DIRETOR DA SCHNEIDER DEFENDE QUE O PROCESSO DE DIGITALIZAÇÃO SERÁ IRREVERSÍVEL NOS PRÓXIMOS ANOS
A expectativa de um ano melhor parece ser irreversível quando se fala na indústria de petróleo e gás no Brasil. O otimismo e a retomada é o que estão se desenhando para 2020. Irreversível também será a digitalização deste mercado, pelo menos na opinião do Vice-Presidente de Petróleo, Gás e Petroquímica para América do Sul e Caribe e Global Leader para Offshore, o brasileiro Luis Felipe Kessler. Para ele, a questão é quem vai se beneficiar primeiro. Segundo o executivo, a digitalização trará inúmeros benefícios de melhorias de processo, visibilidade para decisões operacionais mais efetivas e resultados econômicos. Kessler falou ao Petronotícias dentro do projeto Perspectivas 2020. Vamos saber as suas opiniões.
– Como viu o seu setor no ano de 2019 ?
Este ano foi o principal ano de transição na transformação do mercado de Petróleo e Gás brasileiro. Vimos a consolidação de novas empresas operando gasodutos NTS e TAG (Engie), o desinvestimento em campos onshore, criando uma diversificação de operadores, e o mercado de FPSOs acelerando com os contratos de Mero 2, Marlim 1 e 2, Buzios V e , em breve, devemos ter os anúncios de Carcará e Parque das Baleias.
Os leilões seguiram o cronograma da ANP, que é o ponto mais importante, a previsibilidade dos investimentos. As regras de PDI em inovação estão ficando mais flexíveis e viabilizando projetos. A Aveva, empresa que a Schneider detém 60%, assinou um contrato de desenvolvimento de um Digital Twin para a Plataforma P-50, onde estão desenvolvendo os algorítmos de manutenção preditiva para geradores, compressores e bombas de grande porte, com resultados significativos já apurados.
– Qual é a sua expectativa para 2020 ?
Entendo que 2020 ainda que será um ano conservador em investimentos, porém espera-se que a partir do segundo semestre, os projetos comecem a acelerar com os contratos das FPSOs que estão no mercado como Mero 3, Gato do Mato e Itapu. O aumento significativo de investimentos em projetos que chamamos shift to gás, como LNGs e Gas Power Plants. Como líder global em Gerenciamento de Energia, Automação e Digitalização, temos expectativa que as principais processos eletrointensivos, como as Petroquímicas e Refinarias, invistam em otimização de processo e melhor uso da energia.
A digitalização através de asset advisors, asset management e manutenção preditiva permitem a otimização das operações, redução de downtime e aumento da segurança. O desinvestimento em refinarias e plantas de fertilizantes da Petrobrás, trazem novos operadores para o downstream e também permitem a Petrobrás focar nas Refinarias que vai manter e investir fortemente em melhoria dos processos.
– O que gostaria de sugerir para seu segmento de negócios fosse mais ativo ?
Devem ser analisadas as melhores condições de contratos para as FPSOs e os operadores e/ou Epcistas comecem a trabalhar com parcerias de longo prazo, através do engajamento de empresas especialistas, como a Schneider Electric, no Pre-Feed /Feed do projeto. Que cada empresa se dedique à sua especialidade. Empresa de Petróleo a produzir petróleo, EPCistas/Leaser as construir e operar FPSOs e empresas de energia, automação e digitalização a fornecer a solução integrada e otimizada.
Um desejo também é que as empresas abram definitivamente as suas portas para as soluções digitais. O projeto de uma FPSO, quebrando silos e integrando design, engenharia, procurement e construção em um único digital Twin que naturalmente se integra à operação. A digitalização pode ser feita de forma modular em FPSOs e operação, como a P-50, ou em novos projetos.
A digitalização é um processo irreversível, traz inúmeros benefícios de melhorias de processo, visibilidade para decisões operacionais mais efetivas e resultados econômicos. A questão é quem vai se beneficiar primeiro.
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