DIRETOR-GERAL DA ANP DESTACA O POTENCIAL DO BRASIL EM ARMAZENAMENTO DE CARBONO E PREVÊ NOVOS LEILÕES DE PETRÓLEO A PARTIR DE 2025
HOUSTON -O Diretor-Geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Rodolfo Saboia, participou do painel “Around the World: Brazil as the World High Spot of Clean and Decarbonized Energy Matrix” durante a OTC Houston 2024. Na apresentação, ele destacou o papel da agência no futuro, especialmente na regulação de novas frentes energéticas, tais como o hidrogênio limpo e na captura e armazenamento de carbono (CCUS, na sigla em inglês).
De acordo com Saboia, o Brasil tem o potencial de armazenar 2470 milhões de toneladas de dióxido de carbono (MtCO2). Aquíferos salinos e campos de petróleo e gás esgotados da Bacia de Campos e terrenos onshore do Paraná são os principais reservatórios atualmente em estudo. A ANP avalia ainda que a combinação de BECCS (bioenergia com captura e armazenamento de carbono) e energia renovável para alimentar a CCS (captura e armazenamento de carbono) apresenta oportunidades relevantes que diferenciam o Brasil no cenário internacional.
Enquanto isso, em hidrogênio, a ANP está participando do programa federal elaborado para o desenvolvimento desse energético no país. Saboia disse que existe um grupo de trabalho para estabelecer uma estratégia nacional para o hidrogênio e que um número de estudos está sendo realizado enquanto o Congresso discute um projeto de lei sobre o hidrogênio. Propostas legislativas foram recentemente apresentadas por ambas as câmaras do Congresso. O poder executivo também está trabalhando em um projeto de lei relacionado.
O diretor da ANP ressaltou que no caso da energia eólica offshore, esse é um tema regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica. A ANP é responsável por certificar que esses projetos não interfiram na exploração de petróleo e gás. Doze empreendimentos já estão sob análise na ANP e em outros órgãos federais.
NOVOS LEILÕES DE PETRÓLEO APENAS EM 2025
Em conversa com jornalistas durante a feira, Saboia disse que a agência só deve realizar um novo leilão para oferta de blocos exploratório de óleo e gás em 2025. Nesse momento, a agência está fazendo uma revisão das áreas disponíveis. Um novo ciclo da Oferta Permanente só deve ocorrer no primeiro semestre do ano que vem.
A ideia da ANP ao fazer a revisão dos blocos é retirar aqueles com sensibilidade ambiental. “São blocos que foram incluídos no estoque a partir de um critério mais antigo da lei, que não impunha certas restrições de caráter ambiental e social. Eles só estavam válidos por terem sido incluídos numa fase em que essas restrições eram menores. Por isso estamos fazendo um pente fino para retirá-los”, afirmou.
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