DIRETOR DA USINA DE ITAIPU DEFENDE AGORA QUE PCHs E CGHs DEVEM TER REMUNERAÇÕES DIFERENCIADAS POR SUAS GERAÇÕES DE ENERGIA

Andre Pepitone e Alessandra Torres de Carvalho

Andre Pepitone e Alessandra Torres de Carvalho

O diretor financeiro da Itaipu Binacional, André Pepitone, disse que as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e as Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), devem ter uma remuneração diferenciada pelos serviços que prestam ao sistema, os chamados serviços ancilares necessários para garantir que o sistema elétrico, da geração ao consumo, funcione de forma adequada. “As PCHS e CGHs têm importância histórica no Brasil. Além de promoverem o desenvolvimento em pequenos municípios, gerando emprego e renda, elas são capazes de oferecer serviços ancilares ao sistema. Perdem a relevância de segurança energética e ganham relevância operativa, que é a grande necessidade do sistema elétrico.” No fundo no fundo, ele sabe que seu pensamento não vai mudar a realidade. Sabe também que nunca defendeu publicamente esta bandeira quando era diretor da ANEEL. Mas, como se diz, ficou bem na fita com os proprietários das mais de 1.040 usinas no Brasil.

Pepitone fez esta afirmação  durante o II ABRA-TEC, Seminário sobre Inovações Tecnológicas e Sustentabilidade Socioeconômica Ambiental das Hidrelétricas, realizado no Parque Tecnológico de Itaipu, Paraná  pela ABRAPCH – Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras Hidrelétricas, com apoio daPEPI Itaipu Binacional. O diretor da Itaipu disse  ainda que as pequenas usinas retornam de forma ascendente com representatividade no mercado. “É fundamental termos políticas públicas apoiando estes empreendimentos, remunerando-os de forma adequada e equilibrada pelos serviços que prestam ao sistema. Precisamos de uma política de melhor remuneração e risco para o papel que cada matriz presta ao sistema.

A presidente da ABRAPCH, a atuante Alessandra Torres de Carvalho, disse que as PCHs e CGHs têm um papel essencial no controle de tensão: “Além dos serviços vinculados à própria operação das usinas, há atributos socioambientais que se traduzem em benefícios não apenas para o sistema elétrico, como também para o entorno das PCHs. Além do potencial de desenvolvimento local, elas ajudam, por exemplo, a reduzir as perdas de energia, pois constroem suas próprias linhas de transmissão. E têm ainda a vantagem de estarem próximas aos centros de consumo“,

Atualmente, as PCHs e CGHs somam juntas 5.560 megawatts (MW) de energia gerada. São 1.046 usinas em operação no país. Este volume de energia tem capacidade para abastecer 9 milhões de residências, 24 horas por dia. O Paraná é um dos estados brasileiros que mais incentiva a construção de pequenas usinas para geração de energia. O Estado é o sexto do País em empreendimentos, com 40 projetos em operação, responsáveis por gerar uma potência outorgada total de 496,28 Megawatts PCGH(MW), segundo dados da Abrapch. Entre os anos de 2019 e 2023, entraram em operação 19 PCHs e CGHs com investimentos que somam R$1,48 bilhões. Há, ainda, 12 outros empreendimentos em andamento – cinco usinas em construção e sete em processo de tramitação de licenciamento. Já em relação às Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), o Paraná é o quarto do ranking nacional, com 71 projetos em operação e 92,46 MW de potência outorgada.

 O presidente da ABHIC, Sérgio Augusto Costa, apresentou a entidade,  que tem como objetivo implementar as condições de mercado para o desenvolvimento de hidrogênios e combustíveis sustentáveis no país. Ele explicou que as PCHs e CGHs, assim como as grandes hidrelétricas, são fundamentais na geração de hidrogênio verde devido a sua capacidade de produzir energia firme e renovável:  “A geração de hidrogênio verde a partir da eletrólise da água exige um alto fator de utilização da planta, que gira em torno de 60%. Ou seja, quanto mais energia disponível para gerar eletrólise, maior será o retorno.” O gerente de E-combustíveis da Eletrobrás , Victor Hugo Rizzo, mostrou o projeto piloto da usina de energia verde da empresa, que opera desde 2021 e já produziu três toneladas de energia verde e deverá ser ampliada até 2025. O coordenador de Inovação e Engajamento no Mercado na ANEEL, Márcio Venício Pilar Alcântara, teve como foco o PDI estratégico do hidrogênio renovável, que possibilita a livre participação de empresas do setor elétrico. “Esta nova chamada em desenvolvimento surgiu pelo fato de que a nossa matriz elétrica tem mais de 85% de energia renovável.

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