DEPOIS DE SUSPENDER A CERTIFICAÇÃO DO NORD STREAM 2, ALEMANHA PODE FICAR SEM GÁS SE GASODUTO DA UCRÂNIA SOFRER ATAQUE | Petronotícias




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DEPOIS DE SUSPENDER A CERTIFICAÇÃO DO NORD STREAM 2, ALEMANHA PODE FICAR SEM GÁS SE GASODUTO DA UCRÂNIA SOFRER ATAQUE

olafO Ocidente mostrou na terça-feira (22) que estava pronto para atacar a enorme indústria de energia da Rússia, – mesmo correndo o risco depois que Moscou ordenou mobilizar tropas para partes do leste da Ucrânia. A Alemanha disse que estava suspendendo a certificação do gasoduto Nord Stream 2 após as ações de Moscou no leste da Ucrânia na segunda-feira.  O gasoduto está parado por causa da crise com Ucrânia.  O chanceler alemão,  Olaf Scholz, que está  em Berlim, declarou: “No que diz respeito aos últimos desenvolvimentos, precisamos reavaliar a situação também em relação ao Nord Stream 2. Parece muito tecnocrático, mas é o passo administrativo necessário para interromper a certificação do gasoduto”. O oleoduto foi concluído em setembro, mas ainda não recebeu a certificação final dos reguladores alemães. Sem isso, o gás natural não pode fluir através do gasoduto do Mar Báltico da Rússia para a Alemanha.

Estados Unidos, Reino Unido, Ucrânia e vários países da UE se opuseram ao oleoduto desde que foi anunciado em 2015, alertando que o projeto aumentaria a influênciagasoduto de Moscou na Europa. O Nord Stream 2 poderia fornecer 55 bilhões de metros cúbicos de gás por ano. Isso representa mais de 50% do consumo anual da Alemanha e pode valer até US$ 15 bilhões para a Gazprom, a estatal russa que controla o oleoduto. Como maior cliente de gás da Rússia, a Alemanha tentou manter o Nord Stream 2 fora da política global. Mas Berlim achou cada vez mais difícil defender o projeto enquanto seus aliados debatiam como punir Moscou caso ordenasse uma invasão à Ucrânia.

A decisão do presidente russo, Vladimir Putin, de ordenar tropas ao leste da Ucrânia colocou o governo alemão em uma posição difícil. Autoridades dos EUA deixaram claro que iriam suspender o Nord Stream 2 no caso de uma invasão russa, sem oferecer detalhes sobre como isso seria realizado. A Gazprom é a única acionista do Nord Stream 2, mas 50% do financiamento foi fornecido por cinco empresas de energia europeias, incluindo Wintershall e Uniper da Alemanha. Os outros financiadores são a Shell da Grã-Bretanha (RDSA), a Engie  (ENGIEY) da França e a OMV (OMVJF) da Áustria. A energia é uma questão política importante na Europa Central e Oriental, onde o fornecimento de putingás da Rússia desempenha um papel essencial na geração de energia e aquecimento doméstico. Os preços do gás natural bateram novos recordes neste inverno na Europa, e um conflito na Ucrânia pode trazer mais dor aos consumidores.

Ontem (22) o preço de referência do gás natural para entrega na Europa no próximo mês saltou para cerca de US$ 89,54 por megawatt-hora, acima dos US$ 81,04 no fechamento de segunda-feira, segundo dados do Independent Commodity Intelligence Services. Os preços caíram de recordes atingidos pouco antes do Natal. Ainda assim, eles permanecem significativamente acima de onde estavam há um ano,  quando o gás era negociado a US$ 18,47 por megawatt-hora.

Analistas disseram que a luta pelo Nord Stream 2 não deve mudar drasticamente as perspectivas de preços para este inverno. O gasoduto não deveria entrar em operação até o segundo semestre do ano. Ainda assim, Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, alertou após o anúncio da Alemanha que os preços na Europa disparariam. “Bem-vindo ao admirável mundo novo, onde os europeus muito em breve pagarão € 2.000 por 1.000 metros cúbicos de gás natural.” Isso seria o equivamente a estratosféricos US$ 243,75 por megawatt-hora

A Europa está em melhor forma do que há alguns meses, depois de aumentar as importações de gás natural liquefeito, ou GNL, em janeiro e início de fevereiro.   O climanord também tem sido relativamente ameno. No entanto, muito depende do que acontece a seguir. O GNL dos Estados Unidos e do Catar ajudará o bloco a resistir a quaisquer interrupções nos fluxos de gás na Ucrânia, que responde por cerca de 10% do fornecimento total à União Europeia, caso os oleodutos sejam danificados em combates. Mas se Moscou, que já reduziu suas exportações de gás para a Europa, decidir estrangulá-las ainda mais em resposta às sanções ocidentais, isso pode aumentar drasticamente a situação. Se a Rússia parar de enviar gás para a Europa, não haverá GNL suficiente para lidar com isso. Não se espera que a Rússia tome uma medida tão drástica, uma vez que também prejudicaria a Gazprom, mas continua sendo uma possibilidade.

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