DEPOIS DE PRESSIONAR O GOVERNO PARA REDUZIR AS ALIQUOTAS DE IMPORTAÇÃO, AS SIDERÚRGICAS VOLTAM A AUMENTAR O PREÇO DO AÇO | Petronotícias




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DEPOIS DE PRESSIONAR O GOVERNO PARA REDUZIR AS ALIQUOTAS DE IMPORTAÇÃO, AS SIDERÚRGICAS VOLTAM A AUMENTAR O PREÇO DO AÇO

aço rolosDepois de vários pedidos feitos ao governo para se aumentar as alíquotas de importação do aço, não atendidos, as siderúrgicas que atuam no Brasil, passaram a adotar uma nova tática: demitir profissionais, paralisar a produção de altos fornos e ameaçando diminuir ainda mais a produção nacional. As empresas falavam em prejuízo, porque o aço importado da China chegava ao Brasil muito abaixo dos preços internos. Os clientes do aço, optaram por importar porque as siderúrgicas se recusaram a reduzir o preço, exigindo uma ação do governo. E agora, ao que parece, elas se tornaram as maiores incentivadoras da importação de aço ao passarem a cobrar, sem aviso prévio aos seus distribuidores e clientes, algo em torno de 9%, dependendo da empresa e do produto. Cada distribuidora de produtos tem preços diferentes para  aço plano, placas para produção de tubos de aço; para construção civil, engrenagens, carros, vigas, pregos etc. O Petronotícias procurou as principais siderúrgicas. Ou não responderam ou, fizeram como a Usiminas: “a empresa não comenta sua política de preços”. Como o preço do aço importado não teve qualquer variação, não é compreensível que as mesmas empresas se juntaram para pedir a intervenção do governo nos preços do mercado, aumentem os seus próprios preços. Esses aumentos são extremamente danosos para as indústrias brasileiras que dependem do aço para a produção de seus insumos. Cria uma bagunça generalizada, que obriga as empresas a saírem fora dos seus orçamentos, planejamentos e pratiquem a revisão de seus preços no mercado onde atuam.  Um aumento dessa ordem sem aviso prévio, só demonstra o descompromisso das grandes siderúrgicas com os seus próprios clientes.

Para lembrar, o preço do aço no Brasil esteve em níveis recordes, puxado por uma escalada que teve início em junho de 2020, quando daaço chines reativação da economia e do comércio pós-pico da pandemia no país. Naquele momento, muitos esperavam por uma retração forte na demanda de aço, o que motivou siderúrgicas a abafarem fornos, reduzirem ritmo de produção, num momento em que a cadeia já estava sem estoque. Quando a demanda se mostrou presente, não foi possível realizar uma retomada de produção imediata, o que agravou o desabastecimento local e converteu-se numa crise de estoque. Com pouca oferta, e demanda firme, preços subiram mês a mês e fecharam 2020 com altas de 60% a 70%, dependendo do produto.

açoEm maio de 2021 a S&P Global Platts revelou o tamanho do impacto das sucessivas altas de preço do insumo naquela época. Só o aço plano já acumulava um sonoro e salgado aumento de impressionantes 150% nos últimos 12 meses. Já o valor da bobina laminada a quente subiu 69% entre janeiro até agora. A Platts não realiza projeções, mas analisa as conjunturas e já analisava na época que o preço do aço deveria continuar firme até 2022, durante a pandemia. Além do descompasso entre a oferta e demanda no mercado doméstico,  a disparada de preços no mercado internacional, tanto para produtos de aço como para matérias-primas. E o que fizeram as siderúrgicas brasileiras? Optaram por vender para o mercado internacional e por um preço altíssimo, no mercado nacional e nem havia garantias de entrega. Demorava até quatro meses. Os preços para o mercado brasileiro se tornaram insuportáveis. Pequenas empresas fecharam e médias e grandes empresas sofreram. Quem apanha, como se diz, não esquece.

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