DILMA E BENDINE SE REÚNEM PUBLICAMENTE PELA PRIMEIRA VEZ EM BATISMO DE NAVIO NO NORDESTE

A presidente da República, Dilma Rousseff, e o presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine (foto), que assumiu o cargo em fevereiro, vão se reunir publicamente, nesta semana, pela primeira vez desde que o ex-presidente do Banco do Brasil assumiu a estatal. Será durante a cerimônia de batismo do petroleiro Marcílio Dias, quinta-feira (14), no Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco, quando também será dada a partida da viagem inaugural do navio petroleiro André Rebouças. As duas embarcações fazem parte da frota da Transpetro, cujo novo presidente, Cláudio Campos, também estará presente, depois de substituir Sergio Machado, que comandou a empresa por mais de 10 anos.

Passada a crise de publicação do balanço de 2014, o presidente Bendine tem conquistado aos poucos o respeito do mercado nacional. A apreensão inicial com a vinda de um executivo do setor bancário para um segmento complexo como o de petróleo está sendo deixada de lado a cada dia, influenciada pela maneira discreta e firme com que ele tem liderado a companhia. Ainda é cedo para dizer se o legado será positivo, mas os primeiros meses do novo presidente à frente da Petrobrás, acompanhados muito de perto por todo o setor, têm sido vistos como bons pelos empresários em geral. O caminho continua tortuoso, as dificuldades, enormes, mas Bendine está mostrando que pode ser um bom líder para a companhia, dando autonomia para os diretores atuarem de acordo com a longa experiência que possuem nas suas respectivas áreas, sem interferir no que não domina em termos de conhecimento técnico, mas com capacidade para dar eficiência à gestão desta que é a maior empresa brasileira e que há tempos sofre com problemas relacionados a este quesito.

Além disso, a primeira aparição pública dos dois juntos após as mudanças na Petrobrás marca também um momento em que a presidente Dilma tem evitado estar presente em eventos abertos, em função de críticas recebidas em situações recentes e do mau momento da economia brasileira.

Não é possível prever a reação dos que estarão presentes na cerimônia, a ser realizada na cidade de Ipojuca, mas uma coisa é certa: o sentimento de insatisfação é fator presente para muitos operários da região, onde houve milhares de demissões nos últimos meses, fruto da crise na Petrobrás e da redução do ritmo das obras na Rnest, localizada no mesmo município.

O navio petroleiro André Rebouças, que partirá na viagem inaugural, é a nona embarcação do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) a entrar em operação. A unidade foi entregue no dia 8 de abril, contando com financiamento do Fundo da Marinha Mercante. Com 274 metros de comprimento e 16 metros de calado, o navio é capaz de transportar até 157 mil toneladas de petróleo.

Já o petroleiro Marcílio Dias é o sexto navio da série de 10 suezmax encomendados ao estaleiro. Os navios tipo suezmax são destinados ao transporte de óleo cru na exportação e cabotagem, com capacidade de transporte de carga de cerca de 1 milhão de barris de petróleo, o equivalente a quase metade da produção brasileira diária.

A Transpetro espera a conclusão e entrega de outros 46 navios e comboios fluviais até 2020, como parte do Promef. O programa foi criado em 2004 com o intuito de impulsionar o setor naval brasileiro e tinha investimentos totais previstos em cerca de R$ 11,2 bilhões na época do lançamento.