DIFICULDADES DE RECEBER O GÁS CONTRATADO DA BOLÍVIA PODE CRIAR PROBLEMAS PARA A PETROBRÁS ATENDER O MERCADO
Logo depois de anunciar a descoberta de um gigantesco campo de gás, a a YPFB, petroleira boliviana, recebeu uma multa da Petrobrás por não ter entregue em 2018 o volume de gás garantido em contrato através do gasoduto Bolívia-Brasil. Paradoxalmente, a redução dos investimentos em exploração teria sido o motivo alegado pela empresa boliviana, que causou a queda na produção, além de ter aumentado o consumo interno do produto. No ano passado, a Petrobrás demandou 26 milhões de metros cúbicos por dia (m³/dia), enquanto a YPFB entregou 22,6 milhões de m³/dia. Por contrato, a boliviana deveria fornecer até 31,5 milhões de m³/dia, dependendo de pedidos da estatal brasileira. O atraso nas obras da UPGN do Comperj é mais um elemento de insegurança para a Petrobrás, que não tem condições de enviar o gás do pré-sal para a terra.
As dificuldades da empresa está forçando a Petrobrás a revisão do volume de gás. Em função do não recebimento, a Petrobrás precisa ir ao mercado comprar o GNL a um preço mais caro. Essa diferença será pedida da YFPB. Durante os últimos quatro anos, com o Brasil mergulhado numa recessão, os volumes abaixo do contratado não fizeram falta, mas na retomada da economia brasileira, esses são os primeiros sinais. A pedido do governo da Bolívia, a YPFB e a Petrobrás estão renegociando o contrato do Gasbol há cerca de um ano em busca de uma redução do volume contratado. As dificuldades que a empresa brasileira está enfrentando para tirar do mar o gás do pré-sal, deixa a empresa brasileira sem saída. A alternativa é comprar o gás mais caro. A Petrobrás precisa desse gás para honrar os compromissos que ela tem junto ao mercado de gás brasileiro. O vencimento do atual contrato de serviço de transporte firme de gás natural do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), assinado em 1999, entre Petrobrás e a Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), marcado para 31 de dezembro de 2019.
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