DIRETOR DA PETROBRÁS DIZ QUE A EMPRESA ESTÁ DIALOGANDO COM A INDÚSTRIA NAVAL PARA APRESENTAR SUAS NOVAS DEMANDAS | Petronotícias




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DIRETOR DA PETROBRÁS DIZ QUE A EMPRESA ESTÁ DIALOGANDO COM A INDÚSTRIA NAVAL PARA APRESENTAR SUAS NOVAS DEMANDAS

travassosO Diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobrás, Carlos Travassos, também esteve presente na feira OTC Brasil 2023. Em breve conversa com jornalistas durante o evento, o executivo comentou sobre a atual situação da indústria naval brasileira e como a Petrobrás pode contribuir com a retomada desse segmento. Travassos disse que a Petrobrás está abrindo um diálogo com as empresas do setor naval para demonstrar as novas demandas previstas para os próximos anos. E deu um indicativo de que a construção de módulos para as próximas plataformas será uma dessas oportunidades. Ele também já havia declarado que a Petrobrás pretende ir ao mercado em 2024 para contratar 36 novos barcos de apoio, com preferência por estaleiros nacionais. O diretor afirmou que a Petrobrás sozinha não será capaz de puxar a retomada naval no Brasil e que cabe ao Estado, como um todo, desenhar um programa de estímulo e reaquecimento dos estaleiros nacionais.

Em sua opinião, qual é o papel da Petrobrás na retomada da indústria naval brasileira?

O nosso papel nesse processo é demonstrar a nossa demanda e o que pode ser feito no Brasil. Há duas semanas, estive no estaleiro BrasFELS, localizado em Angra dos Reis (RJ), e vi o estaleiro cheio de trabalhadores e uma carreira cheia de módulos. Portanto, estamos nos aproximando das empresas e mostrando as oportunidades que temos pela frente para a indústria local.

Nesse sentido, acredito que cabe ao Estado, ao governo, ao BNDES e as empresas desempenhar o seu papel de viabilizar a execução desse trabalho. Portanto, o principal papel da Petrobrás é apresentar essa demanda, manter o diálogo e estar próxima dessas entidades. Apresentei recentemente um material na Fiesp algumas semanas atrás, no qual demonstramos a demanda que temos por módulos fabricados no Brasil, com o conteúdo local que está em vigor atualmente.

O que efetivamente mudou nessa relação entre Petrobrás e indústria naval?

O que mudou é que nos aproximamos das empresas para estabelecer um diálogo e mostrar as nossas necessidades. Nossa principal necessidade é ter projetos implementados dentro do preço e prazo estabelecidos. A partir do momento em que abrimos mão de ter um projeto dentro desses parâmetros, criamos um cenário adverso para todos os envolvidos.

O senhor acredita que a Petrobrás, por si só, não é capaz de retomar a indústria naval brasileira? Quem, então, seria o agente responsável por liderar esse processo?

As empresas têm apresentado suas dificuldades e necessidades, e acredito que a partir desse ponto, cabe ao Estado desempenhar um papel fundamental em viabilizar esse processo [de retomada]. O Estado desempenha um papel crucial em viabilizar um segmento industrial importante [como o naval], pois é gerador de emprego e intensivo em mão de obra. O papel da Petrobrás é demonstrar a sua demanda e aproximar-se do setor naval. 

Por outro lado, a indústria naval precisa identificar sua vocação, o que é fundamental para qualquer negócio. 

A Petrobrás, assim como qualquer empresa de óleo e gás, enfrenta uma demanda sazonal. Se descobrimos petróleo e temos viabilidade de negócio, há encomendas para a indústria naval. Se não encontramos petróleo, não há negócio e, consequentemente, não há encomendas. 

A indústria naval é caracterizada por ciclos longos e necessita de continuidade. É por essa razão que afirmo que a Petrobrás, por si só, não pode recuperar a indústria, pois não temos uma demanda constante que sustente a perenidade dessa indústria.

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