DECEPCIONADO COM RESULTADOS DA PETROBRÁS, MERCADO COLOCA UMA LUPA NA EMPRESA DESCONFIADO DE DEDOS DE LULA NA GOVERNANÇA

O mercado, este senhor sem rosto, que condena e absolve pessoas com provas ou sem provas, um autêntico psicopata, que não sente pena ou remorso de ninguém, bateu na porta da Petrobrás novamente na semana anterior ao carnaval, quando a companhia anunciou um prejuízo no quarto trimestre de 2024, além da queda no lucro da companhia no último ano,  superior aos 70%. Com certeza a orelha da presidente da companhia, Magda Chambriard, ficou quente durante o carnaval. Nasceu uma nuvem de desconfiança em seu desempenho, estimulada pelas críticas que recebeu de alguns analistas do setor de petróleo e de acionistas. A queda na rentabilidade da Petrobrás e, ao mesmo tempo, os anúncios de grandes investimentos, deixaram um rascunho que a empresa pode estar sendo direcionada às intenções governistas para tentar aquecer a economia, colocar curativos em uma imagem corroída pela impopularidade do governo e do próprio presidente Lula.

E nesse jogo de xadrez com o mercado, os seus acionistas podem lembrar que Chambriard, embora claramente ambientada à empresa e ao seu comando, ainda não esquentou a cadeira da presidência. Ela nem sequer tem um ano à frente da Petrobrás. Magda assumiu no dia 19 de junho de 2024. E como disse em seu discurso de posse, e agora o mercado lembra, a Petrobrás estará “toda alinhada com a visão de governo do presidente Lula, que representa o sócio majoritário.” E é aí que mora o perigo e nasce o ar ainda de desconfiança daquele “senhor psicopata”, o mercado, que apresenta números frios: A Petrobrás fechou o segundo trimestre de 2024 com prejuízo de R$ 2,6 bilhões, o primeiro resultado negativo em quase quatro anos. Magda chegou nesta época, no segundo trimestre de 2024, mas logo autorizou um acordo tributário com o governo que foi feito em junho para encerrar processos administrativos e judiciais da petroleira no Carf (Conselho de Administração de Recursos Fiscais), o que pareceu ter sido acordado quando convidada a assumir o cargo. Totalizou o pagamento de R$ 19,8 bilhões. R$ 6,65 bilhões quitados com depósitos judiciais, R$ 1,3 bilhão com créditos fiscais gerados por prejuízos em subsidiárias e os R$ 11,85 bilhões restantes pagos em parcelas até o final de 2024. No final de junho, a Petrobrás desembolsou uma entrada de R$ 3,57 bilhões. No terceiro trimestre do ano passado, já com a batuta na mão, Chambriard disse que estava no caminho certo, depois da divulgação do resultado com um lucro líquido de R$ 32,6 bilhões. Em termos de resultados, até agora, está 2 x 1 para o prejuízo.

Tudo parecia bem, mas na semana passada, no anúncio dos resultados do quarto trimestre de 2024, o prejuízo bateu na porta dos R$ 17 bilhões. E pior, no ano, o lucro caiu 70,6%, registrando R$ 36,6 bilhões. Para uma das maiores petroleiras do mundo, não foi um ano animador. A Petrobrás mostrou as razões que considerou importantes para essa queda, os chamados fatores pontuais, como a variação cambial, cotação do petróleo e um aumento nos custos de quase R$ 10 bilhões de descomissionamento subsea. O mercado diz que são dificuldades operacionais e lembra que, por má gestão, a empresa esteve na beira da insolvência na Lava Jato, o que não é o caso. Mas parece a reação de um cachorro mordido de cobra. Há uma clara preocupação com os R$ 91 bilhões de  investimentos de 2024, maior quase 20% da projeção indicada, apontando um nervosismo e a dúvida se haverá ou não aumento no plano de aportes para seguir o que Lula deseja, usando  a Petrobrás como ferramenta para objetivos políticos. E isso é novo em governos petistas? Não! As boas notícias anunciadas em conjunto fazem parecer dedo do governo na governança. Afinal, o pacote de bondades pode ser listado: RENEST, UFN3, barcos de apoio, encomendas da Transpetro, Revamp em São Paulo e Minas Gerais e novos FPSOs.

Para os seus acionistas foram distribuídos R$ 9,1 bilhões no quarto trimestre, cerca de R$ 5 bilhões a menos do que o esperado pelo mercado. Se comparado com os polpudos 75,8 bilhões de 2023, pode-se ver claramente a diferença. A queda no valor da ação foi uma consequência. Como será a partir de agora? Não se pode usar a empresa a qualquer custo. Por sua formação e caráter,  Magda sabe de cor e salteado que isso não pode acontecer. Mas a tropa de choque do governo é avassaladora e é preciso muitos e poderosos defensivos contra a enganosamente sedutora mosca azul. Ela é sorrateira, como foram todos aqueles que surrupiaram os bilhões da empresa há poucos anos. Réus confessos, contaram com as interpretações esotéricas de ministros supremos para estarem livres hoje em dia. Atualmente se fazem de respeitados, negam o que todos sabem que aconteceu, mas ainda estão aí. Livres e soltos. Muitos comandando o país novamente. Alerta, alerta, alerta e mais alerta porque como dizia o velho jornalista Ibrahim Sued, “Olho vivo, porque cavalo não desce escada.”