DEPOIS DA TOTAL, AGORA SÃO OS CHINESES DA CNPC QUE DEIXAM O PROJETO DO MAIOR CAMPO DE EXPLORAÇÃO DE GÁS DO IRÃ
A estatal chinesa de China National Petroleum Corporation (CNPC) também saiu do projeto de exploração do campo gigante de gás natural de South Pars, que deveria ser explorado em conjunto entre a francesa Total, e a iraniana Petropars, segundo um acordo assinado em 2017, no valor de 4,8 bilhões de dólares. Já em 2018, a Total tinha saído do consórcio, após a saída dos Estados Unidos do acordo nuclear assinado em 2015 entre o Irã e as grandes potências. A partir dali, voltaram as sanções impostas pelos norte-americanos contra o setor energético iraniano. A saída dos chineses da exploração do campo de gás também acontece no momento quando a China e os Estados Unidos estão envolvidos numa guerra comercial entre os dois países.
O ministro do Petróleo do Irã, Bijan Zangeneh, citado pela agência de notícias Shana, disse que a China National Petroleum Corp (CNPR) já não estava no projeto, mas sem dar informações adicionais. O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irã, Mohammad Javad Zarif, tem-se queixado da campanha dos Estados Unidos contra Teerã e do impacto nos investimentos estrangeiros. O Irã detém a segunda maior reserva conhecida de gás natural e a quarta maior reserva de petróleo do mundo. Grande parte de gás natural é proveniente do imenso campo de South Pars, que compartilha com o Qatar.
Nos termos do acordo inicial, a Total deveria ter uma participação de 50,1%, com a CNPC com 30% e a empresa iraniana Petropars com 19,9%. Com a retirada da Total, a CNPC assumiu a participação da empresa francesa. Agora a Petropars desenvolverá o campo sozinha, disse Zangeneh. O plano inicial para o desenvolvimento de South Pars previa que teria capacidade para dois mil milhões de pés cúbicos de gás natural por dia. Depois de se ter retirado do acordo nuclear com Teerã há mais de um ano, os Estados Unidos têm imposto sanções ao Irã impedindo-o de vender petróleo no exterior, prejudicando a sua economia.
No final de setembro, os Estados Unidos impuseram sanções a empresas marítimas chinesas que acusavam de transportar petróleo bruto iraniano. As tensões atingiram seu auge em 14 de setembro, com um ataque com mísseis e drones a uma infraestrutura petrolífera da Arábia Saudita, o que fez com que os preços do petróleo aumentassem na maior percentagem desde a Guerra do Golfo de 1991. A Arábia Saudita disse que o ataque foi “inquestionavelmente patrocinado pelo Irã”, que nega ser responsável e alertou que qualquer ataque de retaliação resultará numa “guerra total”.
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