DIRETOR GERAL DA AGENCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA ATÔMICA VIRÁ AO BRASIL NO MÊS DE ABRIL PARA ABERTURA DE EVENTO DA ABDAN

O Brasil estará no centro do palco do setor nuclear mundial em abril. Algumas das principais lideranças do segmento no mundo participarão, nos dias 8 e 9 do próximo mês, do evento Nuclear Summit, no Rio de Janeiro. O encontro, organizado pela Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN), apresentará as principais tendências e novidades do segmento nuclear mundial. O encontro já começará com uma palestra de peso. O diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o argentino Rafael Grossi (à esquerda na foto), apresentará na abertura do evento um panorama sobre as tendências da indústria nuclear e a descarbonização. Em entrevista ao Petronotícias, o presidente da ABDAN, Celso Cunha (à direita na foto), falou sobre as expectativas em relação ao Nuclear Summit. “Durante o evento, realizaremos uma apresentação voltada ao público em geral, destacando o impacto significativo do setor nuclear na economia. Vamos explorar detalhadamente um estudo recente conduzido pela FGV. Segundo esse estudo, a cada R$ 1 bilhão investido no setor nuclear, o retorno para a produção do país é de R$ 3,1 bilhões”, declarou Cunha. Além das palestras abordando o ciclo do combustível, a mineração de urânio no Brasil e os pequenos reatores modulares, o evento também incluirá a apresentação dos resultados de uma colaboração entre ABDAN e Sebrae, que capacitou 17 pequenas empresas para se tornarem fornecedoras da indústria nuclear. Ainda durante o Nuclear Summit será inaugurada a segunda edição do Hackapower – um hackathon para o desenvolvimento de soluções práticas nas áreas de energia, sustentabilidade e medicina no setor nuclear.

Poderia começar falando um pouco sobre esta nova edição do evento?

Esta é a segunda edição do Nuclear Summit, agora realizado presencialmente. O evento ocorre a cada dois anos, no mês de abril, alternando-se com nossa outra conferência, a NT2E, que acontece nos anos ímpares. O Nuclear Summit é um encontro que aborda tanto as tendências tecnológicas quanto políticas.

O evento será inaugurado com uma palestra do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Grossi, que abordará o atual panorama da tecnologia nuclear no mundo. Ele falará sobre os diversos aspectos envolvidos nessa questão. Sua presença no evento representa uma oportunidade única para os participantes ampliarem seu entendimento sobre as complexidades e oportunidades associadas à energia nuclear.

A propósito, no dia 21, estarei presente em um evento na Bélgica, onde me encontrarei com Rafael Grossi e diversos líderes mundiais. Neste encontro, será reforçada a proposta da COP-30 de triplicar o número de reatores nucleares em todo o mundo, como uma estratégia para enfrentar a descarbonização na matriz energética global. A ABDAN foi convidada pelo diretor para participar dessa discussão. 

Quais serão alguns dos tópicos debatidos no Nuclear Summit?

Durante o Nuclear Summit, um dos pontos altos será um painel dedicado ao futuro da energia nuclear no Brasil, com a participação dos presidentes das estatais e de algumas empresas do setor. Eu terei a honra de moderar pessoalmente esse debate. Em seguida, exploraremos diversos temas relevantes, como o ciclo do combustível, a mineração de urânio no Brasil, questões relacionadas aos pequenos reatores modulares (SMRs) e a descarbonização da matriz energética.

Além disso, dedicaremos um painel específico à inovação tecnológica, reunindo os principais atores desse campo e discutindo não apenas os produtos finais, mas todo o processo de inovação. Estamos trazendo palestrantes renomados e empresas incubadas para compartilhar suas experiências e insights.

O Nuclear Summit promete ser um evento verdadeiramente disruptivo, abordando as tendências tecnológicas e os acontecimentos tanto no Brasil quanto no mundo, nesse contexto.

Serão anunciadas algumas novidades na edição deste ano?

Assim como no passado, Patricia Wieland e Eliene Silva serão as coordenadoras do Hackapower 2024

Esta primeira edição presencial do Nuclear Summit será realizada no Sebrae, proporcionando uma excelente oportunidade para apresentar os resultados do trabalho conjunto realizado com micro e pequenas empresas. Ao longo de cerca de três anos, o SEBRAE e a ABDAN colaboraram com várias dessas empresas para desenvolver capacitação voltada para o setor nuclear. Como resultado desse esforço, conseguimos certificar 17 empresas, demonstrando assim a viabilidade das micro e pequenas empresas como fornecedoras para o setor nuclear. Este projeto piloto é um marco significativo, evidenciando a possibilidade e o potencial das pequenas empresas nesse mercado. Agora, ao encerrarmos esse trabalho pioneiro, planejamos dialogar com o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte para ampliar iniciativas como essa.

Não obstante também, teremos o início da segunda edição do Hackapower, que é o nosso hackathon para o desenvolvimento de soluções