DELAÇÃO APONTA NOME DE EMPRESAS BENEFICIADAS POR COSTA NA PETROBRÁS

As informações estão saindo a conta-gotas, mas o poder de explosão de cada uma delas é enorme. O ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa começou a dar nomes de empresas que teriam sido beneficiadas sob a sua gestão na área de abastecimento da estatal. Entre as citadas por ele, as primeiras que começam a figurar nos depoimentos são Engevix, Toyo Setal, Iesa, Hope RH, UTC/Constran e Mendes Júnior. As empresas negam a participação em qualquer esquema ilícito.

As novas sessões de delação, que chegaram a durar 10 horas na terça-feira (9), também estão trazendo nomes de funcionários da Petrobrás, que teriam sido indicados por políticos de partidos aliados do governo. Segundo Costa, eles estavam na empresa puramente por ligações políticas e compactuavam com o esquema. O Ministério Público já está com os nomes dos funcionários, os cargos que ocupavam e o período em que trabalharam na estatal, mas, para evitar vazamentos, tudo foi criptografado.

As acusações preparadas pelo Ministério Público, baseadas em informações coletadas na Receita Federal e nos depoimentos do ex-diretor, apontam ainda a empresa Sanko Sider como uma das que recebeu recursos ilícitos de contratos na Refinaria Abreu e Lima, para depois repassar à MO Consultoria, do doleiro Alberto Youssef. A Sanko Sider nega e diz que está apresentando à justiça sua documentação.

“Sólida argumentação, acompanhada de vasta documentação comprobatória e, ainda, depoimentos de testemunhas idôneas estão sendo apresentadas em Juízo. A lisura de toda a atividade comercial desenvolvida pela empresa vem sendo reiteradamente confirmada. A Sanko-Sider atua com reconhecida responsabilidade e ética há 18 anos nesse mercado e repudia veementemente qualquer afirmação, seja de quem for, que tente associá-la a atos e atividades com as quais não tem nenhuma relação”, afirmou a Sanko em nota.

O acúmulo de dados, cruzados com as alegações de Paulo Roberto foram decisivos para que o pedido de delação premiada dele fosse aceito. Entre as informações colhidas estão interceptações telefônicas, análises de quebras de sigilos fiscais e bancários, além de dados obtidos junto ao Ministério da Fazenda, sobre atividades financeiras e comércio exterior. Segundo a PF, o esquema se estenderia a outros países e vários estados brasileiros.