DIRETOR DE ENGENHARIA DA PETROBRÁS DÁ UM PASSO ATRÁS E PASSA DEFENDER PUBLICAMENTE A POLÍTICA DE CONTEÚDO LOCAL DA EMPRESA
Um passo atrás, volver. Foi essa a atitude do diretor de engenharia, tecnologia e inovação da Petrobrás, Carlos Travassos (foto principal), depois de ter desdenhado um pouco da política de conteúdo local que o governo impôs para os negócios da companhia. Para lembrar, durante a OTC Houston, após uma palestra para um público formado por executivos de empresas internacionais, Travassos se mostrou contra a expansão da nova política de conteúdo local do governo Lula e contra o aumento desse índice na construção de plataformas no país. Ele defendeu que os estaleiros nacionais se concentrem apenas na construção de módulos e disse que o Brasil não estaria preparado, no momento, para construir plataformas inteiras. No dia 8 deste mês, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) contestou as declarações do diretor-executivo da estatal.
A determinação do governo é de apoio ao desenvolvimento das empresas brasileiras, dando preferência aos estaleiros nacionais. As declarações do diretor mostram que pelo menos uma de suas orelhas foi puxada, em sinal de atenção. Em uma entrevista, ele confirmou que 53 módulos de processos para produção de petróleo estão em construção no Brasil e outros 61 vão entrar em produção nos próximos anos. O diretor também ressaltou a importância do conteúdo local. “Estamos conversando com os estaleiros para atender a essas encomendas. Reconhecemos o papel de desenvolvimento do conteúdo local”, afirmou.
Mesmo assim, Travassos ainda tentou justificar-se quando lembrou as políticas de conteúdo local de países europeus. “Países na Europa têm política de conteúdo local para indústria de petróleo e gás e para renováveis. Não temos nenhum problema com conteúdo local, temos é que fazer a indústria nacional aumentar sua capacidade de produção”, declarou. Pelo jeito ou o puxão de uma das orelhas foi fraco ou está colocando a outra à disposição do governo.
EXPLORAÇÃO NA MARGEM EQUATORIAL EM JOGO
Já o presidente da companhia, Jean Paul Prates (foto à direita), explicou que não existe qualquer animosidade, tensão ou disputa com o Ministério do Meio Ambiente, Ibama ou com o Ministério Público Federal sobre a Margem Equatorial. “A decisão sobre a Margem Equatorial é do Estado brasileiro. Vamos várias vezes no Ibama, converso com a ministra Marina diversas vezes. Entendo o lado dela, eu também sou gestor ambiental. O Estado licitou esse bloco lá atrás, empresas se candidataram e pagaram pelo poço. Vamos respeitar qualquer decisão que venha a ser tomada. É uma decisão se exploramos já a Margem Equatorial, existe uma sonda lá, ou se esperamos mais um pouco”. A Margem Equatorial é uma área extensa. A Petrobrás continua esperando a manifestação do Ibama sobre o licenciamento ambiental.
A exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas virou um cabo de guerra entre os ministros Alexandre Silveira, de Minas e Energia, e Marina Silva, do Meio Ambiente. A estatal defende o projeto, mas um parecer técnico do Ibama sugeriu o indeferimento do pedido de licença ambiental feito pela companhia. A última palavra caberá ao instituto vinculado à pasta de Marina, que já deu sinais de qual será sua decisão. Mesmo assim, o impasse que opõe duas áreas do governo deverá ser arbitrado pelo presidente Lula. Marina definiu o projeto como altamente impactante e disse isso também ao presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates.
PLANOS PARA EXPANSÃO DO PARQUE DE REFINO
Enquanto isso, o diretor de Processos Industriais e Produtos da petroleira, William França, destacou os aportes planejados para reestruturar o atual parque de refino da empresa. Os novos recursos podem ampliar em cerca de 400 mil a 500 mil barris/dia a capacidade existente de processamento, sem construir refinarias adicionais. Esse valor inclui os 145 mil barris/dia previstos para o Trem 2 da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco.
Em abril, a Petrobrás contratou a Engecampo para a realização de serviços de ampliação e modernização de unidades já em operação na Rnest. A ideia da Petrobrás com a modernização da planta é aumentar a oferta de diesel para o mercado brasileiro a partir de 2025. Após a conclusão das obras, a refinaria terá um aumento na capacidade total de processamento do Trem 1, passando dos atuais 115 mil barris de petróleo por dia para 130 mil barris por dia.
O diretor não apresentou uma estimativa de tempo para a implementação desses projetos, porém enfatizou que considera o potencial mencionado como extremamente sólido e ousado em relação à situação atual.
Bolson4r0 vai ser preso ainda nessa semana!
Claro que o Brasil não está preparado, quando tiveram a oportunidade se perderam na corrupção e agora querem de novo pra quê? Pra voltar aquela bagunça?
Para quem nunca trabalhou nas construções das plataformas no Rio de Janeiro,Pernambuco, Bahia, RS terá sempre uma opinião contrária ao desenvolvimento e posso dizer isto porque estive em quase todos os estaleiros.