DEPUTADO JULIO LOPES LANÇA A FRENTE PARLAMENTAR NUCLEAR E DEFENDE USO DE PEQUENOS REATORES MODULARES

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) – 

julio-lopesA nova legislatura da Câmara dos Deputados terá mais espaço para debates a respeito da tecnologia nuclear. Isso porque, nesta semana, o deputado federal Julio Lopes (PP-RJ) lançou oficialmente a Frente Parlamentar Mista de Tecnologia e Atividades Nucleares. Alguns dos principais objetivos da iniciativa serão o desenvolvimento da aplicação das atividades nucleares no Brasil e o fortalecimento do ambiente de negócios e das condições de competitividade do setor. Em entrevista ao Petronotícias, Lopes disse que já fez uma indicação parlamentar sugerindo a adoção de medidas para incentivar o desenvolvimento de atividades nucleares no país. Além disso, o deputado destacou ainda o potencial de adoção dos modelos de pequenos reatores modulares (SMR, na sigla em inglês) no país e defendeu a construção da quarta usina nuclear brasileira no Rio de Janeiro (Angra 4).

Poderia falar aos nossos leitores quais serão as suas primeiras ações nesse novo mandato em prol do desenvolvimento da energia nuclear?

Nessa nova legislatura, irei presidir a Frente Parlamentar Mista de Tecnologia e Atividades Nucleares (FPN), que tem o papel de defender a indústria Nuclear no Brasil e todas suas variações, seja em sua aplicação direta na energia nuclear, como também no bombardeamento de irradiação nos alimentos, na área nuclear médica e no campo cirúrgico.

Quais projetos nucleares são prioridade neste momento? Angra 3? RMB?

Não existe prioridade, os dois projetos são fundamentais neste processo. Como já sabem, sou e sempre serei um defensor ferrenho do uso da energia nuclear em todas as áreas. Por isso, é muito importante a construção de reatores nucleares de pequeno porte no estado do Rio de Janeiro, que geraria muitos empregos diretos durante sua construção. 

Ainda neste ano, fiz uma indicação parlamentar sugerindo a adoção de medidas para incentivar o desenvolvimento de atividades nucleares no Brasil. Dentre elas, gostaria de destacar o modelo de Small Modular Reactors (SMRs), um modelo de usina que usa reatores modulares menores, os quais têm maior capacidade de gerar energia, produzindo menos lixo, além de ter maior eficiência de contenção e de segurança, se comparada com usinas de tamanhos convencionais.

E como estão as discussões para garantir que o Rio seja destino da nova usina nuclear brasileira (Angra 4)?

angra-3-3Tenho trabalhado muito para isso. Na última semana, me reuni com o presidente da Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), Almirante Carlos Henrique Silva Seixas, para discutir o contrato de compra dos resfriadores nucleares que serão construídos em Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro. A disposição é adquirir 15 resfriadores o mais rápido possível. 

É válido lembrar que o Brasil já está no processo de criação de Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), por isso é importante que se tenha ajuda de países com mais experiência nesse setor. Para agilizar essa possível ajuda, apresentei uma indicação legislativa direcionada ao presidente Lula, na qual pedi que durante a viagem que fará aos Estados Unidos no próximo dia 9 leve na bagagem a pauta com a intensificação do programa nuclear brasileiro para futuras negociações e acordos, já que os dois países são parceiros de longa data nesse setor, inclusive com inúmeras empresas trabalhando aqui no país.

O senhor poderia falar das primeiras atividades/ações da Frente Parlamentar Mista de Tecnologia e Atividades Nucleares?

Promover o desenvolvimento e aplicação da Tecnologia e Atividades Nucleares no Brasil, defendendo os interesses comuns das empresas que integram as cadeias produtivas de base nuclear e promovendo ações para o fortalecimento do ambiente de negócios e das condições de competitividade sistêmicas, setoriais e regulatórias, no mercado interno e em nível internacional.

Promover debates, simpósios, seminários e outros eventos pertinentes ao exame da política nacional de desenvolvimento da Tecnologia e Atividades Nucleares, divulgando seus resultados.

Promover o intercâmbio com instituições semelhantes e parlamentos de outros países, visando o aperfeiçoamento recíproco das respectivas políticas da Tecnologia e Atividades Nucleares. 

Procurar, de modo contínuo, o aperfeiçoamento da legislação nacional referente à Tecnologia e às Atividades Nucleares, influindo no processo legislativo a partir das comissões temáticas nas duas Casas do Congresso Nacional.

Conhecer e auxiliar na divulgação de novos métodos e processos que fomentem a Tecnologia e as Atividades Nucleares em nível nacional. 

Por fim, apoiar as instituições participantes das cadeias produtivas de base nuclear, interessadas no seu desenvolvimento, junto a todos os Poderes, inclusive em questões orçamentárias nos casos das entidades públicas.

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Alyson

Um excelente parlamentar. Julio só longo de sua carreira política vem dando um banho de sabedoria aos seus pares.
Um dos melhores parlamentar da bancada do RJ.
Parabéns!

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Pra ficar perfeito, só falta o Seixas sair!