DEPOIS DE CONDICIONAR O FIM DA CONSTRUÇÃO DE ANGRA 3 À VENDA DA ELETROBRÁS, BNDES VAI FINANCIAR ENERGIA SOLAR NA AMAZÔNIA
Depois de seu presidente, Gustavo Montezano, ameaçar a reconstrução de Angra 3 e condicionar a finalização de mais uma usina nuclear no país à venda da Eletrobrás, mostrando uma visão pequena e caolha sobre o programa nuclear brasileiro, o BNDES parece se redimir ao aprovar a operação que permitirá o consumidor de energia da Região Norte do Brasil, principalmente da Amazônia, substituir seus geradores a diesel por usinas fotovoltaicas. O banco adquiriu 95% dos R$ 60 milhões em debêntures emitidas pela Amazônia Solar Companhia Securitizadora de Créditos Financeiro. A emissão viabilizará a parceria com o ecossistema Solfácil, especializada em financiar a instalação de sistemas de microgeração solar fotovoltaica. A operação permitirá o financiamento a cerca de 1.600 projetos num prazo de até 150 meses para a instalação de sistemas solares fotovoltaicos em residências e empresas localizadas na região. Será a Solfácil a responsável por avaliar a capacidade do contratante e do contratado, além de verificar a viabilidade do sistema para o consumidor antes de aprovar o crédito. Cada investimento, na ponta, deverá apresentar um custo médio em torno de R? 37 mil e será 100% financiado. Ao todo, serão cerca de 12 MWp de capacidade instalada, equivalente ao consumo de quase sete mil famílias. Esta é a primeira vez que o BNDES atua neste formato.
É uma operação piloto para promover a aceleração da geração solar distribuída na Região Norte, onde existem problemas de fornecimento de energia e cerca de 250 Sistemas Isolados que utilizam a geração térmica a diesel para fornecimento de energia elétrica. Para a diretora de Concessão de Crédito do banco, Solange Vieira, a operação é inovadora na forma de atuação, ao permitir o acesso do consumidor final aos recursos do BNDES sem a intermediação tradicional de bancos.
“A operação vai contribuir para democratizar o acesso à geração solar para os consumidores de energia da Região Norte, permitindo maior acesso ao crédito na ponta e promovendo a desconcentração bancária”, afirmou Solange. Outro benefício para o consumidor é a redução no gasto com contas de luz, estimada em até 90%. A compensação será suficiente para pagar o financiamento. Após a liquidação do empréstimo, o consumidor será o proprietário do sistema fotovoltaico, quem tem uma durabilidade prevista de 25 anos.
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