DELEGAÇÃO BRASILEIRA APESENTA TRÊS PROJETOS INOVADORES NA 67ª CONFERÊNCIA DA AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA ATÔMICA | Petronotícias





DELEGAÇÃO BRASILEIRA APESENTA TRÊS PROJETOS INOVADORES NA 67ª CONFERÊNCIA DA AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA ATÔMICA

estandeA conferência anual da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) abre mais um dia de debates sobre o crescimento do uso da energia nuclear em todo mundo, em Viena, na Áustria. O evento reúne especialistas e líderes globais na área nuclear. Lá se debate  os avanços tecnológicos, os desafios globais e as oportunidades de cooperação no campo nuclear, e também para considerar e aprovar o orçamento da Agência e decidir sobre outras questões levantadas pelo Conselho de Governadores, pelo Diretor-Geral e pelos Estados-Membros. A conferência reúne mais de 2,8 mil participantes, sendo 2.575 representantes dos Estados-Membros, incluindo o Brasil, que tem um estande reunindo as empresas estatais brasileiras diretamente ligadas ao desenvolvimento nuclear. A delegação brasileira tem a participação do secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luis Fernandes, que “está compartilhando sua experiência e conhecimento em segurança nuclear, enfatizando a importância da cooperação internacional para garantir que a energia nuclear seja usada de maneira segura e responsável em todo o mundo”, diz um comunicado do governo. O estande brasileiro apresenta ao público as principais inovações de responsabilidade da CNEN, com destaque para dois projetos estruturantes, o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e o Centro Tecnológico Nuclear e Ambiental (CENTENA).

O diretor-geral reeleito da AIEA, Rafael Grossi, foi recebido no estande pelo embaixador e Chefe da Delegação Brasileira, Carlos Márcio Cozendey,CONF a embaixadora Cláudia Viera Santos e o ministro Ricardo Maschietto Ayrosa. O desenvolvimento da área nuclear no Brasil, bem como os acordos regionais foram pontuados por Grossi na visita ao estande. Ele ressaltou a importância do número de empresas envolvidas com a área nuclear no Brasil e a estreita cooperação entre elas. Na visita, o Brasil  entregou um cheque simbólico de 50 mil euros referente à contribuição complementar para o projeto de cooperação ReNuAl – Renovação dos Laboratórios de Aplicações Nucleares, de Seibersdorf, da AIEA, na Áustria. Uma das finalidades do projeto é prestar assistência técnica aos Estados-Membros nas áreas da alimentação e da agricultura, da saúde humana, do ambiente e do desenvolvimento e utilização de instrumentos científicos nucleares. São essenciais para o apoio da Agência aos Estados-Membros na utilização de tecnologias nucleares pacíficas para alcançar os ODS. Reconhecendo a importância dos laboratórios de Seibersdorf, Rafael Grossi anunciou a intenção de concluir sua a modernização. Cinquenta e um Estados-Membros e vários doadores não-tradicionais fizeram contribuições extraorçamentárias, totalizando mais de 63 milhões de euros para a modernização dos laboratórios.

Em sua participação na conferência, Wilson Calvo, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN, falou sobre o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que será CONF MESAum marco significativo no cenário científico e tecnológico do Brasil. Este projeto representa um avanço na área nuclear, concebido para desempenhar múltiplos papéis, desde a produção de radioisótopos para uso médico e industrial até a pesquisa científica e o treinamento de profissionais na área nuclear:  “O RMB reflete o compromisso do Brasil em utilizar a energia nuclear de maneira responsável e benéfica para a sociedade, oferecendo uma plataforma versátil que contribuirá significativamente para o avanço da ciência, medicina e tecnologia no país e na região”, disse.

A CNEN participa com três casos de sucesso apresentados no Side Event de Inovação da Conferência: os projetos GraNioTer, Unidade Móvel e Aplicações de Radiotraçadores na Indústria de Petróleo e Gás. O primeiro, é sobre a  “Produção de Grafeno a partir da esfoliação química do grafite natural e aplicações (GraNioTer)”, liderado pelo Centro Tecnológico de Desenvolvimento Nuclear (CDTN/CNEN), tem o propósito de se estabelecer como um HUB tecnológico de Materiais Avançados e Minerais Estratégicos. Para desenvolvimento de grafeno e operação de planta piloto, foi feito um acordo entre a CNEN, a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMGE) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). As indústrias nucleares e de energialep 1 podem obter vantagem do desenvolvimento de aplicações potenciais de nanomateriais de grafeno, além de nióbio e terras raras. O projeto resultou na proteção de dez ativos de propriedade intelectual: três softwares, três segredos de know-how, três pedidos de patentes e um  desenho industrial.

O  Projeto Técnica de radiotraçadores em plataformas offshore de petróleo e gás e plantas de processamento, é liderado pelo Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/CNEN), em colaboração com a Petrobrás e uma pequena empresa de base tecnológica, a ATOMUM. Tem como objetivo de desenvolver um protótipo e métodos para medir o fluxo de petróleo e gás em dutos. As grandes vantagens das técnicas de radiotraçador são a possibilidade de realizar intervenções em tempo real, sem influenciar o funcionamento normal de uma instalação. Além disso, a utilização de baixas concentrações do radiotraçador, devido à alta sensibilidade de detecção do sistema, não apresenta risco radiológico aos trabalhadores nem causa danos ou contaminação aos equipamentos e ao meio ambiente;

O terceiro projeto é o da Unidade Móvel com Acelerador de Feixe de Elétrons é liderado pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN), em parceria com a TRUCVAN e apoio da AIEA. Em 2019, conquistou o prêmio Internacional Atomexpo, em Sochi, na Rússia, pelo caráter inovador e de contribuição ao meio ambiente. Desenvolvida com o objetivo de ampliar a capacidade nacional de tratar efluentes industriais utilizando aceleradores de feixe de elétrons, a instalação itinerante visa melhorar a qualidade dá água nas áreas urbanas, um dos principais desafios que as sociedades enfrentam neste século.

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