DEMONSTRANDO TRANQUILIDADE APÓS O ANÚNCIO DE SUA SUBSTITUIÇÃO NA PETROBRÁS, SILVA E LUNA DIZ QUE NÃO PODIA INTERFERIR NOS PREÇOS
Pela primeira manifestação do General Silva e Luna depois de ser anunciada a demissão dele, não parece estar magoado tanto quanto ficou o seu antecessor, Castelo Branco, dando entrevistas e falando mal do governo. Silva e Luna se mostrou sereno ao perceber que o mercado reagiu com serenidade porque gostou da indicação do nome que irá sucedê-lo: Adriano Pires, que já foi cotado para substituir a ex-presidente Graça Foster, quando ela pediu demissão ainda no governo Dilma. Agora será a hora de Pires colocar na prática todas as críticas que fez às administrações da Petrobrás anteriores e mostrar o seu valor. Na primeira manifestação pública após o anúncio de sua saída, o general Joaquim Silva e Luna, falando em evento no Superior Tribunal Militar, em Brasília, falou que a estatal, por lei, não pode fazer política pública com os preços dos combustíveis e nem política partidária. Afirmou também que não há espaço para aventureiros na empresa. O legado que trouxe da bem sucedida administração da Itaipu Binacional, não foi suficiente para dirigir a Petrobrás, que é uma empresa muito sensível ao consumidor brasileiro.
Luna garantiu que empresa está bem cuidada e tem uma governança muito forte. Ele disse que uma andorinha só não faz verão, porque as decisões são coletivas e passam por várias instâncias: “Não há lugar para aventureiro dentro da empresa hoje. A não ser que mude a legislação. Mude a lei, mude a Constituição, aí tem. Mas hoje não tem espaço para aventureiro dentro da empresa.” Silva e Luna não comentou em nenhum momento a sua saída da empresa de forma direta, que deverá acontecer no dia 13 de abril. Ele estava no comando da Petrobrás há 343 dias. Luna afirmou que não há monopólio e que Preço de Paridade Internacional (PPI) — que equipara os preços nacionais ao valor do dólar e do barril de petróleo — é apenas uma referência. E afirmou que, se os preços não fossem reajustados, haveria risco de desabatescimento: “Informamos isso ao governo, participei de reuniões, expliquei isso aí. Depois foi toda essa confusão que a mídia tem divulgado, a mídia não… tem sido feita por informações de interesse duvidoso.” Vale lembrar que a Petrobrás é responsável por menos de 60% do mercado de derivados de petróleo no país. O restante é importado. Se há descasamento de preços, diz, “os importadores privados se recusam a comprar mais caro para vender mais barato”.
“A não ser que mude a legislação. Mude a lei, mude a Constituição, aí tem. Mas hoje não tem espaço para aventureiro dentro da empresa.”
Se e` assim, o Pires vai fazer o que?