DESCLASSIFICAÇÃO PARA CONSTRUÇÃO DE NAVIOS DE GUERRA NA ALEMANHA PODE TER REFLEXOS PARA THYSSEN NA LICITAÇÃO DAS CORVETAS
O fato de não ter conseguido avançar na licitação para construção de um novo navio de guerra Alemão pode ter reflexos intensos para o Grupo TyssenKruup na licitação que a Marinha brasileira organizou para a construção de quatro Corvetas da Classe Tamandaré. As propostas foram entregues no último dia 18 e a Tyssen faz parte de um consórcio que está concorrendo. A ThyssenKrupp Marine Systems foi comunicada pelo Ministério da Defesa alemão de que não participaria da licitação para abastecer a próxima geração de navios de guerra do país. A decisão foi divulgada em um aviso enviado pela agência de compras do ministério. A carta dizia que o governo não confiava na ThyssenKrupp e em seu parceiro, os estaleiros da Lürrsen, para construir o novo MKS 180, projetado para operar em qualquer lugar do mundo, inclusive em mares polares. A agência também disse que o preço proposto pelo consórcio de € 4 bilhões para quatro navios de guerra era alto demais.
Há informações que depois dessa derrota em sua própria casa, o grupo estaria preparando a venda de suas atividades de construção naval. A falta de estar fora de um contrato para a corveta multiuso MKS 180 significará que a ThyssenKrupp Marine Systems terá que renunciar a € 3,5 bilhões em receita. Essa derrota pode impedir a empresa de ganhar contratos em outros países. No Egito o reflexo foi imediato porque a Marinha Egípcia deveria encomendar a MKS-180 da ThyssenKrupp Marine Systems mas, dizem os especialistas, que nenhuma marinha no mundo contrataria uma empresa que também não forneça suas forças armadas domésticas.
O CEO da ThyssenKrupp, Heinrich Hiesinger, acredita que a falta de encomendas firmes da divisão de navios da empresa provavelmente aumentará a pressão de investidores insatisfeitos com a direção da companhia. Investidores americanos deixaram vazar uma opinião sobre a administração da empresa alemã, alegando que a sede da ThyssenKrupp está inchada. O fundo Elliott atualmente possui menos de 3% da ThyssenKrupp, mas pode se associar com a investidora Cevian, que detém 18%, para forçar uma mudança. A ThyssenKrupp já está em negociações com rivais, incluindo a German Naval Yards, sobre uma parceria que pode levar a uma alienação da participação ou mesmo a uma venda definitiva, disseram fontes da empresa. Se nenhum comprador puder ser encontrado, a unidade de construção naval poderá ser fechada, levando à perda de cerca de mil do total de seis mil trabalhadores da divisão.
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