CUSTO DA ENERGIA E PRESSÃO POPULAR FAZ A ITÁLIA VOLTAR A INVESTIR EM GERAÇÃO NUCLEAR DE ENERGIA VISANDO OS SMRs
O Ministro do Meio Ambiente e Segurança Energética da Itália, Gilberto Pichetto Fratin, definiu a possível escala de capacidade caso o país decida retomar o programa de energia nuclear. Falando no Congresso Global de Transição Energética em Milão, Itália, ele disse que “Ao lançar a plataforma da Itália para energia nuclear sustentável, iniciamos um processo de avaliação, é claro, após 2030, sobre a possível retomada da energia nuclear na Itália. Pretendemos fazer isso implementando as novas tecnologias nucleares sustentáveis atualmente em desenvolvimento, em particular pequenos reatores de fissão modulares e, a longo prazo, por meio da energia de fusão.A energia nuclear e a fusão complementarão a crescente penetração da produção de energia de fontes renováveis e outras soluções de baixo carbono. Esperamos conseguir atingir cerca de 8 GW de energia nuclear até 2050, cobrindo mais de 10% da demanda de eletricidade do país. Essa porcentagem pode aumentar para mais de 20-22% explorando totalmente o potencial da energia nuclear em nosso país.”
O governo da Itália incluiu a capacidade nuclear potencial – a opção conservadora de 11% da capacidade e a ambiciosa 16 GW/20-22% da capacidade – em seu Plano Nacional Integrado de Energia que foi submetido à Comissão Europeia na segunda-feira(1). O documento também diz que a Itália pretende ter 131 GW de energia de fontes renováveis até 2030 – 79 GW solar, 28 GW eólica, 19 GW hidrelétrica, 3 GW bioenergia e 1 GW de fontes geotérmicas. Um porta-voz da desenvolvedora de reatores inovadores fundada na Itália, Newcleo, chamou os anúncios de um “bom passo à frente” e observou que o foco estava no potencial de reatores modulares pequenos e avançados e também que uma parte fundamental da proposta do governo italiano era que o custo estimado para atingir as metas climáticas incluindo a energia nuclear era de EUR 17 bilhões (US$ 18,2 bilhões) menor do que alcançá-lo sem a contribuição da energia nuclear.
A Itália operou um total de quatro usinas nucleares a partir do início dos anos 1960, mas decidiu eliminar a energia nuclear em um referendo que se seguiu ao acidente de Chernobyl em 1986. Ela fechou suas duas últimas usinas em operação, Caorso e Trino Vercellese, em 1990. No final de março de 2011, após o acidente de Fukushima Daiichi, o governo italiano aprovou uma moratória de pelo menos um ano na construção de usinas nucleares no país, que buscava reiniciar seu programa nuclear há muito abandonado. O humor público mudou desde então e, em maio de 2023, o Parlamento italiano aprovou uma moção para instar o governo a considerar a incorporação da energia nuclear na matriz energética do país. Em setembro, foi realizada a primeira reunião da Plataforma Nacional para uma Energia Nuclear Sustentável, criada pelo governo para definir um cronograma para a possível retomada da energia nuclear na Itália e identificar oportunidades para a cadeia industrial do país que já opera no setor.
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