DESORDEM NO ABASTECIMENTO DE COMBUSTÍVEL PODE TER SUA RAIZ NA POLÍTICA DE PREÇOS DA PETROBRÁS
A crise que de desabastecimento de gasolina e óleo diesel que está acontecendo em Goiás, com certeza é pela ganância dos donos de postos que parecem ter se organizado para aproveitar uma oportunidade provocada pela Petrobrás, mesmo sem intenção. É certo que a estatal fica com apenas cerca de 30 % do valor vendido pelas distribuidoras. Mas, mesmo com objetivo de dar transparência flutuando o preço para baixo ou para cima, de acordo com o mercado internacional do petróleo, a decisão de anunciar a variação dos preços dos combustíveis diariamente imposta pela estatal, merece ser repensada. Isso causa uma desinformação generalizada que é aproveitada por oportunistas. Ninguém acompanha diariamente quanto vale um litro de gasolina ou óleo diesel.
A Petrobrás trabalha com a premissa de que todos os donos de postos sejam honestos, mas não é isso que está acontecendo. Tecnicamente não há o que contestar a ideia da Petrobrás em obedecer as leis do mercado e seus reajustes diários, acompanhando a flutuação do mercado internacional, mas é importante analisar que as leis do macro mercado não estão sendo respeitadas pelo varejo. E isso é fácil de se observar em todas as cidades. O consumidor não sabe o valor real do litro de gasolina ou do óleo diesel. As flutuações dos preços ou não são repassadas pelas distribuidoras e, por extensão, não são repassadas pelos postos aos seus consumidores. E muito menos o consumidor sabe ou vai acompanhar a variação diária desses preços. Certamente o presidente da Petrobrás sabe o valor do barril de petróleo, mas nem ele, talvez, saiba quanto está custando o litro da gasolina.
Este problema não está acontecendo só em Goiás, mas em todo Brasil. Em Goiás, o abuso do varejo foi maior e houve uma reação popular. Como não há tabelamento nos preços, muitos postos desonestamente, colocam os preços que quiserem. Como não há referência, não há possibilidades do consumidor acompanhar o preço real ou comparar preços no momento de abastecer. A estatal é responsável indireta por esta desordem, mas não pode ser responsabilidade pela desonestidade dos donos de postos de gasolina. O ideal, é que, diante dessa realidade, fosse estudado uma nova forma de reajustar os preços. Mensalmente talvez fosse o ideal.
Eu não sou dono de posto, mas ao ler esse texto, a sensação que eu tenho é de que o brasileiro gosta mesmo é de reclamar. Quer um mercado livre de interferências do estado, regido pela Lei da Oferta e da Demanda, mas ao mesmo tempo, não quer. Cada posto tem que ter a liberdade de colocar o preço que quiser, desde que não haja cartel. O consumidor é que tem que decidir se vai pagar ou não por aquele preço, e no caso limite, deixar o carro em casa. Mas o brasileiro aceita tudo, não sabe o poder que… Read more »