DEPOIMENTO DE VENINA VELOSA É O MAIS AGUARDO DESTA TERÇA-FEIRA NA JUSTIÇA FEDERAL DO PARANÁ

A ex-gerente executiva da área de Abastecimento da Petrobrás, Venina Velosa (foto) irá prestar depoimento hoje (03) no segundo dia de audiência na 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná. As acusações feitas por Venina são graves. A executiva entregou milhares de documentos e arquivos de computador ao Ministério Público Federal e afirmou que toda a diretoria da Petrobrás sabia do esquema de desvio de dinheiro dentro da companhia. Este será seu primeiro depoimento ao juiz Sérgio Moro, responsável pelas processo da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.

O depoimento de hoje seria de João Procópio de Almeida Prado, que operava as contas e as offshores abertas por Youssef no exterior. No entanto, os advogados que representam Almeida Prado relataram que ele sofre com dores na coluna e ficaria em silêncio durante o depoimento, somente se pronunciando nos dois processos em que aparece como réu.

Venina era conselheira da refinaria de Abreu e Lima (Rnest) e foi uma das responsabilizadas pelas irregularidades na obra pela Comissão Interna de Apuração da Petrobras, o que resultou na sua exoneração pela Petrobrás.

Outros prestarão depoimento hoje, entre eles Meire Bomfim da Silva Poza, contadora do doleiro Alberto Youssef que denunciou a assinatura de contratos falsos com empreiteiras; o empresário Augusto Ribeiro Mendonça Neto, do grupo Toyo Setal; o consultor Júlio Gerin de Almeida Camargo e Leonardo Meirelles, acusado de ter feito remessas ilegais de dinheiro ao exterior usando falsos contratos de importação em nome do laboratório Labogen.

Meirelles, inclusive, já foi condenado por sua atuação como laranja de empresas de fachada no caso Petroforte. O advogado do doleiro Alberto Youssef afirma que os dois já trabalharam juntos, mas que agora são rivais e que Meirelles quer prejudicar seu cliente. Uma acareação entre os dois é estudada pelo advogado de Youssef. Segundo Meirelles, Youssef tem mais bens do que aqueles entregues ao Ministério Público Federal. Uma vez comprovada esta acusação, o acordo de delação premiada assinado pelo doleiro pode ser revisto, e até mesmo cancelado.