DIRETOR PARAGUAIO DE ITAIPU DIZ QUE FRANCO FOI MAL INTERPRETADO
Seja realmente apenas uma questão de manifestação popular infeliz de Federico Franco ou aplicação de panos quentes sobre o discurso inflamado do presidente paraguaio, o fato é que governo brasileiro tem demonstrado preocupação com ameaças de interrupção do fornecimento da energia de Itaipu, já que a usina responde por cerca de 20% da necessidade nacional.
A esse propósito, o próprio diretor-geral paraguaio de Itaipu, Franklin Boccia (foto), indicado por Franco há um mês, garantiu que o presidente vem sendo mal interpretado e que as relações com o lado brasileiro não serão afetadas. A intenção de Franco seria apenas desenvolver a indústria do país.
Recapitulando as atitudes de Federico Franco, não parece ter sido apenas um mal-entendido: esta semana, o presidente do Paraguai anunciou que em dezembro enviará ao parlamento paraguaio um projeto de lei sugerindo a suspensão da venda de energia excedente da usina hidrelétrica Itaipu Binacional para o Brasil.
Segundo o Planalto, indisposto a criar desgastes junto ao Paraguai, as palavras do governante não teriam passado de discurso popular. De qualquer forma, faltaria a Federico Franco tempo necessário para qualquer alteração no tratado (seu mandato termina em agosto de 2013), assim como autoridade, já que qualquer mudança no acordo também deverá ser assinada pelo Brasil.
Conforme tratado firmado de 1973, a produção da usina binacional é dividida igualmente entre Paraguai e Brasil (50%). O lado paraguaio, porém, consome cerca de 6% de sua parte, e o restante é comprado pelo Brasil, nos trâmites do tratado. Além disso, o Brasil não apenas paga pela energia de Itaipu, como paga um preço de quilowatt triplicado.
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