DECISÃO DA CHEVRON VOLTAR AO CURDISTÃO PODE INDICAR ABRANDAMENTO DOS CONFLITOS COM O IRAQUE
Precisa coragem para tomar uma decisão destas, mas a Chevron anunciou que irá retomar as operações de perfuração na área do Curdistão iraquiano, perto da fronteira com a Turquia, e tomará providências para enviar funcionários para o local novamente. Pelos sinais as tensões entre Bagdá e o governo regional do Curdistão estão se acalmando. A Chevron interrompeu temporariamente as operações no Curdistão iraquiano em outubro após conflitos em Kirkuk, uma área predominantemente curda que fica próxima à região semiautônoma. O governo do Iraque tomou Kirkuk e seus campos de petróleo após autoridades curdas realizarem um plebiscito de independência de Bagdá. Kirkuk é responsável por quase metade da produção de petróleo do governo regional do Curdistão e estava sob domínio curdo desde 2014, quando o avanço do Estado Islâmico fez as forças iraquianas fugirem.
Desde a adoção da Constituição federal do Iraque, o petróleo tem sido uma das preocupações da liderança curda, porque se trata de uma fonte essencial para a construção e o estabelecimento da região do Curdistão. O que trouxe esta questão às discussões foram as muitas disputas pelo petróleo que o governo do primeiro-ministro Nouri Al-Maliki teve. A falta de uma lei levou o Curdistão a fortalecer suas habilidades de exportar o recurso de forma independente. Por um lado, a região curda está bem localizada para exportar petróleo à Turquia, aos países do Mediterrâneo e à Europa, enquanto, por outro lado, o governo local também abriu a porta ao trabalho com companhias petrolíferas internacionais que são entusiastas da ideia de investir na região, devido aos vastos benefícios que têm garantidos, em comparação com os negócios com Bagdá. Disputas entre os curdos e a capital iraquiana foram muito fortes devido a questões de legalidade à volta dos contratos petrolíferos. A região curda afirma que Bagdá lhe deve mais de US$ 1,5 bilhão em pagamentos pelo petróleo, enquanto autoridades iraquianas acusam os curdos de contrabandear diversas cargas do recurso para a vizinha Turquia e para o Irã, ilegalmente.
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