DEPUTADO ACUSA GRAÇA DE FALSO TESTEMUNHO EM CASO DA SBM, MAS PETROBRÁS NEGA
Ao contar que tinha recebido uma ligação do presidente da SBM informando sobre o pagamento de propinas para um funcionário da Petrobrás, a presidente da estatal, Graça Foster, acabou gerando novos problemas para si. Além de pegar todos de surpresa com a informação, agora ela está sendo acusada pelo deputado Onyx Lorenzoni de ter prestado falso testemunho na CPI mista do Congresso, em 11 de junho, quando negou indícios de corrupção no caso.
O deputado apresentou uma queixa-crime contra Graça junto ao Ministério Público Federal, afirmando que ela mentiu ao dizer que não tinha conhecimento sobre suspeitas de pagamento de propina a funcionários da Petrobrás, já que a comunicação feita pelo presidente da SBM tinha ocorrido no dia 23 de maio.
“Quando perguntada se ela tinha informação de que a SBM havia pago propina para funcionários ou agentes ligados, ou servidores da Petrobrás, ela tergiversou. Ela mentiu, enrolou e não falou. E, quando esteve na CPMI ela já detinha essa informação, como a própria estatal revelou”, afirmou Onyx.
Em seu depoimento à CPI mista, a presidente Graça Foster chegou a ser perguntada se a Petrobrás identificara indícios de pagamentos a funcionários da estatal ou a intermediários por parte da SBM, mas deu a seguinte resposta:
“A Comissão de Apuração Interna não identificou, na sua esfera de atuação, dentro das atribuições que tinha e que tem, pagamento de qualquer vantagem a qualquer um dos nossos empregados. A comissão não identificou”.
A Petrobrás diz ainda não ter sido notificada em relação à notícia-crime protocolada, mas nega que Graça tenha cometido qualquer irregularidade, alegando que as investigações corriam em sigilo no Ministério Público e na CGU, portanto ela não podia citar as informações recebidas pela SBM.
A companhia explica que Graça só mencionou o assunto no dia 17 deste mês porque as informações tinham sido divulgadas pelo Ministério Público da Holanda, que fechou um acordo de US$ 240 milhões com a SBM, após a confirmação dos pagamentos irregulares.
Apesar de todo o processo desenrolado, com a comprovação de que houve pagamento indevido a “um empregado ou ex-empregado da Petrobrás”, até hoje não foi divulgado o nome da pessoa envolvida e a estatal afirma que “não conhece oficialmente quem poderia ter recebido o suposto suborno e o respectivo valor”.
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