importante avanço recentemente. A instituição recebeu a licença de operação, dada pelo Instituto Estadual do Meio Ambiente (INEA), que autoriza o uso de hidrocarbonetos em seu terminal de testes em escala real. O diretor executivo do centro, Paulo Cellullar, explica que isso será benéfico em diversas escalas para as empresas que realizam seus testes no CTDUT. “No nosso caso, sendo um duto em escala real, os resultados serão bem próximos aos que serão obtidos nas instalações verdadeiras onde a tecnologia será aplicada”, afirmou. O terminal possui três tanques (um para petróleo, outro para óleo diesel e o último para água), um sistema de bombeamento principal, 45 instrumentos, lançadores e recebedores de pigs e um oleoduto de 2.500 metros. O próximo passo será conseguir a autorização de operação da Agência Nacional do Petróleo (ANP). “Nós estamos juntando toda a documentação. Acredito que agora em junho devemos dar entrada com o pedido na ANP”, contou.
Para começar, pode nos falar um pouco sobre a atuação do CTDUT?
A sede do CTDUT foi inaugurada em 2006, já com laboratório. E depois foi expandindo. Hoje, nós temos cinco laboratórios, que foram financiados, basicamente, pela Finep e Petrobrás. O CTDUT é independente. É um centro de tecnologia em dutos sem fins lucrativos. Ele recebeu a denominação de OSCIP [Organização da Sociedade Civil de Interesse Público] pelo Ministério da Justiça. Temos cerca de 40 associados, entre eles empresas, universidades, centros de tecnologia e associações. Fazemos testes voltados à pesquisa e ao desenvolvimento.
Pode explicar um pouco mais sobre os laboratórios do centro?
O nosso último laboratório é bem completo. Já os demais quatro são laboratórios de integridade. Um destes laboratórios é um loop de 14 polegadas, com 100 metros. O segundo é um centro de qualificação de profissionais de proteção catódica, sendo um dos mais bem projetados do mundo. O terceiro laboratório é o de tracionamento de pigs por motor, de vários diâmetros de tubulação. O pig é uma ferramenta que vai dentro da tubulação para inspeção. O quarto laboratório é o de Integridade Estrutural (LIE).
E quanto ao quinto laboratório? Foi este que recebeu a licença ambiental?
Esse laboratório foi concluído em 2014 é o alvo desta licença ambiental, que conseguimos agora. São vários fatores para que a licença tenha demorado tanto tempo. Tínhamos dois processos correndo em paralelo no INEA. Depois, esses processos foram unificados. Foi uma maratona para conseguir essa licença ambiental.
Esse laboratório foi feito para trabalhar com hidrocarbonetos. Foi projetado para isso. Mas, até então, só trabalhávamos com água e ar. Essa licença ambiental permite que esse laboratório possa trabalhar com hidrocarbonetos. Isso abre uma expectativa de serviços de testes dessa natureza. Depois dessa licença ambiental, precisamos ainda da autorização de operação da ANP. É um processo sequencial. Sem o pré-requisito da licença ambiental não poderíamos pedir a autorização de operação.
Pode detalhar a estrutura desse laboratório?
É um mini terminal, na verdade. Ele possui três tanques (um para petróleo, outro para óleo diesel e o último para água), um sistema de bombeamento principal, 45 instrumentos, lançadores e recebedores de pigs e um oleoduto. A parte externa desse oleoduto tem 2.500 metros. Ele vai e volta pela mesma faixa. Usamos permissão de uso de uma faixa da Transpetro, que passa ao lado um duto que vai a Belo Horizonte. Todo esse complexo chamamos de laboratório do oleoduto de testes de 12 polegadas.
Quais são os diferenciais?
É um laboratório de instalações reais, onde podem ser desenvolvidos muitos testes. E há o interesse tanto na comunidade nacional como internacional também. Uma das grandes vantagens é que é um terminal real. Os testes em universidades são feitos com dutos pequenos. Geralmente, estes testes são para otimização em terminais, dutos e a parte offshore – com diâmetros, pressão e vazões maiores. Quando você faz os testes com modelos reduzidos e depois passa para um modelo de maior diâmetro, perde-se muito o resultado. No nosso caso, sendo um duto em escala real, os resultados serão bem próximos aos que serão obtidos nas instalações verdadeiras onde a tecnologia será aplicada.
E o quais serão as principais implicações para a indústria de óleo e gás?
No dia a dia industrial, você não pode parar uma instalação para colocar uma nova tecnologia, porque isso afetará a produção, causando problemas orçamentários. Então, não se testa tecnologia em uma instalação operacional. Por isso que há o grande interesse na possibilidade de se fazer teste aqui no CTDUT. Temos flexibilidade de adaptar nossas instalações. Ou seja, se o cliente precisa testar alguma tecnologia ou equipamento novo, podemos fazer uma preparação diferente para adaptar ao nosso laboratório.
Quando a ANP deve liberar a licença de operação?
A ANP tem seus prazos. Nós estamos juntando toda a documentação. Acredito que agora em junho devemos dar entrada com o pedido na ANP.
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