DEPOIMENTO REVELA NEGOCIAÇÃO DE RICARDO PESSOA PARA FECHAR ACORDO DE DELAÇÃO PREMIADA
O que estava no campo da especulação agora é concreto: o presidente da UTC, Ricardo Pessoa (foto), está negociando um acordo de delação premiada com a Polícia Federal e o Ministério Público. As conversas para que esse passo seja definitivo estavam sendo tratadas em sigilo, mas um depoimento divulgado pela Justiça do Paraná neste terça (3) deixou claro o tema.
Durante um depoimento do delegado da Polícia Federal Márcio Adriano Anselmo, um dos coordenadores da Operação Lava Jato, a negociação acabou sendo revelada. O juiz Sergio Moro fez um questionamento ao delegado, mas, antes que ele pudesse responder, o advogado de defesa de Ricardo Pessoa interrompeu o diálogo, afirmando que, apesar de ainda não estar selado o acordo, o delegado havia ouvido “diversas coisas” e não podia depor sobre os fatos ouvidos “naquela audiência”.
O Juiz Sergio Moro aceitou o pedido de impugnação do depoimento feito pelo advogado de Pessoa, afirmando que o delegado não falaria sobre o que foi discutido nas negociações da delação premiada.
Caso seja confirmado o acordo, Pessoa será o décimo réu da Operação Lava-Jato a colaborar com as investigações em regime de delação premiada. Seu nome tem sido um dos mais citados pelos outros executivos que assinaram o mesmo acordo, principalmente nos depoimentos de Julio Camargo e Augusto Mendonça.
Na última semana, Pessoa e seu advogado traçaram uma estratégia de defesa diferente dos demais, e chamou uma série de políticos do executivo e do legislativo federal para servirem de testemunhas de defesa em seu nome, como o atual ministro da Defesa, Jaques Wagner, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), candidato derrotado à Presidência da Câmara, o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo e outros quatro deputados federais: Arnaldo Jardim (PPS-SP), Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP), Jutahy Magalhães (PSDB-BA) e Paulinho da Força (SD-SP); além do secretário municipal de Saúde de São Paulo, José de Filippi Júnior, ex-tesoureiro da campanha de reeleição do ex-presidente Lula, em 2006, e da primeira campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2010.
QUEM, DE FATO LIDEROU, OU LIDERA O CARTEL NA PETROBRAS? O Sr. Ricardo Pessoa está equivocado quando afirma que a Petrobras tenta se fazer de vítima, reportando ainda que se houve cartel, ela foi a líder. De fato, toda quadrilha tem um líder e no caso em questão, um grande líder político que se apoderou da Estatal assim que assumiu o poder em Brasília. Este poderoso líder, designou o articulador José Dirceu para o aparelhamento da Petrobras naquela época, em ação conjunta com o Diretor de Serviços, seu parente próximo. A partir dessa célula inicial, foi estruturada uma cadeia de… Read more »