CUMMINS BUSCA AMPLIAR FORNECIMENTOS PARA EMBARCAÇÕES DE APOIO NO BRASIL
Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) –
Fundada em 1919, no estado de Indiana, nos Estados Unidos, a Cummins surgiu como fabricante de motores a diesel para caminhões e ônibus, mas hoje boa parte de seus negócios se dão nas áreas naval e de óleo e gás. A empresa já está presente no mercado brasileiro desde o início da década de 70 e nos últimos anos tem ampliado sua participação local, em função da demanda crescente com o pré-sal. O líder de Negócios Marítimos da Cummins na América do Sul, Rodrigo Teixeira, que responde pelos contratos referentes aos motores e geradores de emergência para embarcações de apoio, contou que o Brasil é um mercado de grande relevância na região, em função das encomendas da Petrobrás, mas ainda não prevê a instalação de uma fábrica local. Teixeira disse que a curto prazo não está nos planos do grupo, mas ressaltou que eles vêm buscando aumentar os índices de conteúdo local em seus produtos, já tendo atingido até 48% em geradores de emergência, por meio da integração no país e pelo uso de alternadores nacionais. Agora a empresa planeja abrir uma nova unidade em Vitória, focada no pós-venda, além das sete que já possui no Brasil. A expectativa de novos negócios e os esforços para contratos futuros estão concentrados na última rodada do Programa de Renovação da Frota de Embarcações de Apoio Marítimo (Prorefam), da Petrobrás.
Como tem sido a demanda do mercado brasileiro para a Cummins no setor marítimo?
Tem sido grande, crescente, principalmente para a demanda da Petrobrás de construções novas, voltadas ao pré-sal. Estamos focados em produzir motores que são, em sua maioria, importados da Inglaterra e dos Estados Unidos.
E nos casos em que há exigências de conteúdo local?
Quando tem a necessidade de conteúdo local, fazemos a integração no Rio de Janeiro, compramos o alternador da Weg e usamos a mão de obra local. Acabamos de entregar um grupo de geradores de emergência para a General Electric, que atingiram a marca de 48% de conteúdo local.
Qual era o contrato?
A GE está fornecendo os motores para sondas da Sete Brasil e cada sonda tem um grupo de geradores de emergência. Foram sete geradores para sete sondas, sendo que o primeiro foi entregue em junho agora e o próximo é em setembro desse ano. Depois entregaremos um por ano.
Tem novas entregas acontecendo?
Sim. Têm também barcos de apoio offshore da Bravante, do tipo PSV 4.500, que foram construídos nos Estados Unidos e estão chegando com sistema de propulsão Cummins, para atender à Petrobrás. Três já foram entregues e dois estão sendo finalizados lá, na Flórida.
As regras de conteúdo local incentivaram a ampliação das estruturas de fabricação da empresa no Brasil?
A tendência é continuar integrando e aumentar o conteúdo local, mas não existe nenhuma previsão de curto prazo para fabricar motores aqui. Atualmente estamos fazendo aqui a integração do motor importado, com o alternador nacional e o que pudermos fazer com conteúdo local.
A empresa vem ampliando os investimentos no Brasil?
Sem dúvida. O nosso quadro de técnicos foi dobrado no Rio de Janeiro este ano, anunciamos um novo gerente-geral para a Cummins Vendas e Serviços de Motores e Geradores (CVSMG) no Rio, o Maurício Rossi, investimos US$ 1 milhão em treinamento, ferramental e melhorias de instalações desde 2012, tanto na unidade no Rio, quanto em Macaé.
Como é a estrutura da Cummins no Brasil e na América do Sul hoje?
Temos uma rede de distribuição na America do Sul com 17 distribuidores, próprios e independentes, sendo sete no Brasil. Sete distribuidores, sendo um próprio. No mercado offshore, o Brasil tem um papel muito relevante, devido à presença da Petrobrás, mas também temos trabalhado bastante com o México, além de Colômbia e Argentina.
Quais são as perspectivas no segmento marítimo brasileiro atualmente?
Estamos vislumbrando fornecer motores para as embarcações que estão sendo contratadas e construídas pelo Prorefam. Um dos focos hoje é a venda de motores para as embarcações do programa. Dentro do programa, foi entregue a primeira embarcação da Baru Offshore, equipada com motores Cummins, em junho, para a Petrobrás. Será usada no pré-sal. Foi um projeto de 12 embarcações da Baru, com fornecimento nosso de 48 motores de propulsão, quatro para cada. Já entregamos 32 motores para eles, do tipo QSK-50, e os outros serão entregues a seguir.
Tem planos de expansão no país?
Temos planos de aumentar a estrutura como um todo para atender a demanda, bem como para prestar serviços de pós-venda em relação aos motores que estão sendo entregues. Temos plano de expansão de abrir uma unidade em Vitória também. Vai ser um ponto de atendimento da CVSMG, para atendimento pós-vendas, para as embarcações que têm como base Vitória. Temos atendido muitas embarcações que estão no Espírito Santo.
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