DECISÃO SOBRE O DESTINO DAS PLATAFORMAS P-75 E P-77 AINDA É UMA INCÓGNITA | Petronotícias




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DECISÃO SOBRE O DESTINO DAS PLATAFORMAS P-75 E P-77 AINDA É UMA INCÓGNITA

QGIA falta de comunicação da Petrobrás, no caso do contrato de construção das Plataformas P-75 e P-77, está fazendo a empresa colocar a máscara de vilã numa história que precisa ser melhor contada. Nem a Petrobrás é o bandido, nem o QGI é o mocinho deste filme. Há erros de parte a parte e os maiores prejudicados até agora têm sido a indústria e os trabalhadores brasileiros, além da própria estatal.

O início do imbróglio foi a partir de um pedido de aditivo de US$ 25 milhões, solicitado pelo Consórcio QGI (formado por Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Iesa), que constrói as duas plataformas no estaleiro na cidade do Rio Grande, no Rio Grande do Sul, alegando distorções entre o projeto básico e o projeto definitivo. A estatal recusou o pagamento e foi surpreendida com uma carta da direção do consórcio no dia 6 de fevereiro deste ano, terminando o contrato. Foi o início das discussões.

A Petrobrás criou dois comitês. Um para analisar o aditivo e outro para relicitar as obras. A estatal se sentiu ainda mais pressionada quando o custo do aditivo passou para US$ 130 milhões, por conta do longo período que o projeto ficou paralisado. A proposta do consórcio passou a levar um escopo maior para os Estaleiros Cosco, na China, e BJC, na Malásia, onde vários módulos já estão sendo construídos.

Essa opção foi proposta pelo QGI, já que a Petrobrás não poderia assinar novos aditivos por conta da Operação Lava Jato. Aumentando o escopo no exterior compensaria os prejuízos com o não pagamento dos aditivos. De acordo com essa proposta, somente alguns poucos serviços seriam realizados no Brasil.

Até agora, são quatro meses de atraso. Cada uma dessas plataformas são projetadas para produzir 150 mil barris diariamente. No total, 300 mil barris de petróleo. Com o barril a um preço médio de US$ 60, esse prejuízo representa US$ 18 milhões por dia. Em quatro meses, até agora, os números chegam a estarrecedores US$ 2,160 bilhões. Se a estatal decidir nesta quarta-feira (10) fazer uma nova licitação, esse número chegará a prejuízos astronômicos.

Esta pressão somada ao orgulho ferido de ver a Petrobrás colocada de joelhos, possivelmente, fez a cúpula da engenharia, liderada pelo gerente Marco Túlio Machado, liderar o movimento dentro da empresa para jogar tudo às favas e mandar os projetos para a China. Os milhares de empregos no Brasil e os 110 fornecedores de peças e equipamentos seriam apenas um detalhe menos importante. Essas empresas, que trabalharam neste projeto e entregaram seus produtos, têm faturas não pagas, que podem chegar a centenas de milhões de dólares. Elas ficariam a ver navios… Na China.

Seja qual for a decisão, ela será tomada em definitivo nesta quarta-feira (10). Não é uma equação fácil de fechar. Ao mandar para o exterior os navios, a Petrobrás passará por cima de uma política de Estado de conteúdo nacional, como já fez no passado recente, incorrendo no risco de ter que pagar multas milionárias, como já foi alertado pela ANP. Vai ignorar as palavras da Presidente Dilma Rousseff, desdenhar dos prejuízos das empresas fornecedoras brasileiras, e possivelmente contará com um atraso ainda maior no cronograma, já que tudo será feito do zero. Mas, poderá produzir o petróleo nas áreas de Franco na Cessão Onerosa e, com isso, colocar um Band-Aid na ferida do orgulho da companhia.

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Grégori da Silva Troina
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Grégori da Silva Troina

Se esse projeto não permanecer no Brasil eu não sei mais sobre nada! Quer dizer agora que uma diretoria de estatal tem mais poder de decisão do que uma presidente da república, uma nação, um povo, que clama para que a indústria local seja valorizada e desenvolvida. Sabemos que fazer obras pelo irrisório custo da China é muito lucrativo sim, além de ser bem mais cômodo devido a legislação branda daquele país, que cresce vertiginosamente muito em função de trabalhadores executando suas funções com poucas condições de saúde e segurança do trabalho. Mas a Petrobras foi criada com uma missão,… Read more »

Oscar Brito
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Oscar Brito

É o dinheiro do petróleo sendo utilizado para desenvolver o país…só que este país é a China!!!! Todo o know How de 5 plataformas construídas está sendo desmantelado. O Governo perde inclusive em arrecadação, pois todo produto final possui uma grande cadeia atrelada.

Schiedam
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Schiedam

Consórcio QGI = ex QUIP
Todas empresas desses consórcios, são citadas e envolvidas em irregularidades na Petrobras. Assim apontam as investigações, as delações e confissões.
É um festival de espalhamento de coisas de odor repugnante!
Volto a incitar a CVM em defesa dos investidores, MPF, PF em responsabilizar aqueles que lesaram e participaram dentro e fora da Petrobras.

Zelia
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Zelia

Exato. O consórcio praticamente “exige” 10% do valor do contrato, de cerca de US$1,6 bi, em “aditivos” e a Petrobras discorda do valor.

Helium Pereira
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Helium Pereira

Essa queda de braço, entre Petrobrás e o Consórcio, demonstra bem o atual estado de coisas……O pequeno e médio empresário brasileiro se ferra, o trabalhador brasileiro perde o seu emprego para os semi-escravos chineses, o governo brasileiro perde arrecadação para a infame economia chines.
É um festival

PRISCILLA
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PRISCILLA

Esta na hora das empresas investirem em engenharia e processos para tornar nossos preços mais competitivo, fornecendo qualidade e prazo ao inves de invertir em gerente e advogados que estudam as entrelinhas dos contratos para estorquir dinheiro das estatais e do povo brasileiro suportado por grupos influentes e corruptos e matérias pagas para influenciar a opinião pública contra a empresa. A casa caiu. A petrobras reage e a China tornou uma rota de fuga de sobrevida contra os empresários tendenciosos.

José
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José

Desculpe Priscilla mas a culpa pela situação atual não é somente das empresas. Os maiores culpados são a Petrobras e o governo. Quanto a reação da Petrobras. Que reação? Passar tudo para China é reação? Na minha opinião é incompetiencia e irresponsabilidade.

Marcus Meurer
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Marcus Meurer

sra. Priscilla, Muitas empresas investem em engenharia e em processos. Muitas, são competitivas sim. Muitas empresas só não se intalam no sonno país, quando se deparam com essa ordenação da desordem. O contratar advogados que estudam as entrelinhas dos contratos para “estorquir dinheiro das estatais”, geralmente e em grande parte, são contratos pré definidos nos processos licitatórios por essa mesmas empresas, dentre elas a própria Petrobras. Quem conhece bem esses processos, se depara com projetos mal consolidados. Após assinatura do contrato (mesmo que seja resultante de acordo e armaçoes entre as licitantes), o mal feito, já está mal feito desde… Read more »

Schneider
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Schneider

Concordo com Schiedam a respeito destas empresas envolvidas na Operação Lava A jato. É o caso do Consórcio INTEGRA (Mendes Junior /OGX) responsáveis pela construção de módulos e da integração das Plataformas P-67 e P-70. Porém a´conclusão da construção dos módulos não ocorreu conforme o planejado. Com isso e seguindo o mesmo caminho das P-75 e P-77 o restante das obras serão executadas na China. Como consequência, estas decisões, já estão gerando o aumento de desemprego no BRASIL.

Marcus Meurer
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Marcus Meurer

senhores,

Convenhamos essa tão alardeada Sessão Onerosa trocou de nome para SEÇÃO HORROROSA.
Esse circo de horrores, é fabricado com a mais alta competência por nós mesmos!!

Assis Pereira
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Assis Pereira

ESQUEMA DO PETROLÃO AINDA EM CURSO NA PETROBRAS: Os Tecnocratas que hoje estão trabalhando para que a Petrobras passe a Contratar os FPSO no exterior são os mesmos que trabalharam, lado a lado com o Pedro Barusco da Engenharia e do Diretor Renato Duque. Não vai demorar muito, todos serão devidamente enquadrados pela Policia Federal na Operação Lava Jato. Alias, a Policia Federal deve investigar a fundo o que ocorreu na Contratação Projeto de Pre-detalhamento (FEED) para contratação das Plataformas FPSO P58/62 em 2008. Naquele ano, quando o PETROLÃO corria a solto na Engenharia da Petrobras, comandada pelo Pedro Barusco,… Read more »

Assis Pereira
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Assis Pereira

ESQUEMA DO PETROLÃO AINDA EM CURSO NA PETROBRAS: A Petrobras determina que as Plataformas P-55 e P-77 sejam construídas na China, assim como as demais Plataformas que a Estatal vai construir para o Pre sal. Como fica o conteúdo Nacional apregoado pelo Lula e Dilma?. A decisão foi tomada pelo Diretor Roberto Moro em ação conjunta como o Gerente Executivo da Engenharia Marco Túlio Pereira Machado, que ficou conhecido como o petroleiro que mais defende a exportação dos empregos e renda dos brasileiros para a China. Os Tecnocratas que trabalharam com afinco para que a Petrobras passe a contratar os… Read more »