CUSTO DE IMPLANTAÇÃO DA SOLAR CAI E PACTO ENERGIA APRESENTA PLANO PARA CHEGAR A 25 GW COM A FONTE | Petronotícias




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CUSTO DE IMPLANTAÇÃO DA SOLAR CAI E PACTO ENERGIA APRESENTA PLANO PARA CHEGAR A 25 GW COM A FONTE

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) – 

nota_09-2A fonte solar é a grande janela de oportunidade que a Pacto Energia vai aproveitar nos próximos anos. O CEO da companhia, Rodrigo Pedroso, revela um plano de chegar à marca de 25 GW de potência instalada até 2025, a partir desta fonte. Hoje, a Pacto participa do consórcio que constrói um grande projeto dentro do setor, o Complexo de Apodi, no Ceará, e a ideia é ampliar cada vez mais a presença nesse mercado, com novos empreendimentos, aproveitando a queda nos custos. “Hoje, já temos quase 18 mil hectares de terras arrendadas para implantação destes projetos, com potência instalada de 4,7 GW“, afirmou o executivo. “Em apenas cinco anos, vimos o custo do CAPEX (investimento) decrescer em mais de dois terços“, acrescentou. Além disso, outra área que desperta o interesse da companhia é o segmento de transmissão. “No último leilão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), tivemos êxito na contratação de dois lotes, que são duas subestações – uma em Goiás e outra no Rio Grande do Sul”, contou.

Gostaria que o senhor começasse falando da atuação da empresa no setor eólico.

O setor de energia eólica, dentro das renováveis, é o que está possivelmente mais avançado. É uma tecnologia que já tinha atingido um ponto de equilíbrio econômico e de viabilização de empreendimento. Especificamente na parte de energia eólica, o grupo Pacto Energia já participou do setor. Nos envolvemos no Parque Eólico São Miguel, no Rio Grande do Norte, do qual fomos sócios da Copel. Em 2015, vendemos nossa participação para a Copel, que é dona sozinha deste empreendimento. Estamos desenvolvendo mais um projeto de energia eólica, que não é muito representativo, no município de Serra do Mel, no Rio Grande do Norte. Hoje, na verdade, estamos focados no setor solar. Entendemos que esse segmento é a grande bola da vez.

Detalhe um pouco quais são os planos para a área solar.

Nós queremos nos posicionar como a maior empresa desenvolvedora de projetos solares do país, com um projeto que chamamos de “Brasil 25 25”. O nosso objetivo é desenvolver 25 GW de potência instalada até o ano de 2025. Hoje, já temos quase 18 mil hectares de terras arrendadas para implantação destes projetos, com potência instalada de 4,7 GW.

E como pretendem alcançar essa meta?

Nós temos uma expertise muito grande no desenvolvimento de projetos. A empresa já desenvolveu empreendimentos de todas as áreas de energias renováveis. Hoje, somos acionistas do terceiro maior parque solar que está em construção no Brasil, que é chamado de complexo Apodi, no estado do Ceará. É um complexo com 162 MW de potência instalada. Temos experiência na implantação deste tipo de parque solar no Brasil e isso no qualifica para que desenvolvemos esse projeto “Brasil 25 25”.

Temos uma equipe de engenheiros e corretores que prospectam essas terras, fazendo o arrendamento delas. Temos também uma equipe de meio ambiente, que cuida de toda a parte de licenciamento. Temos a equipe jurídica, que trabalha na parte de regularização fundiária georreferenciamento… ou seja, todas as necessidades que são inerentes ao projeto, para que ele esteja pronto para partir para fase de contratação de PPA (Power Purchase Agreement). Seja esse PPA via mercado regulado, por meio dos leilões de energia, ou mesmo via contratação pelo mercado livre.

Qual a janela de oportunidades a Pacto enxergou no mercado de energia solar?

Como tivemos experiência ao longo de 18 anos que atuamos no setor em todas as fontes, conseguimos identificar alguns pontos sobre a energia solar. Primeiro, existe uma logística de implantação muito ágil. Você consegue construir plantas solares numa velocidade muito rápida e de maneira simples. As usinas têm uma expansão modular, podendo ampliar a capacidade da unidade. É uma fonte que tem um custo de implantação numa decrescente exponencial muito grande. Existe também a questão de que a eficiência de módulos está crescendo dia após dia.

Nós começamos a estudar o setor em 2011. Naquela época, o custo do MW instalado na energia solar fotovoltaica era da ordem de R$ 11,5 milhões. Atualmente, nesse complexo que estamos construindo no Ceará, estamos chegando a um custo de R$ 3,5 milhões. Ou seja, em apenas cinco anos vimos o custo do CAPEX (investimento) decrescer em mais de dois terços. Foram todos estes atributos que fizeram com que focássemos na área de geração solar.

O senhor pode revelar como pretendem atuar dentro do mercado livre de comercialização de energia?

Somos uma das empresas do Brasil que está olhando para o mercado livre com o objetivo de viabilizar projetos de geração centralizada da fonte solar fotovoltaica. Então, temos trabalhado este tema dentro da empresa e acreditamos que, em um futuro bem próximo, o ambiente regulado, que sempre foi a única saída para implantação de projetos de geração centralizada, vai começar a perder força para o mercado livre.

Aqueles que consomem acima de 500 KW e abaixo de 3 MW médios são considerados consumidores especiais, podendo comprar energia direto de um gerador ou de uma comercializadora, desde que essa energia seja incentivada – de alguma fonte renovável. Quando o consumo é acima de 3 MW médios, ele é classificado como consumidor livre, podendo comprar energia também de fontes convencionais, ou seja, as grandes hidrelétricas. Isso tem feito com que empresas migrem para o mercado livre de energia. Até então, elas estavam fazendo contratos de curto prazo. Mas, recentemente, tivemos uma crise hídrica muito forte, o que fez com que os preços de curto prazo ficassem altos. Isso despertou no consumidor a necessidade de prever o custo com energia. O consumidor tem preferido fazer contratos maiores, conseguindo preços melhores. E esses contratos de longo prazo viabilizam empreendimentos de geração centralizada para atender única e exclusivamente o mercado livre.

E como deve se dar a atuação em outras áreas, como geração hidrelétrica e transmissão?

Entramos no setor de transmissão neste ano. Estávamos estudando ele há mais de dois anos. Mas como temos um DNA ligado à questão de geração, sempre demos mais atenção aos leilões de geração. Mas quando o ambiente regulado e os leilões começaram a ficar muito competitivos, isso fez com quem a taxa de retorno dos projetos de geração tivesse uma queda muito alta. Foi aí que começamos a olhar para transmissão, que estava com uma rentabilidade muito mais rápida em relação ao ambiente regulado. No último leilão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) tivemos êxito na contratação de dois lotes, que são duas subestações – uma em Goiás e outra em Rio Grande do Sul. 

Na questão de hidrelétrica, temos tirado o foco. Continuamos com os empreendimentos que temos em operação, mas não existe no plano de negócios a ideia de continuar investindo nessa fonte. Até mesmo porque entendemos que a solar, no médio ou longo prazo, vai ter uma taxa de retorno superior à das hidrelétricas. 

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