DESPREZO E FALTA DE FIRMEZA DO GOVERNO EM RELAÇÃO A ANGRA 3 ESTÃO ACENDENDO O ALERTA MÁXIMO NO SETOR NUCLEAR
O governo brasileiro está empurrando com a barriga assuntos importantes e cruciais para o setor de energia do país. Não é apenas a indefinição sobre a liberação da licença ambiental da Petrobrás na Margem Equatorial que tem marcado a política energética do governo Lula. O desprezo pela retomada de Angra 3 também escancara a falta de prioridade do Planalto com o programa nuclear nacional. A negligência com o projeto pode comprometer o futuro da geração nuclear no país — e deixa rastros de um desalinhamento do governo frente aos desafios atuais da transição energética.
Conforme noticiamos ontem, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, mostrou-se titubeante ao falar sobre Angra 3. Disse que Lula teria pedido a ele e a outros ministros uma discussão sobre a Eletronuclear. Além disso, repetiu as já conhecidas frases de efeito favoráveis à expansão da geração nuclear no Brasil. De fato, Silveira tem demonstrado apoio à retomada de Angra 3. Mas essa postura tem se limitado apenas ao campo do discurso. Ao ser questionado se a retomada da obra será pautada na próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), no final deste ano, preferiu sair pela tangente com a nada animadora frase “Pode ser…“, e acrescentou que um dos ministros do CNPE pediu vistas ao processo.
“Assim que o pedido de vista for devolvido e o tema voltar ao Conselho, acredito que, de forma madura, todos compreenderão a importância da matriz nuclear para a segurança energética nacional”, declarou Silveira. Faltou apenas lembrar que Angra 3 está paralisada por um período escandaloso de 10 anos. Uma década inteira. Só o governo atual já teve três anos e meio para discutir o assunto. Mas, até agora, só promessas vazias e postergações que têm frustrado o mercado. E, para piorar, o setor terá de esperar até o final do ano para a próxima reunião do CNPE sem ter a garantia de que Angra 3 será pautada.
“O setor nuclear está extremamente preocupado com a indefinição em torno de Angra 3. Temos visto empresas desistindo de atuar nesse segmento diante da falta de avanços concretos”, alertou o presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), Celso Cunha. “A questão da governança do setor nuclear é muito séria, e não vemos até agora um comprometimento real do governo em solucionar o problema”, acrescentou.
Para o presidente da ABDAN, é evidente que o ministro Alexandre Silveira demonstra vontade de resolver essa situação, mas ainda assim há bastante apreensão com a dificuldade do próprio governo em sensibilizar as instâncias que ele mesmo coordena. “A continuidade dessa paralisia pode gerar consequências irreversíveis para o setor nuclear brasileiro. O discurso do governo está correto quando fala sobre a importância da energia. Contudo, isso não basta. O setor precisa de resultados e ações concretas”, ponderou Cunha.
Novas alternativas para conclusão de Angra 3 estão sendo discutidas. O presidente da ABDAN considera que uma solução seria vincular a conclusão de Angra 3 à execução da quarta usina nuclear brasileira prevista no Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034. Nesse cenário, quem se comprometer com a conclusão de Angra 3 teria a oportunidade de participar também da implantação da quarta planta, o que poderia atrair o interesse de investidores pela escala e continuidade do negócio. Outra alternativa seria direcionar a energia de Angra 3 para atender à crescente demanda dos data centers no Brasil. “Ou seja, caminhos existem. O que está faltando é governança”, afirmou o presidente da ABDAN.
Iniciadas nos anos 1980 e paralisadas desde 2015, as obras de Angra 3 estão com 65% de avanço concluído. Segundo o BNDES, seriam necessários cerca de R$ 23 bilhões para finalizar o projeto — 90% via financiamento e 10% com recursos dos acionistas, incluindo a União, por meio da estatal ENBPar. Desistir da usina também teria um alto custo, estimado em R$ 21 bilhões. Em fevereiro de 2025, a Eletrobrás firmou um acordo com a União que a desobriga de continuar investindo na Eletronuclear, o que também acabou travando a retomada de Angra 3.
Cinzas, opacos, sombrios, pequenos, sem energia, óbvios, não pontuais, obtusos, invejosos, sem liderança, sem ambição, iludidos, confusos, sem rumo, perdidos, sofredores. Isto é o que somos. Não existe energia para acordar, liderança pra guiar, sinergia pra crescer. A área nuclear resume de modo ímpar estas sub virtudes. Pobres, muito pobres, renda média de 450 dólares ao mês, nivelando ao dia e na média, 8 dólares por dia pra cada cidadão. A classe média se estende de 11 a 110 dólares ao dia. 200+ milhões de pobres, grande parte, miseráveis. E principalmente, sem liderança. Sem liderança. Pra sempre sem liderança. Eternamente… Read more »