DEPOIS DO PROJETO JAPITUR PARA A CONSTRUÇÃO DE SEIS REATORES NUCLEARES, ÍNDIA E FRANÇA FAZEM ACORDO PARA PRODUZIR SMRs
Quando se compara com o Brasil, percebe-se de imediato que a visão de futuro depende mesmo do nível de qualificação das autoridades que estão envolvidas em qualquer projeto de desenvolvimento. Veja este exemplo: o presidente da França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, assinaram uma declaração de intenções estabelecendo uma parceria para construção de reatores modulares avançados e pequenos reatores modulares, após conversas dos dois líderes aproveitando a visita de Modi à França. Eles também visitaram o projeto multinacional de fusão nuclear ITER. Além da declaração de intenções, os dois renovaram um memorando de entendimento entre o Departamento de Energia Atômica da Índia e o Commissariat à l’Energie Atomique et aux Energies Alternatives da França (CEA) cobrindo a cooperação com o Global Centre for Nuclear Energy Partnership, que fica no estado de Haryana, na Índia, e que visa promover a colaboração internacional em pesquisa e desenvolvimento de energia nuclear e capacitação. Ele também cobre a cooperação com o Institute for Nuclear Science and Technology na França.
Uma declaração conjunta emitida após suas conversas disse que os dois líderes “enfatizaram que a energia nuclear é uma parte essencial da mistura de energia para fortalecer a segurança energética e a transição para uma economia de baixo carbono.” Os dois líderes reconheceram os laços nucleares civis Índia-França e os esforços de cooperação nos usos pacíficos da energia nuclear, notavelmente em relação ao Projeto da Usina Nuclear de Jaitapur. Eles saudaram a primeira reunião da Força-Tarefa Especial sobre Energia Nuclear Civil e assinaram uma carta de intenções sobre o Reator Modular Pequeno (SMR), o Reator Modular Avançado (AMR) e o Acordo de Implementação entre o GCNEP da Índia, DAE e o INSTN da França, para cooperação em treinamento e educação de profissionais do setor nuclear.
O projeto Jaitapur é proposto para ser uma usina de seis unidades EPR no local no estado de Maharashtra. Com uma capacidade instalada de 9,6 GWe, seria a usina nuclear mais poderosa do mundo, gerando cerca de 75 TWh por ano, atendendo às necessidades de consumo anual de 70 milhões de lares indianos e evitando a emissão de cerca de 80 milhões de toneladas de CO2 por ano. Um acordo de cooperação foi assinado em 2023 para a EDF da França e a BHEL da Índia para também explorar uma colaboração maior para os EPRs e para o pequeno reator modular Nuward da EDF.
A Índia pretende desenvolver pelo menos 100 GW de energia nuclear até 2047 para seus esforços de transição energética e se comprometeu a fazer parceria com o setor privado no desenvolvimento do Bharat Small Modular Reactor – um reator compacto de água pesada pressurizada de 220 MW baseado na tecnologia de reator da Índia. A Ministra das Finanças Nirmala Sitharaman também prometeu emendas ao Ato de Energia Atômica e ao Ato de Responsabilidade Civil por Danos Nucleares para abrir possibilidades para a participação do setor privado na indústria nuclear comercial da Índia. Durante sua visita à França, Modi também se encontrou com o novo vice-presidente dos EUA, JD Vance( foto a esquerda), com a Casa Branca dizendo que eles “discutiram tópicos de interesse mútuo, incluindo como os Estados Unidos podem ajudar a Índia a diversificar suas fontes de energia por meio de investimentos em tecnologia nuclear limpa e confiável dos EUA”.
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