DASLIK E SMT SHIPPING TRAZEM NOVA TECNOLOGIA DE ATRACAÇÃO PARA O BRASIL | Petronotícias




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DASLIK E SMT SHIPPING TRAZEM NOVA TECNOLOGIA DE ATRACAÇÃO PARA O BRASIL

Por Daniel Fraiha / Petronotícias –

Quando foi para a Holanda, Livia Folkerts (foto à esquerda) pretendia tirar um período sabático, depois de uma longa jornada como diretora da Vescon. Poucos meses depois, a executiva já estava abrindo uma nova empresa, a Daslik, que em menos de um ano conseguiu dar passos largos e agora traz uma nova tecnologia para o Brasil, em parceria com a holandesa Francis Villeng-Voorham (foto à direita), da SMT Shipping. O equipamento (Shore Tension), ainda sem nome em português, é uma inovação criada na Holanda, em 2007, para auxiliar no processo de atracação de navios, e já é utilizado no Porto de Roterdã.

O sistema possui válvulas de controle que mantêm constante a tensão das amarras do navio ao porto em um mesmo nível – sem a necessidade de uma fonte de energia externa ligada permanentemente –, o que reduz os movimentos do casco gerados por ventos fortes, correntes ou ondulações causadas por outros navios. Além disso, com o equipamento, é possível reduzir a distância entre um navio atracado e outro.

“Muitas vezes são utilizados barcos de apoio em volta do navio atracado para mantê-lo em segurança das ondulações ou dos ventos, e isso custa muito dinheiro”, afirmou Francis.

De acordo com Folkerts, em alguns casos são necessários até cinco embarcações deste tipo para assegurar a atracação de grandes navios, sendo que as diárias de utilização de um barco como este podem variar de US$ 8 mil a US$ 10 mil, ou seja, um custo diário de até US$ 50 mil em situações mais extremas.

“É um dos benefícios do Shore Tension, que já teve grande aceitação no Porto de Roterdã”, disse a presidente da Daslik.

Apesar do sucesso no país de origem, esta é a primeira vez que o equipamento é apresentado fora da Holanda. Francis contou que a escolha do Brasil se deu em função da importância que o país tem ganhado nos últimos anos no cenário internacional, e pela parceria com a Daslik, que tem muitas conexões no mercado de óleo e gás brasileiro.

“Essa é a primeira visita ao país e teve como foco o Rio de Janeiro. Estamos nos reunindo com uma série de empresários brasileiros e os convidamos para irem ver como o sistema funciona no porto de Roterdã. A reação foi bem positiva”, contou Francis.

A estratégia das executivas é apresentar o equipamento para empresas brasileiras, explicar como funciona a tecnologia, suas vantagens e fazer as primeiras vendas, que, após a instalação, poderão servir também como modelo de exposição no país para outros potenciais clientes.

De acordo com Folkerts, as regiões Sul e Sudeste devem ter mais mercado para o Shore Tension, mas as duas empresárias pretendem visitar uma série de portos do país ao longo do ano. Nesta primeira visita, o Rio de Janeiro foi o único ponto de exposição, mas elas já planejaram outras três vindas ao país em 2013 para novas apresentações do produto.

“Queremos ir também ao Espírito Santo, ao Rio Grande do Sul, ao Ceará… há uma série de lugares no país que interessam”, contou.

Outro ponto do Shore Tension (foto à esquerda) indicado por elas, é que ele possui um sistema de monitoramento contínuo, que pode ser acessado de qualquer lugar do mundo por computadores, tablets ou até smartphones, desde que estejam conectados à internet. Com isso, o porto ou os responsáveis pelo local onde está o equipamento podem verificar as condições de atracação, envolvendo a movimentação do navio e a tensão nas amarras, em tempo real online.

Além do mercado nacional, Francis contou que o planejamento de venda do equipamento deve ser estendido para outros países da América do Sul futuramente, como Argentina e Uruguai. “Mas por enquanto o foco é o Brasil”, afirmou.

Outro desdobramento que a tecnologia pode vir a ter, ainda em fase de pesquisa e desenvolvimento na Holanda, é a utilização também no deck de navios, para que uma embarcação possa ficar atracada a outra com mais segurança.

“Essa solução pode ser uma boa saída para a indústria de óleo e gás, que necessita de ótimas condições para conseguir fazer as descargas da produção de FPSOs, por exemplo”, ressaltou Folkerts.

A Daslik fica sediada na Holanda e nasceu com o objetivo de criar um elo entre a indústria de óleo e gás brasileira e a holandesa, explicou a presidente da empresa, que já representa a Liderroll, a Asel-Tech e o CTDUT no continente europeu. Esta é a primeira parceria da companhia para trazer uma tecnologia de lá para o Brasil, afirmou a executiva, que pretende ampliar o leque nos próximos meses.

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